Capítulo 4 [Reconstruir]

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Caramba, vocês mereceram demais esse capítulo! As metas foram batidas até antes do que eu esperava, então cumprindo a promessa: voltei. Fico feliz que estejam gostando desse universo novo, continuem votando e comentando pra eu acompanhar vocês 💖

Obs: eu morro de rir com os comentários ao longo do capítulo, vocês são ótimas! 😂


2020

Rafaella

- Tem uma mãe ligando desesperadamente querendo colocar a filha na turma de 7 anos. - Mariana me encontrou no meio do corredor da Kalimann's, com uma agenda em mãos e um olhar perdido. Era difícil ver minha coordenadora assim, o que me chamou atenção - Eu sei, eu sei que não tem como e está superlotado, mas ela realmente não desiste. Ofereceu até para pagar o dobro da mensalidade.

- O dinheiro não é a questão. Só porque ela tem mais não vai passar na frente da lista de espera. - a respondi, suspirando - Me passa o número que eu converso com ela.

- Graças a deus! Não aguento mais essa mulher. 


Mari pegou o celular em mãos e segundos depois eu senti meu aparelho vibrando com a mensagem recebida. Sorri e comecei a minha volta da tarde pelos corredores da minha escola de balé. A sensação de falar ou só pensar nisso me confortava da cabeça aos pés. Desde bem pequena eu dançava. No começo era nos corredores de casa, mas logo minha mãe me matriculou em uma escolinha em Goiânia e eu nunca mais parei. A leveza de cada passo me encantava, bem como a sensação de flutuar que eu sentia ao repassar minhas coreografias com as músicas e elas se encaixarem perfeitamente. Todo o meu horário fora da escola eu passava entre as paredes de espelho e barras. Quando eu finalmente terminei o colegial me mudei para São Paulo buscando vaga em uma companhia maior de balé. Durante um ano respirei dança todos os dias e até ganhei algumas competições. Foi em uma delas que um tombo me levou ao chão, junto com a carreira que eu pretendia ter.
Fui levada para o hospital com um pé quebrado e meu tornozelo nunca mais foi o mesmo depois daquele dia. Depois de alguns meses de recuperação eu conseguia dançar de novo, mas nunca poderia colocar sobre meu corpo o esforço necessário para ter a dança como profissão. No meio do curso de Administração idealizei a escola. Dança era a minha vida e eu não podia viver em um universo sem ela, só foi necessário adaptar um pouco os sonhos. Trabalhei no meu modelo de negócios durante toda a graduação e consegui alugar uma sala pequena para começar assim que me formei.
Hoje nós temos um prédio inteiro. Não é um prédio tão grande, mas é meu. Nos dois primeiros andares mora meu sonho de infância, no último, eu. E agora minha família, um sonho mais recente que faz meu mundo ser mais completo. Eu não imagino pedir mais nada além de tudo  isso que eu tenho. Logo que pensei neles, assisti os dois rostinhos sorridentes que eu mais amava no mundo vindo em minha direção. Acompanhados por um que mostrava sinais de desespero.


- Meus amores! - me abaixei em frente ao carrinho de onde Léo e Sofia me encaravam - Como vocês estão?

- Alimentados e com muita energia. - a resposta veio de Caon, que me olhava em desespero. Não consegui evitar a risada - Você acha engraçado porque não foi você que passou meia hora fazendo eles comerem meio prato.

- Eu literalmente faço isso todos os dias. - sorri pra ele enquanto pegava Sofia no colo - Mas eu amo. E não reclama, que você só ficou com eles hoje porque eu assumi a sua aula pra você fugir de um rolo seu.

- Não é um rolo! Eu juro pra vocês que eu nunca nem pretendi ficar com aquela menina, mas ela insiste em ficar me mandando mensagens. Aliás, como ela conseguiu meu número?

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