Capítulo 22

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Catherine foi jogada em uma cela úmida, dentro da prisão principal do reino.

Ela se apoiou nas barras de ferro geladas.

- Não podem me deixar aqui!- ela gritou para os guardas se afastando.

- Nem tente belezinha, já era.- uma voz masculina velha ecoou de outra cela da torre.

- Christian, seu demônio. Eu também errei, mas ele me mandou para prisão.- Catherine diz para si mesma.

- Cala a boca queremos dormir!- outra voz ecoou e outras concordaram, Catherine xingou todos mentalmente.

A cela era gelada, mal iluminada e tinha uma pequena janelinha retangular com barras de ferro no topo, uma cama de colchão fino e um sanitário. Catherine tirou os saltos sentindo seu pé encostar no chão gelado e úmido da cela.

Se sentou em um dos cantos abraçando seus joelhos.

Catherine xingou todos e principalmente Christian, encostou a cabeça em uma pedra da parede e depois de muito tempo dormiu.

Na manhã seguinte, guardas jogaram roupas na cela. Uma calça marrom larga e uma blusa de manga amarelada com pequenos furos, o cheiro não era dos melhores.

Cathe se trocou e deu adeus ao vestido que agora estava todo sujo.

A comida era mingau de aveia azedo e pão duro, Cathe não comia mais que duas colheradas.

Olhava o teto e analisava cada detalhe daquela pequena cela, por sorte ela escondeu sua poção e ficou com ela sem os guardas perceberem.

E essa foi a rotina de Cathe por longos sete dias.

Cathe já perdia as esperanças de alguém vir, perdeu um pouco de peso por não conseguir comer o mingau azedo que davam.

Ficava encolhida em um canto escutando a conversas paralelas dos prisioneiros, em quase todas as noites Cathe escutava uma voz feminina cantando baixinho uma música calma.

Catherine viu que era uma mulher da idade de Cassandra, possuía cabelos longos pretos e olhos escuros, estava pálida por não pegar sol, ela ficava uma cela de distância de Catherine.

Cathe nunca puxou assunto mas a música da mulher acalmava a garota.

O cheiro horrível da cela, Cathe se acostumou com ele aos poucos. Pensou se seu pai estaria tentando fazer alguma coisa ou os espiões.

Mais três dias se passaram, Catherine estava mais uma vez deitada de cabeça para baixo na sua cama dura, seus cabelos soltos castanhos encostavam no chão e ela esperava o sangue subir para o seu cérebro para talvez ela morrer logo.

Mas para a sua surpresa, ela escutou passos fortes ecoarem pelo corredor de celas e o barulho de chaves. Quatro guardas pararam em frente a sua cela, Cathe se sentou novamente na cama sentindo uma tontura.

Dois guardas seguraram seus braços e a tiraram da cela, Cathe olhou uma última vez para a figura feminina na outra cela e a mulher também a olhava.

- Obrigada pela música.- a garota disse e a mulher deu um sorriso como resposta.

- Nos vemos no inferno belezinha.- a voz velha masculina ecoou.

- Vai sozinho para o inferno, demônio!- Cathe gritou como resposta enquanto era arrastada pelos guardas.- Qual a sentença? Morte?- perguntou mas eles não responderam.

Catherine escutou o barulho de chicotadas e gritos de dor, engoliu a seco pensando se levaria chicotadas.

Porém, para a surpresa da Catherine, os guardas a levaram para fora da prisão e colocaram dentro da carruagem que transportava prisioneiros.

Será que eu vou para Howard? Catherine pensou.

Howard era uma área pequena entre os reinos de Cleves e Aragon, conhecida como "Morte aos pecadores". Nenhum prisioneiro saiu vivo para contar o que realmente tinha lá.

Catherine sentiu a carruagem balançar e os guardas não falaram uma palavra.

Novamente, Cathe estava amiga do Medo.

Capítulo revisado.

A Coroa de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora