Henry recusou o jantar e se recolheu cedo naquele dia. Disse a Lita que estava com dor de cabeça e iria dormir. Não era mentira, depois que falou com Eva sua cabeça começou a latejar nas têmporas. Ele quis acreditar na irmã quis ser lógico e racional, mas seu coração se recusava. O lógico era que ele havia visto uma moça parecida com Louisa e não que ela estava viva. Realmente era impossível. Ele acompanhou a evolução da doença da sua esposa. Ele chegou a vê-la morta, não chegou? Não exatamente. Ele não conseguiu se aproximar muito do corpo dela. A dor era insuportável demais. Aquela médica... Ela disse que Louisa tinha uma doença terminal. Não era possível que todos fossem mentirosos. Por que seu coração se negava a acreditar que aquela loira não era Louisa? Por causa dos olhos... A mente dele respondeu. Os olhos dela... Eram os olhos de Louisa. Meu deus, por favor, me ajude. Ele se revirou percebendo que não ia dormir hoje. Já eram quase 10 horas da noite, ele estava deitado desde às 6 horas. Em instantes Lita entraria por aquela porta e iria estranhar a inquietude dele.
Levantou-se, buscou uma garrafa de whisky e bebeu direto do gargalo. Bebeu tão rápido ao ponto de sentir sua garganta se desfazer devido à queimação causada pelo álcool. Aquilo era bom, era bom se desanuviar com alguma dor física para distraí-lo um segundo que seja do seu emocional arruinado. Quando a garrafa estava pela metade, ele a largou. Beber algo tão forte sempre o deixava mole e sonolento. Finalmente ele dormiu, passou a noite inteira sonhando com Louisa.
Lita o acordou delicadamente, passando a mão por seu peito. Henry abriu os olhos com a sensação que havia sido atropelado por um trem. Um trem chamado Louisa. Ou Emília? Puta que pariu! Ele acabou de acordar e lá estava ela grudada na porra dos seus pensamentos! Lita sentiu quando todo o corpo dele ficou tenso. Ele tentou ser agradável, tentou até sorrir, mas não conseguiu. Murmurou um "bom dia" e saiu da cama indo direto para o banheiro. Quando se encarou no espelho, ele olhou no fundo dos próprios olhos. Ele não era louco. Louisa estava viva. Ele ia provar isso. Tomou um banho rápido depois de escovar os dentes.
Se trancou em seu escritório depois de tomar café em silêncio com Lita. Primeira atitude: buscou na internet a respeito da Dra Kate Moss. A mulher existe na internet. Pelo menos ela era uma médica de verdade, uma ginecologista. Ligou para o consultório dela e marcou uma consulta para a sua esposa naquela tarde. Usou o nome de solteira de Lita. Ele queria pegar a mulher desprevenida.
Em seguida ligou para a universidade onde Louisa estudou direito. Ele não sabia como, mas achou que poderia encontrar uma resposta lá. Universidades eram muito burocráticas, principalmente com estudantes estrangeiros. Talvez Louisa tivesse dado alguma informação que nunca se preocupou em dar a ele. Quem sabe o contato de algum parente. E se Louisa tivesse uma irmã gêmea? Não era estranho que justamente na Califórnia ele encontrasse uma mulher idêntica a ela?
Quis falar com o reitor para que ele autorizasse o repasse das informações sobre Louisa, mas antes teve que passar por várias pessoas de níveis hierárquicos mais abaixo. Ficou mais fácil o acesso ao reitor quando ele mencionou uma generosa doação que ele pretendia fazer a universidade onde sua falecida esposa tinha estudado. O reitor atendeu a ligação, de forma bastante efusiva.
– Desculpe incomodar, sr Wilson. Sei que o senhor é muito ocupado. O senhor nem me conhece... – O velho sorriu diante da modéstia do rapaz, todo mundo conhecia os Brandon da Oil Company. – Mas eu realmente queria fazer essa doação. Minha esposa adorava a universidade...
– Eu entendo, não é incômodo nenhum! Vamos fazer o que for possível para lhe atender.
– Então, eu estava pensando se poderia colocar alguma ala da biblioteca com o nome dela ou algo assim. Tenho certeza que ela ficaria feliz se seu nome fosse ligado à universidade de alguma forma.
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Nothing Lasts Forever
Lãng mạnNada dura para sempre. Para entender o presente, devemos dar uma olhada no passado. Porém, se sua intenção é ter um futuro, o melhor que você pode fazer é enterrar o seu passado de vez. Avisos: Eu não escrevo sobre um mundo cor-de-rosa, então, estej...