37. Fim

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Henry entendeu que Emília deveria estar bastante decepcionada por não ter ficado grávida, daí o silêncio dela. Até Henry estava triste com isso. Ele queria aquele bebê tanto quanto ela. E pensar que ele quase perdeu o casamento dele e mesmo assim não teria o bebê... Mesmo assim ele ficou intrigado com o silêncio de Emília. Eva percebeu a preocupação de Henry através do seu jeito distraído de falar ao telefone. Foi então que ela o pressionou por informações.

– Ela não me respondeu. Acho que ela está desapontada por não ter conseguido. – Ele disse igualmente desapontado.

– Isso é tudo? Você não tem certeza?

– Eu perguntei, até liguei. Ela não atendeu e nem retornou.

– Que estranho... Você acha mesmo que ela desistiria fácil assim?

– O que ela poderia fazer?

– Abrir as pernas pra você novamente.

– Eva!

– Não banque o certinho. Você sabe muito bem que ela o tem na mão. Ou no meio das pernas... Tanto faz.

– Eva...

– Não seja tolo. Até parece que não conhece o tipo de mulher que Emília é. – Ele sabia sim que tipo de mulher Emília era, só que ele também conhecia seu lado orgulhoso. Ela não era de rastejar. Ele estava realmente acreditando que ela não conseguiu o que queria. Se Emília continuasse querendo muito um bebê, provavelmente ela teria de uma forma ou de outra. Ela poderia engravidar de qualquer um. Henry não suportava pensar nessa possibilidade.

– Eu vou confirmar isso. Mas tenho que fazer isso discretamente. Não quero deixar a Lita chateada.

– Me dê notícias... Quando vocês voltam?

– Eu não sei... Espero que logo. – Henry suspirou. Ele estava cansado de NY. Passava quase o tempo todo no apartamento e isso estava deixando ele tenso e irritado.

Com a situação do seu casamento bem mais calma, Lita estava retomando a amizade com Ben. Henry finalmente havia relaxado na vigilância e ela aproveitou para se aproximar dele. Lita já tinha pintado quadros suficientes para fazer uma exposição. Porém, ela estava postergando, pois não conseguia se vê fazendo uma exposição sem a ajuda de Ben. Ela era capaz de preparar tudo sozinha, mas ela simplesmente não queria. Todas as exposições que fez na vida, ele estava ao seu lado. Estava bem difícil de desapegar. Se ela pedisse pra ele ir até NY, Henry acabaria matando ele. Ao menos que... Ela tentasse convencer o marido de que era seguro trazer Ben. Mas será que era mesmo? Por falar em situações constrangedoras... Numa manhã, Lita entrou no escritório de Henry e esperou que ele terminasse uma ligação sobre trabalho. Quando ele desligou, Lita foi direto ao assunto que ela estava evitando há meses.

– Ela está grávida? – Henry ficou surpreso. Demorou a recuperar a fala.

– Não... Na verdade, não sei. Acho que não.

– Qual foi o acordo?

– Não temos... Ela disse que me avisaria. Não avisou nada, então...

– E se ela estiver?

– Eu vou fazer tudo que se espera de um pai.

– Eu imaginava. – Ela disse sem expressar nenhuma emoção. Henry estava pensativo, tentando imaginar o que ela estaria sentindo ou pensando agora.

– Quando você vai expor?

– Em breve. – Lita desconversou e se levantou.

– Você sempre diz isso... – Há algumas semanas que ele sempre perguntava como estava o andamento dos quadros e como seria a exposição e Lita sempre desconversando ou simplesmente evitando o assunto colocando outro por cima. Lita pensou um pouco antes de falar.

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