Capítulo 24 [Revelar]

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Ó, como eu amo muito vocês e eu não consigo recusar um pedido, voltei com um capítulo pequetito! Não tem nem capa porque não daria tempo de fazer hoje, mas é só pra ajudar a segurar a ansiedade de vocês até o próximo kkkkkkk

Eu não tô respondendo os comentários, porque sou boca aberta e acabaria contando uns spoilers pra vocês, mas eu vejo tuuuuuudo e eles me incentivam muito a continuar a história, obrigada ❤️

2020
Gizelly

A sexta feira acordou um pouco fria e foi difícil acordar Alessia cedo, mas a palavra "panqueca" tinha um poder especial. Limpei os machucados do seu pé, que já estavam bem melhores do que ontem já que a Rafa havia cuidado, e refiz os curativos. Depois de um café da manhã mais do que reforçado no lugar que ela amava, informei que ela não deveria ir ao balé se estivesse com dor e que não era para se machucar mais, mas ela insistiu que iria para conhecer a professora nova e os novos amiguinhos, então eu levei. Assisti alguns minutos da aula, avisando Vívian sobre os machucados. A professora mudou a aula, passando brincadeiras leves para o entrosamento dos alunos e eu vi minha pequena sorrir, aparentemente sem medo e sem dor. Fui até o escritório da Rafa depois de confirmar que minha filha estava bem. Bati na porta três vezes.


- Pode entrar! - sua voz soou do outro lado e eu obedeci, encontrando-a com o olhar fixo nos papéis espalhados pela mesa e um pouco surpresos ao repousarem em mim - Gi? Você não foi trabalhar hoje?

- Não, tirei o dia para ficar com a Lelê e queria saber se você quer se juntar à nós.

- Não precisa Gi, pode aproveitar seu tempo com ela, não quero me meter.

- Rafaella. - chamei com cuidado até ela olhar para mim - Você não está se metendo, nós duas amamos quando você está perto. Ontem eu só não deixei que você fosse comigo buscá-la porque eu não queria ver a Marcela descontar em você. Mas atualmente meus planos todos ficam melhores contigo, eu espero que essa semana não tenham estragado isso pra você.

- Não poderia, quando você me olha desse jeito. - ela finalmente sorriu, se inclinando sobre a mesa para me beijar - Fiquei com medo de estar ultrapassando limites.

- Não, ela ultrapassou. Você só tem amor e cuidado comigo e com a Lelê, aliás, obrigada por cuidar dos machucados. Melhoraram muito já.

- Que bom saber disso. E ela está bem?

- Sim, animada para o dia de hoje. Podemos contar com a tia Rafa, a Soso e o Léo?

- Com certeza. 

- Espero que sua agenda esteja livre então, porque quero te levar agora já. E não pretendo devolver.

- Toda sua. Eu só tenho que entregar esses papéis para Mari antes de sair pro almoço e depois do almoço buscamos os gêmeos, eles comem lá.

- Tá bem, vou te esperar assistindo a aula da Lelê.

- Daqui a pouco eu vou lá. - ela piscou pra mim e eu não segurei minha vontade de contornar a mesa e beijá-la antes de sair.


Depois de uma longa semana, minha sexta feira tinha sido perfeita. Junto com Rafa fomos almoçar em um restaurante que tinha sorvete de sobremesa, mais um dos pratos favoritos de Alessia. Eram muitos, para ser sincera, mas ela era minha filha então eu não podia esperar algo diferente. Buscamos os gêmeos depois e passamos a tarde brincando no playground do prédio, só pra finalizarmos ela no shopping, brincando mais um pouco nos brinquedos todos cheios de luzes e cores que eles amavam - e confesso que eu também. No fim do dia deixei Rafa na casa dela e voltei com o coração tranquilo para a minha. Nos preparamos para dormir e eu já estava quase pegando no sono quando olhinhos pequenos me encararam.


- Mamãe, posso dormir com você? 

- Oi meu amor, achei que você já estava dormindo.

- Não. - ela subiu na cama, se sentando antes de deitar - Posso?

- Claro que sim meu amor. - abri os braços e ela se aninhou neles - Você tá com medo de dormir no seu quartinho?

- Não, só queria você.

- Ai meu deus! - apertei ela um pouquinho, deixando um beijo na testa - Eu te amo pequena.

- Também te amo mamãe.

- Você se divertiu hoje?

- Muito! - ela sorriu largamente e eu assisti o sorriso diminuindo aos poucos - Mas mamãe, quando a gente vai voltar pra casa?

- Nós estamos em casa princesa.

- Eu sei mas, a gente não vai voltar pra nossa casa mesmo? Com a mãe Marcela?

- Como assim Lelê?

- Eu...eu achei que a gente voltaria um dia. Que a gente ia ser uma família, ter mais irmãozinhos e...

- Você sabe que eu namoro a Rafa agora. - ela concordou - E você gosta da tia Rafa. Tem o Léo e a Soso...

- Eu gosto, mas... - antes de me responder ela começou a chorar, me sentei na cama e peguei a pequena no colo, acendendo o abajur ao meu lado.

- Que foi Lelê? Você sabe que pode falar comigo qualquer coisa.

- Eu amo a tia Rafa, mamãe. Mas minha mãe acha que eu não amo ela se você não voltar. 

- Sua mãe falou isso, foi? - ela concordou e eu respirei bem fundo, tentando me centrar quando a vontade era sair correndo e ir na casa da Marcela perder o meu bendito réu primário - Meu amor, você tem um coração do tamanho do mundo, você pode amar a tia Rafa, a mamãe, sua mãe e ainda sobra um espação. Não precisa escolher.

- Eu gosto do jeito que você fica com a tia Rafa. E dos gêmeos. E eu gosto de morar aqui. Mas eu também amo minha mãe.

- Tudo bem Lelê, você não está errada. Sua mãe vai entender com o tempo, tá bem? 

- Ela ainda vai me amar?

- Claro que vai, ela te ama mais do que tudo no mundo. Ela só está chateada.

- Comigo?

- Não, comigo meu amor. Vai ficar tudo bem, ok? Eu vou conversar com ela.

- Tá bom. - ela me abraçou com os bracinhos pequenos e fechou os olhos - Boa noite mamãe.

- Boa noite princesa.


Só consegui relaxar um pouco  depois de sentir a respiração leve no meu peito, enquanto ainda pensava em como amenizar aquela situação. Se Marcela não admitiu o que estava fazendo fisicamente com Alessia, que era nítido para quem olhasse para a pequena, ela não admitiria qualquer tipo de terror psicológico que estava acontecendo ali. Foi difícil fechar os olhos me lembrando das palavras da Lelê, do choro inocente e do olhar desesperado que ela lançava pra mim. Ela era pequena demais pra passar por isso. Aliás, ninguém merecia passar por isso. Eu queria levantar e confrontar Marcela mais uma vez, mas não ia adiantar, eu precisava de uma nova abordagem.

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