Capítulo 21

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Adora

O domingo passou rápido e para meu alívio recebi uma mensagem da Scorpia me tranquilizando.

Scorpia

A Felina tá relativamente bem, eu cheguei aqui ela tava meio mal,
agora já se acalmou.
Acho que você deveria falar
com ela, ela sente sua falta.

Suspirei, eu nem sabia como falar com a Felina e se eu piorasse as coisas? Era minha responsabilidade de qualquer jeito.

Eu marquei minha consulta para oito da noite, o que seria daqui a alguns minutos. A Mara me ajudaria. Eu sentia falta de ir na psicóloga, sentia falta de ter alguém para conversar, claro eu tinha a Glimmer e o Bow, mas não era a mesma coisa.

Abri a ligação com a Mara, ela parecia feliz, fez algumas perguntas, respondi da melhor maneira que pude, mas minha preocupação com a Felina fazia eu não me concentrar.

— Adora, você está bem? Tem algo específico que você queria falar? — Perguntou.

— Sim, tem essa menina, Felina, eu já te falei sobre ela. Você sabe por que eu vim para a casa da Glimmer... — Eu pensei antes de continuar, eu já tinha contado para a Mara sobre as circunstâncias. — Eu queria falar algo para ela, que significasse que eu ainda quero ela, mas que não estamos prontas. Só que eu nem sei como fazer isso.

— Adora, você poderia escrever algo para tentar resumir todos os seus sentimentos por ela, afinal ela está com a Scorpia, nada de mal vai acontecer com ela.

— Essa é uma boa ideia... Nem sei meus sentimentos ao certo ainda, como vou escrever isso?

— Adora, isso depende de você, mas eu estou aqui para ajudar. — Suspirei me reclinando na cadeira.

Continuei contando outras coisas sobre minha vida e como eu estava reagindo a elas. No fim da seção Mara disse provavelmente eu não teria que voltar a tomar remédios.

Pensei comigo mesma, será que a Felina vai tomar remédios? Provavelmente ela vai procurar ajuda médica, esperava que ela realmente quisesse mudar as coisas dessa vez.

O que eu poderia fazer para ela ajudá-la? Eu deveria escrever algo, ser o mais clara possível, se não ela pensaria que eu a abandonei, essa era a única coisa que eu não faria, de novo. Eu precisava fazê-la entender que era necessário ficarmos separadas.

Como dizer todas essas coisas sem magoa-la?

Sentei em minha escrivaninha com um papel, tentei rascunhar em minhas ideias, entretanto somente pensamentos aleatórios do que eu não deveria fazer e não algo concreto sobre o que escrever de fato.

Rasguei tudo que eu comecei a escrever, ficar pensando por tempo demais não me faria ter nenhuma ideia, quanto mais eu pensava, mais opressores meus pensamentos ficavam.

Ficar eternamente pensando provavelmente não ajudaria, talvez eu devesse descansar, para ter um surto de criatividade espontâneo e as palavras simplesmente apareceriam. Eu sabia que isso não iria acontecer, mas que eu precisava esfriar a cabeça era um fato.

Sai do quarto em busca da Glimmer, já tínhamos jantando, mas quem sabe pudéssemos fazer algo.

Ela estava em seu quarto com a janela aberta, que dava vista para o quarto do Bow, que conhecidentemente estava na janela do quarto dele. Muito suspeito.

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