Impulsos

Capítulo 29 [Revelar]

Boa noiteeee! Perdi o sono então lá vai mais um pra vocês 💁🏻‍♀️
Queria dizer que agora vai começar uma porrada de acontecimentos que vão envolver conhecimentos jurídicos e médicos que eu NÃO TENHO, então tô tomando licença poética pra me perdoar por qualquer erro.
Tô tentando manter tudo o mais próximo da realidade possível, mas tô com preguiça de pesquisar então vai pelo que eu já sei e pelo senso comum. Meus amigos/parentes médicos/advogados que me perdoem (e vocês também!)

Marcela

O tiro acertou meu pé, pensando comigo mesma não dava pra negar isso. Eu tinha que pensar mais antes de agir, era fato. A cada quilômetro em que eu me aproximava do fórum eu me arrependia mais um pouco de ter contado a verdade pra Gizelly.
Desde que eu compartilhei com el a história da inseminação que não aconteceu - pelo menos não em mim ela tinha ficado quieta, na dela. Não vi Alessia no final de semana que deveria ser meu e não tive nenhuma explicação, mas não disse nada, com medo de iniciar mais uma briga. E porque eu tinha compromissos naquele final de semana mesmo, me economizaria a babá. A intimação chegou na minha casa alguns dias atrás, tempo o suficiente de encontrar um advogado que me defendesse das acusações de Gizelly, que atuaria ela mesma na acusação. Eu estava calma, até ontem. Foi quando eu conclui que seria muito mais difícil esconder da minha família o jeito que as coisas estavam desmoronando na minha vida se eu não pudesse mais exercer a medicina. Eu precisava da minha mãe, então liguei e pedi que viesse, contei a história com alguns cortes e ela comprou a primeira passagem que achou. Deveria chegar antes do julgamento.
Andei pelos corredores irritada com o barulho dos meus saltos contra o chão. Encontrei meu advogado antes de me dirigir pra a sala de audiência, que ainda estava fechada quando chegamos, atendendo o caso anterior. Ela estava sentada ao lado de Bianca e eu odiei como ela parece mais linda ainda que antes.

- Eu não acredito que você tá me fazendo passar por isso.

- Eu, Marcela? Pelo amor de Deus, você precisa de uma terapia.

- Porque eu tentei salvar a minha família?

- Se até hoje você não vê problema no que você fez, talvez você entenda quando não puder fazer o que você mais gosta.

- Você está tirando tudo de mim Gizelly, tudo. E depois o monstro sou eu.

- Filha! - a voz da minha mãe soou no corredor antes que as palavras saíssem da boca já aberta da minha ex mulher.

- Josiane. - Gizelly a cumprimentou com uma educação que ela não reservava mais para mim, mas recebeu um olhar de ódio da minha mãe.

- O que você está fazendo é ridículo Gizelly! Eu te defendia tanto, sempre falei pra todos como você era uma mãe, nora e esposa perfeita e agora...

- Espera aí, o que eu estou fazendo é consequência do que a Marcela fez. Ela não pode se guiar pelas emoções no consultório, isso pode...

- Você traiu minha filha enquanto tudo que ela faz é trabalhar pra manter essa família, você não pode dizer o que ela pode ou não fazer.

- Eu trai sua filha?

- Amor, desculpa o atraso, eu... - Rafaella chegou no local sem prestar a mínima atenção na conversa que já estava rolando, segurando um bebê que eu coloquei no mundo no colo. Em outros momentos eu estaria encantada, mas agora eu só conseguia pensar que devia escolher melhor meus pacientes.

- Foi com essa vagabunda? - minha mãe olhou para ela com canto de olho, mas falou alto o bastante para que todo mundo escutasse.

- Eu nem te conheço senhora, você vai me desculpar, mas vai se foder.