𝑪𝒓𝒊𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 𝑳𝒐𝒗𝒆

ɪ ᴡᴀɴᴛ ʏᴏᴜ

Joalin Loukamaa

-Você é ridículo, Bailey! - falei negando com a cabeça. - Ridículo!

Caminhei em passos rápidos até a porta e apanhei a jaqueta que ele havia largado no chão ao entrar, vesti a mesma e girei o trinco devagar, eu ainda esperava que ele dissesse algo, que me impedisse de fazer algo que ele não quer, como ele sempre faz, mas não, ele permaneceu calado, virei para encara-lo. Ele estava com as mãos na cintura, me olhando debochado.

-Não  voltar tarde, querida. - repreendeu em seu tom mais debochado.

Bufei e sai da casa batendo forte a porta. Eu não fazia a menor ideia de para onde ir, na verdade, eu nem sei por que eu saí de lá, ou muito menos a razão pela qual eu me iludi achando que ele teria no mínimo consideração por mim, e não iria ficar se pegando com ninguém sob o mesmo teto que eu.

Fiquei alguns segundos parada na calçada com cara de pata, até cair na real e perceber que eu não tinha para onde ir, Bailey era minha casa agora, e no momento ele deve estar curtindo a noite com a vaca da Nathalie.

Eu sou tão otária.

Sentei ali na calçada mesmo, um pouco afastada dos grandalhões que cercavam a casa. Joguei a cabeça para trás afim de puxar um pouco de ar, teria parecido cena de filme, isso se a vida não conspirasse contra mim e não tivesse feito-me bater a cabeça na parede fria do muro que cercava a casa de Bailey. Mereço.

Eu estava com tanta raiva, com tanto nojo, repulsa... E inveja. Inveja da Nathalie, óbvio.

Eu queria chorar, não sei explicar. Não é possível que eu tenha me apaixonado em tão pouco tempo por um cara como ele, ou é? Ele me trata como um objeto, ele é possessivo, eu nunca gostei de pessoas assim, e agora estou aqui, sofrendo por um babaca.

Devia ser eu lá, com ele, por mais babaca que ele seja.Por mais que por causa dele eu já tenha perdido tudo, escola, meu pai, amigos, vida... E cá estou eu, agarrada a sua jaqueta, sentindo seu cheiro. Enquanto outra o sente por completo.

Bailey May

Eu não havia gostado nada daquele papinho da Joalin preferir o Noah e ela ainda pediu para que ele a levasse em uma praia. O que ela queria fazer na praia com ele? E pra completar ela ainda fez uma visitinha ao Josh. Otimo.

Eu estava com raiva, eu queria descontar em alguém, mas essa cidade anda tão lixo ultimamernte que nāo existem mais nem nerds andando na rua pra você espancar, ou algo do tipo. Então tive que recorrer a Nathalie. E só eu estralar os dedos que ela corre pra mim que nem uma cadela no cio.

Por alguma razão desconhecida, eu a levei para minha casa. Eu nunca levo vadia nenhuma para casa. Talvez tenha sido para atingir Joalin, mas só talvez. Até por que a última coisa que eu esperava era ela acordada a essa hora da noite.

Agora cá estou eu jogado no sofá, preocupado com aquela filha da puta que saiu a essa hora, e para piorar as coisas Nathalie não para de tagarelar ao meu lado. E impossivel olhar para o corpo dessa garota e não desejá-la, mas agora, sei lá, para mim tanto faz, tudo que eu quero é que ela suma, preciso de silêncio.

-Ah, então é isso? -ela continuou.-Vai ficar ai quebrando a cabeça por causa daquela vadia de quinta, por favor Joalin.

-A única vadia de quinta aqui é você. - ela me olhou ofendida.

Fiquei de pé.

- Voce é ridículo!

-Não é a primeira vez que ouço isso. - falei debochado.

-Me trouxe aqui para que então? Só pra arrumar briguinha com a pirralha?

-Não acha que já nos divertimos o bastante antes de virmos para cá? - arqueei as sobrancelhas - Anda, Nathalie, some.

-Como vou voltar pra boate?

- Peça para alguém te levar, não sei, apenas suma da minha frente.

Ela pegou a bolsa que havia largado em cima do sofa e saiu batendo o salto firme no chāo de madeira. Ui, bravinha.

Fui até o lado de fora, assim que Nathalie saiu. Ela ainda estava entrando em um dos carros, nem fiz questão de olhar. Estava concentrado em encontrar, Joalin.Eu fui tāo otário. Se bem que eu estou certo, ela não tem nada que ficar de conversinha com o Josh, nem Noah ou o caralho ao quatro.

Estava indo ao encontro dos seguranças na frente da casa, com certeza saberia dizer para que lado ela teria ido, mas nem foi preciso. Ele estava sentada na calçada, tentando ao máximo se proteger do frio com a minha jaqueta, que para ela ficava enorme. Ela estava toda encolhida, e seus olhos estavam encharcados.

Eu odeio vê-la assim. Eu sou um babaca. Mas eu não sei ser outra coisa alem disso. Fazero que.

-Vem, Lin - agachei ficando mais ou menos na sua altura - Vamos entrar, está frio.

-E a Nathalie?- ela perguntou baixinho.

- Mandei ela ir embora.-dei de ombros.

- Por que?

-Porque sim - falei perdendo a paciência.-Agora venha vamos entrar.

-Não - falou encolhendo-se mais - Vai lá com a Nathalie.

-Se eu soubesse que você ia dizer isso não teria mandado ela ir embora.-ela me olhou feio enquanto eu a levantava do chão.-Anda, pra dentro.

Ela relutou um pouco mas entrou, eu entrei logo atrás.

Tentei tirar a jaqueta dela mas ela impediu.

- Que foi?

-Estou com frio, quero ficar com ela.

- Está com frio? - ela assentiu - Posso esquentar pra você...

- Por que não esquenta pra Nathalie?

- Claro, e enquanto isso você pode ir se esquentar na praia como Noah, ou seria o Josh? - najei.

- Bailey, não acredito.-me olhou abismada - Está com ciúmes?

- Já disse que não sinto isso.

-Então nāo se importa se eu realmente for atrás deles?

- Eu não me importaria, mas com você usando essa roupa apertada, eu não te deixaria sair para lugar nenhum.

- Então não deixe. -falou num tom sexy - Me ame, May, me ame do jeito que eu amo você.

A puxei pela cintura colando nossos corpos e nossas testas.

-Sabe por que a Nathalie foi embora?.-ela negou com a cabeça - Por que eu não consigo mais olhar para ela, e desejá-la do jeito que eu desejo você.