Capítulo 1

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Adora

Eu não esperava que as coisas ficassem assim, desde o final de janeiro, quando nossas aulas começaram, morávamos juntas. O apartamento era muito pequeno, ainda sim era melhor que viver nos dormitórios com várias regras e banheiros públicos. Dividimos um quarto e sala, no caso tinham duas camas no quarto, tínhamos um banheiro, uma cozinha e um sofá com uma televisão na parede.

Mas, sempre parecia que eu estava só. Em um mês de convivência, não tivemos uma conversa, além das trivialidades de manter um apartamento. E as vezes a Felina falava que ia trazer alguém para o apartamento e pedia para eu dormir fora. Por mais, que eu tentasse não demonstrar isso me afetava.

Nada contra quem transa com todo mundo, mas eu só não consigo, eu só tive umas 4 parceiras na cama. Já peguei estranhos em baladas e tals, mas nada de levar para meu quarto. Sou romântica demais para essa vida de quenga.

O pior que de todas as pessoas que eu transei Felina foi de longe a melhor, acho que na época a gente se amava muito, é como dizem paixão é o tempero da relação.

Realmente não sei o que estava pensando quando vim morar com ela. Eu tinha esperanças que sentassemos, conversássemos e nossa relação voltaria de onde paramos? Sou tão boba apaixonada. Se passaram 3 anos, nenhuma de nós era mais a mesma. Acho que eu nunca superei meu primeiro amor, o quão ridículo é isso?

Eu sabia que tinham problemas maiores no mundo que minha vida amorosa de merda. Como o vírus que tava nominando vários países, eu tinha que deixar de ser tão egocêntrica e mesmo pensando na minha realidade eu tinha entrado na faculdade agora, devia prestar atenção da porra do dever.

Nem sei ao certo por que entrei no curso de arquitetura, eu queria algo que fosse criativo e minimamente lucratativo, mas agora parece muito diferente do que eu imaginei. Nem sei em qual curso a Felina está, sou uma ótima colega de quarto.

- Hey, Adora. - Falando na gata, ela se espreguiçou e se sentou no sofá. - Será que você teria como tirar essa bagunça do sofá, você não consegue estudar no seu canto? - A agressividade transboradava em sua voz, sempre era assim ou completamente agressiva ou passiva-agressiva.

- Já tem um mês de aula e não vi você abrir um livro. Você deveria se esforçar mais Felina. - Não quis soar grossa, só queria ajudá-la.

- Relaxa, aqui eu posso ser eu mesma sem as pressões, isso quer dizer que não preciso mais te superar. - Nessa última frase eu senti a Felina antiga, que era minha amiga.

- Eu não quis dizer isso. - Me encolhi no meu lugar, ela sempre me dava umas patadas assim.

Felina vai para o quarto e passa uns minutos, até sair completamente arrumada, com uma saia curta vermelha, um top da mesma cor, chifres de demônio e um bocado de glitter vermelho no rosto e no torso. Acho que eu nem precisei dizer que ela estava una delícia, minha expressão quase babando já dizia tudo.

— Tô indo para o carnaval. Não me espere acordada. — Disse já de saída.

Eu até gostava de ir para festas, mas nesse carnaval não queria sair, só digamos que no ano passado eu tinha acabado de fazer 18 e me excedi um pouco na bebida, por isso irei me poupar dessa experiência. Também tem o vírus, uma festa que reúne várias pessoas na rua com o Covid comendo no mundo, que combinação.

Fiquei de bobeira no sofá, até umas meia-noite. Foi aí que começou a merda. Sabe quando você tá de boa, aí começa uns pesamentos impuros do nada. Desde que mudei nem tive relações sexuais, nem me masturbei, de repente a vontade do além veio.

Na maioria das vezes que eu fazia, recorria a minha própria imaginação, eu nunca gostei muito de pornô. Desci minha mão por cima do short curto de academia e apertei minha intimidade. Me esparramei no sofá, sem me preocupar se alguém veria, afinal eu estava sozinha.

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