Capítulo 4

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Catherine arremessa mais uma pequena adaga que acerta o alvo com perfeição.

Faltava poucos dias para a primeira noite de baile, os vestidos chegariam em dois dias. Cassandra estava na sala de jantar tendo um chá da tarde com as amigas, Genevive decidiu a acompanhar, as damas fofocavam sobre a vida, o reino e pretendentes para suas filhas.

Catherine não iria se juntar, estava distraindo sua cabeça. Se ficasse em uma mesa só de mulheres adultas fofoqueiras, provavelmente não ia dar certo.

Arthur percebeu a porta da sala de treino aberta e entrou na mesma, ele viu Catherine de costas acertando outro alvo, os três alvos tinham adagas no centro, com miras perfeitas.

Arthur soltou um suspiro porque sabia que algo incomodava a filha.

- Catherine.- A garota se virou e não arremessou as últimas quatro adagas que estavam na sua mão.- Por que não está na sala de jantar junto com Cassandra e Genevive?

- Não quero ficar perto daquelas amigas fofoqueiras de Cassandra e suas filhas. Você mesmo me disse, se esconda antes que o perigo te ache.- Catherine ia arremessar outra adaga mas Arthur tira de sua mão junto com as outras que ela segurava.

- Nem o meu melhor soldado conseguiu acertar três alvos com perfeição.- Arthur diz olhando os alvos, Catherine abaixa a cabeça e o homem a olha.

- O que eu vou fazer da vida? Treino dia e noite para minha segurança. Para que treinar se eu estou presa dentro de casa?

- Você não está presa...

- Eu quase não saio na rua, tenho medo.

- Você? Medo? Pensei que essa palavra não estava no seu vocabulário.

- Tenho medo de algum guarda ter a capacidade de sentir meu cheiro humano e cortar minha cabeça, medo das pessoas me caçarem como um monstro.

- Por que você quer ser cavaleira?

- Porque...porque dessa forma as pessoas terão um pouco de respeito, iram ver que eu não sou uma humana fraca, posso lutar, caçar até mesmo matar se for necessário.- Arthur prendeu a respiração por um segundo e colocou as mãos para trás, começando a andar até perto dos alvos.

- Já disse que você é muito parecida com a sua mãe, mas uma coisa idêntica que você tem é a ambição. Você abriria mão da sua segurança para seguir seu sonho, mesmo que isso a leva-se a morte. Eleanor fez a mesma coisa, me deixou casar com Cassandra e seguiu a vida depois.

- Há que ponto você quer chegar?- Catherine diz cruzando os braços.

- Mesmo você não sendo minha filha de sangue, eu a considero como uma. Eu tenho orgulho que pelo menos uma filha minha é boa em luta e armas...- Arthur estava quase cedendo mas o laço do acordo apertou no seu coração.- não vou deixar você se tornar cavaleira, vou ver o que você pode fazer.- Disse em um tom sério.

Arthur largou as adagas e saiu da sala antes que Catherine falasse algo, a garota não sabia do acordo entre ele e Eleanor.

Catherine ficou com tanta raiva mas não podia gritar, pegou uma adaga e jogou na direção da porta a onde a cabeça de Arthur tinha passado. Lágrimas de frustração caíram dos seus olhos, sempre levava um "não" e estava cansada disso.

Uma crise de tosse a atacou e uma dor no meio surgiu fazendo ela cair de joelhos no meio da sala, Catherine abriu a mão e viu gotas de sangue na mesma, o gosto metálico ficou na sua boca.

Ela abriu o frasco e pingou duas gotas na língua, engoliu e depois puxou o ar fortemente tossindo novamente, mas nenhum sangue saiu.

Catherine continuou ajoelhada no meio da sala enquanto chorava.

Capítulo revisado.

A Coroa de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora