⚠️ Alerta de gatilho ⚠️
Homofobia
Pefurma
A vida é injusta.
Eu amava minha casa, amava meus irmãos e meus pais. Da noite para o dia tudo mudou.
Eu cresci em um ambiente cristão. Meu pai era pastor, esse nunca foi um grande problema, ele nunca oprimia ninguém dentro de casa como os pastores da ficção. Eu o admirava, sempre inspirando paz e amor.
Minha casa tinha um jardim grande, eu amava aquele lugar, foi lá que aprendi a me relacionar com as plantas e a natureza. Nas minhas fotos de criança eu sempre estava na terra fazendo algo.
Eu também tinha dois irmãos mais novos, eu amava eles. Um deles era 4 anos mais novo que eu e o outro 8.
Minha vida era perfeita. Até o aniversário de 15 de uma amiga. Eu nunca tinha particularmente me apaixonado por ninguém, nem por homem, nem por mulher, eu via meus amigos falando dos crushs eu só pensava que alguma hora aconteceria comigo, eu tinha outras preocupações.
O aniversário da Mermista foi bem diverso, ela sempre foi muito social, então várias pessoas foram, até pessoas mais alternativas. Entre esse mar de gente nova tinha ela, Huntara, era mais velha, devia ter uns 17 anos. Quando meus olhos pousaram nela, eu sabia que a queria, então ela foi meu primeiro beijo. Não foi nada espetacular, não foi como meus sonhos disseram que seria, mas foi bom de certa forma. Esse beijo me revelou algo importante sobre mim mesma, descobri que gostava de garotas, entretanto não me sentia confortável para por um rotulo em mim mesma.
Eu não contei para ninguém, tirando a Mermista que eu não sei como descobriu. Depois disso eu passei a me conhecer melhor e conhecer outras pessoas iguais a mim pela internet, fiz várias amigas, mas nunca tive coragem de ir além disso com nenhuma delas. Minha família nunca suspeitou, eu não tinha ideia de como eles iriam reagir.
A segunda menina que eu beijei foi a mais complicada, eu fiquei meses de flerte virtual até reunir coragem para conhecê-la, no nosso primeiro encontro ela me apresentou a maconha. Eu não diria que viciei, mas foi uma experiencia interessante, tive mais três encontros com a mesma menina depois disso, em todos eu estava muito apreensiva.
Quando fiz dezesseis anos comecei a trabalhar para um tio em sua loja, eu ganhava um salario bacana e adquiri mais independência, ter meu próprio dinheiro era maravilhoso. Contudo, o medo crescia dentro de mim, junto a pressão da família para eu ter um namorado, sempre era apresentada aos meninos da igreja, mesmo assim eu conseguia me esconder muito bem, nunca suspeitaram de nada. Até aquele dia.
Era uma noite calma de novembro, eu estava falando com meus amigos nas redes sociais. Mermista começou a me mandar várias mensagens desesperadas, entrei no chat.
Sereia 🧜♀️
Vazaram
Eu não sei oq aconteceu
Umas fotos sua com a maconheiraComo assim, eu nunca
nem bati uma foto com elaMinha amiga me mandou as fotos, eram várias na maioria ou eu estava beijando ela ou estávamos abraçadas. Comecei a tremer e se meus pais descobrissem, o que aconteceria comigo, me levantei indo em direção ao banheiro, tentei lavar meu rosto, minhas mãos tremiam tanto que eu não conseguia pegar a água. Me sentei no chão deixando as lagrimas fluírem em silencio.
Alguns minutos depois escutei minha mãe bater na porta, as batida estavam fortes, eu conseguia ver como estava irritada.
— Saia dai agora, precisamos conversar. — Me chamou.
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Stuck Together
FanfictionDepois de anos separadas, Adora vê um anúncio da Felina procurando uma colega de quarto e resolve se candidatar. Entretanto, as coisas não saem como o planejado e elas acabam tendo que passar a quarentena juntas no pequeno apartamento.