Capítulo 1 [Reconstruir]

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Olha quem voltou! Sim, eu. 😉

Eu prometi pra mim mesma que ia voltar pro WattPad só depois do final do meu TCC, mas a real é que eu fico doida sem escrever um cadinho. Então cá estou com uma AU de Girafa (que foi o que vocês mais pediram lá nos comentários de Brisa Leve).

Não prometo a frequência que eu postava em BL, porque estou em uma correria doida, mas prometo que se vocês gostarem eu vou estar aqui pra alimentá-los com um pouquinho das minhas viagens. E com um cadinho da minha arte também (capa da fic e header do capítulo feitos por mim 😍).

Espero que vocês gostem bebês!
Não deixem de votar e de comentar pra eu saber o que acharam.

2020

Gizelly sentiu a respiração da filha ficar mais leve e o peso de seu corpo pequeno se apoiar todo ao seu. Era reconfortante tê-la ali e, apesar de toda a confusão que habitava sua cabeça, ela agradeceu por aquele final de semana ser delas. Ainda se sentia mal por não estar dando o melhor para a criança naquele momento - a melhor casa, a melhor cama ou a melhor programação nos dias que passavam juntas - mas precisava do seu anjinho ao lado antes de encarar mais uma semana sozinha. Antes de se levantar com cuidado da cama a mulher deixou um beijo na testa da filha e admirou os cachinhos que caíam da sua cabeça e repousavam no travesseiro. Buscou uma água e resolveu checar o celular antes de se deitar de novo. Uma mensagem na tela chamou sua atenção.

Bloqueou o celular novamente, achando melhor não responder

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Bloqueou o celular novamente, achando melhor não responder. Sim, ela podia voltar pra casa, mas aquela casa já não era sua há alguns meses e Marcela precisava entender aquilo e parar de agir como se não tivesse sido ela mesma quem a mandou embora. A mulher tomou mais um remédio para dor de cabeça antes de se deitar em sua cama, dormindo rapidamente. No dia seguinte foi acordada pelo melhor despertador do universo: os pulos animados de uma criança de quatro anos anos que ria enquanto afastava as mechas de cabelo que teimavam em invadir seu rosto e um abraço bem apertado assim que ela abriu os olhos.

Gizelly

- Mamãe, o que a gente vai fazer hoje?

- Hoje é domingo, e domingo é dia de...

- Churrasco?! - Alessia me perguntou com os olhinhos brilhando enquanto eu levantava da cama e pegava ela no colo.

- Exatamente.

- Faz tempo que não tem churrasco.

- Você tá com saudades?

- Simmmm!

- Liga pra sua madrinha então, corre lá. - entreguei meu celular pra ela enquanto começava a preparar o nosso café da manhã. Observei os dedinhos ágeis procurarem o número de Bianca, pouco depois ela voltou, ainda com o telefone na orelha.

- Eu tô saudades também. Beijo. - sorri para minha pequena quando ela estendeu o aparelho para mim - Tia Bi quer você.

Os furacões estão de volta? - a voz da minha melhor amiga soou no meu ouvido e eu sorri com o apelido que eu trouxe da faculdade e agora se estendia para minha pequena.

- Com certeza, passou da hora né?

Faz tempo, já era pra ter superado aquela bruxa no dia seguinte que saiu de casa. - fiquei em silêncio por alguns segundos. Bianca nunca tinha sido muito fã de Marcela, minha ex esposa. Elas tinham convivido bem pelo tempo que estivemos juntas, mas agora não podiam mais ouvir o nome uma da outra - Desculpa, ela é mãe da Lelê, eu sei.

Tá tudo bem. Vocês podem churrasco hoje?

Pra vocês eu posso tudo Gigi. Porque a gente não faz aqui em casa?

 Você leu a minha mente. - sorri, pensando que o apartamento provisório onde eu estava morando não tinha nem espaço para esse evento. - Vou tomar um banho e arrumar a Lelê e vamos.

- Aguardo vocês.

Depois de um café da manhã onde o suco de laranja se espalhou pela mesa e o Jack roubou não só um, mas dois pães que eu preparei pra Alessia, sobrevivemos e começamos a nos arrumar. Os churrascos de domingo eram uma tradição desde antes de Alessia nascer. Bianca e eu nos conhecemos no primeiro ano da faculdade de direito e moramos juntas durante os cinco anos de graduação, minha graduação, já que ela largou na metade para investir em um pequeno negócio de cosméticos. Após a formatura eu fui morar com Marcela, por quem eu estava perdidamente apaixonada desde o segundo ano da faculdade, e o negócio de Bianca já ia muito bem então ela alugou um apartamento para morar sozinha. Idealizamos os churrascos porque sempre nos consideramos nossa família longe de casa, desde que deixamos de morar sob o mesmo teto o domingo era de encontros obrigatórios. 
Hoje minha vida está uma bagunça. Enquanto espero a reforma do apartamento novo moro em um alugado que mal cabe minhas coisas e, depois de 5 meses do divórcio assinado eu ainda estou tentando entender quais vão ser meus planos de vida a partir daqui. Eu tenho um ótimo emprego em uma grande firma de advocacia, mas minha vida pessoal foi tirada dos eixos completamente. A marca de Bianca é conhecida nacionalmente e agora ela mora em uma casa com Miguel, um amigo nosso da faculdade também, e outra Bianca, um beijo de balada da Bia que acabou virando uma amizade colorida ou um relacionamento bem aberto que a gente finge entender. O importante é que elas se entendam no final das contas.

- Tia Bi! - Alessia correu para o colo da minha amiga carioca assim que o portão se abriu e eu segui logo atrás carregando sua mochila.

- Furacãozinho! - Bianca a apertou em um abraço firme e me encarou com um olhar sério - Eu estava morrendo de saudade de vocês duas.

- Nós também Bia, as coisas estavam uma bagunça, mas agora estamos de volta.

- Olha quem tá aqui! - Miguel abriu os braços para receber minha pequena que depois abraçou a última moradora da casa.

- Oi tio Guel, oi B2!

- Onde você vai quenga? - Bianca chamou atenção da mulher que batizamos de B2 para evitar confusões, que depois de dar um beijo em Alessia subia as escadas rumo ao portão.

- Olha o respeito Bianca! - ela riu antes de responder - Eu te disse que chamei uns amigos, eles chegaram.

- Qual é a de vocês no momento? - cutuquei minha amiga enquanto Miguel buscava algumas cervejas pra gente.

- A mesma de sempre, somos amigas.

- Mas dão uns beijos?

- Antes fossem só uns beijos. - nosso amigo voltou com as long necks - As coisas que eu sou obrigado a escutar nessa casa Gi, eu não mereço.

- Uai, muda então bicha.

- Credo Bianca!

- Se você mudar a Bianca morre nessa casa sozinha.

- Morro mesmo, Miguelzinho é o meu novo compasso moral. Graças a deus ele ainda tava aqui nesse seu tempo reclusa, porque a tarefa era sua.

- Fico feliz em passar essa responsabilidade pra frente, você dá mais trabalho do que a Lelê.

- Mamãe! - a pequena que acabara de ser mencionada chegou correndo enquanto a gente ainda ria, carregando sua mochila - Eu posso entrar na piscina?

- Pode, deixa eu só arrumar a boia pra você. - tirei o inflável de dentro da mochila enquanto ela mesma se encarregava de se livrar do vestido que usava e a Bia dava conta do protetor solar. Enquanto eu soprava ar naquele plástico, observei as pessoas que desciam a escada e travei ao ver um rosto que eu nunca tinha visto pessoalmente, mas tinha frequentado bastante minha vida algum tempo atrás.

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