Impulsos

Capítulo 33 [Perceber]

Eu ia postar esse capítulo ontem mesmo, porque cês sabem como eu sou cadelinha por vocês né? Mas a bonita aqui queimou a mão na panela e não conseguiu escrever no resto
do dia 🙃 Mas agora estamos aqui com um capítulo novinho. Apertem os cintos aí que ainda tem emoção essa semana.

2020
Gizelly

De boba eu só tenho a cara, posso até demorar às vezes a perceber algumas coisas, mas era óbvio que não estava tudo bem com a Rafaella quando ela foi embora no sábado de manhã. Ficou mais claro ainda quando ela me disse que não voltaria mais, mas achei melhor dar o tempo dela do que insistir demais. Chamei Bianca para almoçar comigo e com Alessia para me distrair um pouco, minha melhor amiga nunca falhava nisso. Enquanto eu preparava uma lasanha ela me contava tudo sobre o relacionamento com a Mari que eu ainda não sabia. Era bom vê-la feliz desse jeito, com os olhos brilhando e cheia de amor ao falar de alguém. Melhor ainda era saber que era recíproco. Almoçamos escutando Alessia tagarelar sobre o que queria fazer de tarde e depois de arrumar a cozinha e dar um tempinho, fomos para a piscina.

- Agora sério. - Bianca me chamou a atenção enquanto tomávamos sol - Você vai me falar porque tá tão quieta hoje

- Não tô! Só tava ouvindo vocês falarem.

- Tá bom Gizelly. E eu nasci ontem né? Te conheço quase mais que você mesmo, tem alguma coisa te incomodando. E a Rafa não tá aqui, vocês brigaram?

- Não, na verdade tava tudo normal até hoje de manhã, ela acordou estranha e foi levar os gêmeos pro Rhelden. Nunca mais voltou, disse que não volta hoje.

- Vocês são muito grudadas, só um dia longe não vai fazer mal.

- Claro que não vai Bia, mas ela tava estranha. Disse que foi um pesadelo, mas não sei, eu sinto que tem alguma coisa que ela não tá me falando.

- Tenta não pensar muito nisso agora, pode não ser nada. Ela não te deu até agora nenhum motivo para desconfiar dela, então dá esse crédito.

- Você tá certa.

- Eu sempre tô.

- Tá bom, convencida. Falando em ficar grudada, porque você não fala pra sua namorada subir pra cá? - um sorriso se abriu no rosto da minha amiga como se eu tivesse oferecido dinheiro e ela já pegou o celular - E pede pra ela trazer a Manu, que eu não nasci pra vela.

- Mamãe, posso tomar um sorvete? - Lelê se aproximou de mim toda manhosa, sorrindo fofinho e me abraçando com os bracinhos gelados. A típica tática de convencimento que eu sempre caia.

- Você já tomou sorvete depois do almoço.

- Eu seeeeei. - ela arrastou a vogal e piscou devagar - Mas sorvete nunca é demais né?

- Não é que ela tá certa? Vamos lá furacãozinho, vou pegar sorvete para você. - Bia respondeu, já sabendo que eu acabaria deixando mesmo e entrou com minha pequena. Quando elas voltaram, além das taças de sorvete, trouxeram Mari e Manu também.

- Boa tarde Titchela, que linda cobertura você tem! - Manu já se ajeitou na cadeira de sol ao meu lado e eu ri do jeitinho dela - Obrigada por ser minha amiga.

- Disponha. Oi Mari!

- Ei Gi! - ela olhou em volta como se estivesse procurando algo, ou alguém - Ué, a Rafa não tá aqui?

- Não. - tentei forçar um sorriso - Hoje ela teve aula na Kalimann's de manhã e ficou em casa para descansar.

- Ah. - foi tudo que recebi como resposta de Mariana, que ficou perceptivelmente incomodada com algo.