capítulo 1

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Na escuridão da madrugada fria Nazli se pendurava entre os galhos com todo cuidado para não cair ou fazer qualquer outro barulho e acordar o seu pai que tinha um sono muito leve, pois se fosse pega naquela situação teria que explicar o real motivo de sair escondida, e o pior de tudo seria o castigo, perderia a confiança que o pai tinha nela, e concerteza o que ela mais temia na vida se anteciparia.

Porém ja estava acostumada, descia e subia aquele tronco da árvore que ficava ao lado da janela de seu quarto quase todas as noites, o melhor de tudo era a recompensa no final, na opinião dela, sempre valia a pena todo aquele sacrifício.

Em plena era da tecnologia, Nazli vivia uma vida um pouco e tanto inusitada para o que estamos acostumados a ver na vida real, diria que sua história está mais para um filme do século passado.

A bela jovem namorava escondido Marcelo Andrade, um rapaz que tinha lá suas qualidades que de alguma forma agradou a nossa mocinha, os dois se conhereram no primeiro período da faculdade, onde coincidentemente cursavam o mesmo curso de arquitetura, porém em salas separadas.
Marcelo por sua vez só reparou em Nazli depois que se esbarraram por acaso no corredor da escola, na pressa de chegar em suas devidas salas em meio a correria de outros alunos acabaram se trombando.
Logo se viu, todos os livros de Marcelo foram parar no chão, Nazli toda desajeitada e com vergonha apressou-se a ajunta-los, tentou lhe fazer uma gentileza porém parou assim que ouviu o som da risada daquele jovem, ficou furiosa, não era pra menos, estava perdendo seu tempo ali, ja muito atrasada só interrompeu o caminho para ajuda-lo e era desse jeito que o mal educado lhe agradecia, de imediato pensou em xinga-lo por não prestar atenção por onde andava, porém mais rápido ainda foi o pensando de que não valia a pena descutir com um louco não perderia os únicos minutos que ainda lhe restavam para chegar em sua aula, decidiu não falar nada apenas empurrou nas mãos dele o único caderno que conseguiu pegar antes de sair com sua cara emburrada .

Mesmo Marcelo sendo todo centrado ficou balançado,aquela jovem esquentadinha, era muito bonita, alguma coisa nela havia lhe chamado atenção.

A partir desse dia passou a observa-la de longe,sempre a procurava com o olhar nos corredores da escola até encontra-la, ficava minutos só a observando de longe, percebeu que a moça sempre estava sozinha com um semblante triste, tinha muita curiosidade em saber tudo sobre ela, e o motivo que a tornou uma jovem solitária e fria.

Desde a infância Marcelo sonhava em se tornar um arquiteto conhecido e renomado, apesar de ser um jovem de família pobre nunca desistiu do que ele queria, o grande exemplo foi chegar a tão sonhada faculdade, jamais desistiu no primeiro obstáculo, e com ela não seria diferente, só precisaria achar um jeito de se aproximar sem ser inconveniente, já que ela não dava abertura para aproximação, de uma coisa ele tinha plena convicção, aquela garota ainda ia ser o amor da sua vida.

Em uma manhã qualquer de inverno o destino resolveu lhe dar uma mãozinha, Nazli chegava a escola a pé, quando derrepente começou a cair alguns pingos de chuva, sem muito o que fazer foi o jeito correr para não se molhar, Marcelo viu a sua chance de aproximação, correu até ela e lhe ofereceu o guarda chuva que tinha nas mão, Nazli ficou muito agradecida por não ter se molhado toda, depois daí tudo fluiu, começou como amizade, logo se intensificou, como Nazli sempre foi uma jovem sozinha e carente logo se viu apaixonada pelo único amigo que conseguiu fazer, Nazli sabia que não podia viver esse amor, tentou resistir por um tempo, sabia que um dia alguém sairia machucado daquela relação.
Até que um dia não resistiu a tantas investidas de Marcelo, se tornou fraca e não conseguiu mante-lo longe, resolveu agir com a voz do coração se permitiu viver o amor que a cada dia só crescia envadia seus corações, nos braços dele estava sendo feliz como sempre sonhou em ser, para ambas as partes estava sendo bom, diferente de tudo que haviam vivido antes, mas a voz da razão sempre lhe acusava de ser egoísta com Marcelo, por não contar a verdade a ele.

*****

Debaixo de um poste mal iluminado, já estava Marcelo esperando a amada chegar, o encontro dos dois quase sempre acontecia ali na pequena praça da cidade, costumava a ficar tranquilo aquele horário da noite, por isso o casal escolheu o lugar para ponto de encontro.

Ao vê-la se aproximando abriu o seu lindo sorriso de apaixonado como sempre fazia, sabia que era correspondido, pois o mesmo sorriso que carrega em seu rosto era estampado no dela também, e aquela sensação que tudo ficaria bem sempre acalmava seu coração.

__Oi meu amor, demorei?__Disse ela__Me esperou muito?__ O abraçou carinhosamente pela cintura repousando a cabeça na curva do seu pescoço, sentindo o cheiro de locação pós barba que transpirava de sua pele. __Estava morrendo de saudades.

__Sabe muito bem que por você esperaria o tempo que for meu amor, para te ter em meus braços, sentir o teu perfume, te tocar, sentir o gosto doce da tua boca, sempre esperarei por você__Marcelo também se referiu ao tempo que Nazli havia pedido para contar a verdade ao pai, só não sabia quanto tempo seria necessário, por mais que não demostrava a ela, toda aquela situação já estava lhe cansando, no começo foi divertido e tudo mais, porém com o passar do tempo vendo que nada mudaria, não que ele estava deixando de ama-la, mais a situação em si chegou ao extremo, só queria poder viver um relacionamento normal como de qualquer outro casal.

Nazli nunca foi boba, já havia percebido que o namorado andava um pouco diferente, não tirava sua razão, viviam aquela situação a mais de dois anos, sabia que a culpa era toda dela, não tinha coragem de terminar o namoro com ele já o amava muito para perde-lo, tinha medo de contar toda a verdade e perde-lo também, sempre entre a cruz e a espada sentia-se uma fraca, mais acima de tudo era a liberdade e a vida do pai, por quem tinha tanto apreço que estava em jogo naquela história toda, tentou por várias vezes convence-lo a anular uma decisão estúpida que tomou ainda na sua adolescência, porém era inútil.

Marcelo sempre achou que Nazli escondia a relação que os dois tinham de todos e principalmente do pai por ele ser pobre, talvez ela tivesse medo da reação do sogro, em saber que a sua única filha  namora um jovem de  classe social muito abaixo da dele, achando isso s faria de tudo para provar ao contrário para aquele senhor equivocado, um rapaz pobre poderia sim vencer na vida e ser digno de casar com a mulher que amava, por isso fazia planos para um futuro juntos, Nazli valia todo o seu sacrifício.

Mais  primeiramente para que os seus sonhos se tornassem realidade  teria que se formar em arquitetura, conseguir um bom emprego com ótimo salário, comprar uma bela casa, quando fosse reconhecido por seus trabalhos, pediria a mão de Nazli em casamento e seriam felizes para sempre.

Mal eles sabiam o que o futuro reservava.

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