Henry havia se distanciado da sua vida social agitada depois que conheceu Louisa. Ele havia optado por lugares mais tranquilos para leva-la quando saíam juntos, numa tentativa de conversar para se conhecerem melhor. O que nem sempre dava o resultado esperado por ele, já que Louisa pouco falava de si.
Sem resultados satisfatórios nesses encontros mais íntimos, ele decidiu apresenta-la ao mundo do qual estava acostumado, ele a convidou para uma festa numa casa noturna famosa em Londres. Louisa não tinha roupas para ir a lugares assim, mas ia mesmo assim visto que ele não parecia se importar com os trapos que ela usava. Ele nunca havia deixado de leva-la num lugar de alto nível apesar dela garantir que não tinha a vestimenta adequada.
Dessa vez, vendo que ela estava desconfortável por não ter o que usar, ele delicadamente se ofereceu pra comprar um vestido pra ela. Ela aceitou, pois estava realmente interessada em ir à famosa boate. Henry levou ela a um shopping antes, ficou de olho nas peças que ela se interessava, mas logo deixava pra trás, quando via o preço. Mesmo que não fosse ela a pagar pela roupa, não queria abusar comprando algo muito caro. Comprou um vestido branco, uma jaqueta preta e um sapato fechado de salto fino, mas não muito alto. Gostou do look que montou e ficou na expectativa para o sábado. Depois que a deixou em casa, Henry voltou ao shopping e comprou todas as peças que ela havia se interessado, mas por humildade não havia pegado. Pretendia dar a ela, quando o momento certo surgisse.
No sábado, quando a viu montadinha em boas roupas, Henry sorriu se dando conta de que ela não precisava de boas roupas pra ser linda. Mas não podia negar que ela ficava bem, vestida assim e mais do que isso: ela parecia ter incorporado o papel de moça financeiramente bem nascida. Apesar da pouca altura, ela tinha presença. O nariz empinado, queixo erguido e os olhos indecifráveis... Tudo nela era convidativo. Mais do que nunca, ele se sentiu atraído. Mais do que nunca ele quis tê-la pra ele. Secretamente prometeu a si mesmo que não importa quanto tempo levasse, aquela garota seria dele.
Ao chegarem à boate, Henry foi recebido como de costume, entrando direto sem esperar em filas, foi direcionado para a melhor mesa e mesmo sem ter solicitado foi servido de drinks exóticos. Louisa observava tudo sem nada dizer, pensando que era assim que pessoas com dinheiro viviam. Logo Henry começou a acenar para conhecidos, cumprimentar alguns amigos. Apresentou Louisa a algumas pessoas, mas a frieza dela não deixou seus amigos a vontade para lhes fazer companhia por muito tempo. Henry não se importava de verdade. Ele não queria dividir a atenção dela com mais ninguém de qualquer forma.
Henry a observou beber pouco. Ela disse que não era acostumada a beber, por isso estava acostumando seu paladar com os drinks que não paravam de chegar, um após o outro. Aos poucos a bebida foi esquentando por dentro, Louisa se viu mexendo delicadamente a cabeça no tom da música. Se virou pra Henry que obviamente estava enfeitiçado demais para olhar para outro lugar que não fosse ela.
– Você dança? – Ela quis saber.
– Na verdade, não muito. – Ele disse próximo do ouvido dela.
– Você dança. – Louisa decretou. Ela se levantou e estendeu a mão pra ele. Ele segurou e a acompanhou até a pista de dança.
Louisa nem se lembrava quando tinha dançado pela última vez. A vida infeliz que levou até agora não permitiu que ela se desse esse prazer. Mas agora ela não deixaria essa oportunidade passar. Mexeu o corpo ao som das batidas da música eletrônica. Foi a primeira vez que Henry viu Louisa se entregar a uma alegria que não envolvia seu cachorro.
Ela sorriu e fechou os olhos quando ele envolveu sua cintura, tentando acompanhar os movimentos da dança dela. Henry se curvou para se aproximar do rosto dela. Encostou delicadamente o nariz na curva do seu pescoço para cheira-lo. Era exatamente o mesmo cheiro do cachecol. Lou abriu os olhos quando sentiu o toque suave do nariz dele em sua pele. Ela não se afastou ou recuou quando os olhos dele se encontraram. Aquilo era mais do que ele esperava, então a beijou. As mãos que estavam na cintura dela, trouxe o corpo pequeno para junto do seu. Ele sentiu quando uma das mãos dela alcançou sua nuca e amassou seus cabelos. Um segundo depois, as línguas se buscavam e se enroscaram numa carícia lenta e provocante. Henry se esqueceu que estavam cercados de pessoas, pra ele só existia os dois. Ele também não saberia dizer por quanto tempo se beijaram, ele só percebeu que não foi o suficiente quando pararam pra tomar fôlego.
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Nothing Lasts Forever
RomanceNada dura para sempre. Para entender o presente, devemos dar uma olhada no passado. Porém, se sua intenção é ter um futuro, o melhor que você pode fazer é enterrar o seu passado de vez. Avisos: Eu não escrevo sobre um mundo cor-de-rosa, então, estej...