Stuck Together

Capítulo 23 - Glimbow

Glimmer

Não me lembrava ao certo de quando conheci o Bow. Ele simplesmente apareceu um dia lá em casa quando éramos crianças para se apresentar e depois viramos amigos.

Eu sempre tive um crush dele, aquelas paixões infantis, entretanto quando a gente começou a crescer isso foi gradualmente passando e eu comecei a desconfiar que ele fosse gay. No oitavo ano, ele me contou que era bissexual, não podia negar que eu achava que era só um passo antes dele dizer que era gay. Minha ignorância fez eu ir pesquisar um pouco mais sobre o assunto e um ano depois me descobri bissexual. Então, minha paixão pelo Bow voltou, ele era como uma inspiração para mim, a forma que fazia amizade fácil, como ele era expressivo e não negava suas emoções.

Queria eu ter todas aquelas habilidades, com o passar dos anos comecei a ter um pouco de ciúmes também. Sempre pensava que iria me trocar por qualquer um. Eu não era maluca de impedi-lo de fazer amigos, eu só era insegura, por que ele iria ser meu amigo com tanta gente melhor?

Então, Adora chegou, ela me ajudou a me abrir mais para outras pessoas, fiz vários amigos depois dela. Adora era mais minha irmã que minha amiga, morou na minha casa por causa de problemas familiares. Nesse período até descobrimos que o Bow estava ficando com um menino, fiquei com um pouco de ciúmes, mas lidei relativamente bem com isso.

As coisas foram perfeitas no meu terceirão, fui para a viagem de formatura, fiquei junto dos meus melhores amigos o tempo todo. Entretanto, algumas semanas antes da festa de formatura eu fiz merda.

Eu tinha organizado um reg para a galera da sala e uns outros amigos, eu podia não ser muito sociável, mas eu sabia festejar.

A baderna em si já tinha acabado, estávamos eu, Adora e Bow limpando o salão de festa. A loira foi para casa mais cedo com o resto da bebida e deixou nos dois encarregados de levar o resto.

Eu estava sozinha, talvez um pouco bêbada, com o menino que eu era afim, obviamente eu não faria merda.

Ele estava com as canelas dentro da piscina, parecendo viajar nos próprios pensamentos, sentei ao seu lado colocando minhas pernas dentro d'água.

— Está tão gelada que estou até mais sóbria. — Falei girando minhas pernas, criando pequenos redemoinhos.

Acenou com a cabeça parecendo ignorar o que eu disse.

— As estrelas são máquinas do tempo, sabia? Eu vi em um documentário. A luz delas demora milhares de anos para chegar aqui, estamos vendo o passado delas, como será que estão agora?

— Não sei, algumas delas não devem mais existir, né? — Apoiei a cabeça em seu ombro, como fazia sempre. — Daqui a quantos anos uma dessas estrelas poderá ver o que está acontecendo agora?

— Milhares ou milhões de anos, esse momento nem as estrelas podem ver. — Riu como se estivesse contando uma piada. Senti seu corpo se arrepiar de frio, ele estava usando uma cropped masculina naquele frio de madrugada.

— Acho melhor você ir pegar um casaco. — Comentei, me aproximando mais do seu corpo como uma forma de aquece-lo.

— Eu gosto de estar com você aqui, o frio não me incomada tanto. — Me encarou com seu sorriso doce.

Não sei, exatamente o que eu estava pensando, eu achei que ele queria também.

Levei minha mão até sua face fazendo um pequeno carinho. Aproximei meus lábios de seu ouvido.

— Nem as estrelas vão poder ver isso. — Sussurrei.

Seus olhos pareciam questionadores, enquanto observavam os meus. Me aproximei ainda mais, juntando nossas bocas.