Eu gritava, chorava, esperneava.
Só eu sou capaz de saber o que estou sentindo agora.
Ele atirou no meu pai, na minha frente, sem sentimento algum, com a mesma cara debochada de sempre, e eu me sinto a maior otária da face da terra por amar tal cara. Mas isso não importa agora, tudo que eu queria era voltar lá e ajudá-lo, e se ele morrer? Ele pode ser o lixo que for, me bater incontáveis vezes, mas ele é meu pai, e eu não consigo nem pensar em perdê-lo.
Eu nunca parei para pensar como me sentiria se eu o perdesse, e só agora eu sei, eu tenho medo, e esse medo elimina de minha mente todo o mal que ele me fez. Entrei na casa de Bailey - que agora também é minha, após ele me trazer no estilo Bailey May , ou seja, ele me arrastou até o carro e me trouxe para cá, mas não ficou barato pois o chamei dos piores nomes que conhecia enquanto voltávamos para cá, o que - óbvio - o deixou irritado, muito irritado.
- Voce é um idiota! - gritei - Eu te odeio! Te odeio!
-Cala a porra da sua boca!.-gritou de volta.- Ele te machucou!
- Ah, claro, ele me machuca e você vai e atira nele - falei irônica - E SE ELE ESTIVER MORTO BAILEY? - voltei a gritar.
-Quem se importa? - deu de ombros.
-Eu me importo, Bailey! Ele é o meu pai, de um jeito ou
de outro, é o meu pai!
- Ou era.. - falou baixo prendendo o riso.
-VOCÊ NÃO PODIA TER FEITO ISSO, NÃO PODIA - gritei esmurrando seu peito, mesmo sabendo que eu estava tão fraca que ele nem sentiria - EU TE ODEIO, MAY! ODEIO!
Ele segurou meus pulsos impedindo-me de continuar minhas pobres tentativas de agredi-lo. Ele estava apertando com força, o que estava me causando uma dorzinha incomoda.
- Esta machucando. - falei baixo.
-E você gosta? - perguntou seco.
- Obvio que não.
-Não parece.
-Por que?
-Por que esta ai chorando e esperneando por um babaca que fez o mesmo.
-Ele me machucou sim, Bailey - falei olhando em seus olhos - E não foi só uma vez, ele fazia isso todos os dias ele respirou fundo, desviou o olhar e colocou as mãos na cintura, deixando meus pulsos livre. Uh, ele está bravo? - Mas nenhuma das agressões dele doeu tanto quando vê-lo tomar um tiro, ainda mais vindo de você.
Ele me olhou por um segundo e eu podia jurar que bem no fundo, no fundo mesmo, eu vi um certo arrependimento em seus olhos. Limpei uma última lágrima que caia sobre meu rosto e corri pelas escadas e entrei um quarto qualquer, ainda não conhecia a casa, mas pelo que deu para notar era só um quarto de visitas.
Bailey May
Soquei a primeira coisa que vi na minha frente,
O espelho se dividiu em mil pedaços, alguns ainda permaneceram na moldura. Olhei para o meu reflexo dividido entre os cacos que ainda estavam ai.
Que merda está acontecendo com você, Bailey? Eu nunca me arrependi de ter matado alguém, se bem que não estou arrependido, só não gostei de ver a Joalin daquele jeito.
Liguei para Noah e pedi que ele fosse com Lamar até a casa de Joalin e levassem aquele pedaço de bosta para o hospital, como vaso ruim não quebra entāo acho que ele não vai morrer, isso se eu não tentar matá-lo outra vez, depois que Joalin disse que ele a batia todos os dias meu nojo só aumentou, vai ser dificil me segurar perto daquele cara.
Eu não fazia a minima ideia de onde Joalin estava, com certeza em algum dos quartos. Abri a primeira porta do corredor, ela não estava lá. Devem ter uns mil quartos nessa casa.
Animo Bailey, faltam só nove mil novecentos e noventa e nove.
Espera.
Essa conta ta errada.
Ah, foda-se.
Eu precisava encontrá-la. Quando decidi que ia trazer Joalin para morar comigo foi por que eu finalmente havia aceitado foi por que eu finalmente havia aceitado que sentia algo por ela, e eu queria que ela soubesse.disso. Claro que não é amor, não, eu não amo, nunca, jamais.
Anotem: Bailey May não ama. Mas, eu gosto dela, me importo, e isso já é algo, sinceramente acho que ela é a única pessoa com quem eu me importo, com exceção dos meninos, óbvio.
Já estava na metade do corredor quando meu celular tocou, era Lamar. Deve ter noticias do velho.
-E ai,? - atendi
-E ai que o cara ta bem, ta até falando. - sorri.
Mas pelo fato dele estar vivo, e sim pelo fato de Joalin não precisar mais chorar.
-Vaso ruim não quebra mesmo, hein.
-Pois é - riu - Te mando o endereço do hospital por mensagem, mas e ai, o que o pobre mortal fez pra tomar um tiro?
- Depois te falo, preciso achar a Joalin
-Hmmmmm, a delicia ta ai?
-Vai tomar no cu, Lamar. - falei encerrando a chamada.
Guardei o celular no bolso e continuei procurando-a. A encontrei em um dos últimos quartos, ela estava chorando agarrada ao travesseiro, me aproximei devagar sentei na cama ao seu lado, ela notou minha presença mas não se manifestou.
Acariciei seus cabelos olhando-a nos olhos, e pra minha surpresa ela me abraçou. Me abraçou forte, como se seu mundo estivesse caindo naquele momento. E talvez estivesse.A vida dessa garota é uma desgraça, e agora mais que nunca eu sentia vontade de protegê-la, de tudo e todos.
- Lin... -soltei o abraço, ela olhou para baixo - Olha pra mim -falei leva tando seu rosto - Me desculpa... -ela arregalou levemente os olhos, eu ri fraco - Eu sei, é estranho me ouvir pedir isso, mas eu me senti mal, por ver você mal, sabe?
- Desculpa, Bailey, mas..
-Espera - cortei- Eu ainda não terminei.- ela limpou uma lágrima com as costas da mão - Para de chorar, seu pai
está bem.
- Está?
- Infelizmente, sim. - ela fechoua cara.
- Não acredito em vocė.
- É sério - revirei os olhos - Vem cá - falei ficando de pé e estendendo a mão para ela.
- Aonde vai me levar?
-Vou te levar para ver o seu pai, ué.
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Beijo na bunda até a próxima 😘
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𝑪𝒓𝒊𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 𝑳𝒐𝒗𝒆
Fanfiction[𝑻𝒆𝒓𝒎𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂] +Joaley||ᴀ ᴠɪᴅᴀ ɴᴜɴᴄᴀ ғᴏɪ ᴄᴏᴍᴏ ᴊᴏᴀʟɪɴ ᴇsᴘᴇʀᴀᴠᴀ, ᴀᴘós ᴘᴇʀᴅᴇʀ sᴜᴀ ᴍãᴇ ᴀs ᴀɢʀᴇssõᴇs ᴠɪɴᴅᴀs ᴅᴇ sᴇᴜ ᴘᴀɪ ᴛᴏʀɴᴀʀᴀᴍ-sᴇ ᴘᴀʀᴛᴇ ᴅᴇ sᴜᴀ ʀᴏᴛɪɴᴀ. ᴍᴀs ᴏ ǫᴜᴇ ᴅɪᴢᴇʀ ᴅᴇ ʙᴀɪʟᴇʏ ᴍᴀʏ? ғʀɪᴏ, ᴇʟᴇ ɴãᴏ é ʙᴏᴍ ᴘᴀʀᴀ ɴɪɴɢᴜéᴍ.. ᴀᴏs 17 ᴀɴᴏs, ʙᴀɪʟᴇʏ ᴄᴏᴍᴀɴᴅᴀ ᴏs...
