Milagre ou coincidência?

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  Narrador

Lá estava Park Jimin mais uma vez, procurando em suas enormes pastas algo que pudesse salvar os seus negócios. Era dono de uma empresa que produzia e vendia produtos diversos (como doces, refrigerantes e afins) e estava perdendo suas vendas por conta de concorrentes que, com ideias mais inovadoras que as suas, conseguiram chamar mais a atenção dos consumidores. Ele estava prestes a falir e não queria isso, mas era a verdade. Apenas um milagre poderia salva-lo naquele momento e ele estava rezando para que ele acontecesse. Tivera muito trabalho para construir todo o seu império e o ver desabar agora era realmente frustrante.

Ao ver que não havia mais solução para aquilo, apenas pegou seus pertences e saiu da sala, procurando ir até a sua casa para pensar melhor sobre o que fazer naquele momento tão difícil. Talvez no seu conforto pudesse pensar melhor. Desceu as escadas até a porta principal e então foi até o estacionamento, onde pegou o seu carro e o ligou, saindo em disparada de volta ao lar. Se sentia raivoso consigo mesmo, por não conseguir dirigir uma "simples" empresa. Se culpava todos os dias pelas quedas de compra e pela falta de criatividade. Era muito perfeccionista, aquilo o atingia de formas inexplicáveis. Gostaria de ter mudado muitas coisas, mas agora elas eram passado e não tinha mais como conseguir isso. Teve suas chances, mas agora estava tudo indo por água abaixo. Quando olhou para fora do vidro de seu carro, viu folhas caídas no chão. Era outono e as alaranjadas árvores ateavam as folhas que antes eram esverdeadas ao chão, formando uma paisagem incrivelmente bonita, porém que, para muitos era considerada apenas sujeira. Porém, não ligando muito para aquilo (já que não era o seu foco principal do momento), apenas continuou sua rota.

Quando finalmente chegou em seu lar, saiu do carro, pisando finalmente em terra firme. Precisava de um café e de muitas ideias, apenas isso. Então, imediatamente quando entrou, ligou o modo avião de seu celular, para que ninguém o ligasse enquanto estivesse pensando. Foi até a cozinha e pegou a cápsula para colocar em sua cafeteira  colocou a sua caneca e, enquanto não ficava pronto, subiu até seu quarto e pegou o seu notebook de dentro de um armário que ali havia e o colocou em cima da cama, ligando-o e voltando de onde inicialmente havia saído. Já com o líquido preto em suas mãos, voltou para onde estava o seu aparelho, se sentando e prestando atenção apenas ali. Usaria a internet para o ajudar a ter ideias e inspirações sobre o que deveria fazer para, de alguma forma, "levantar" as vendas.

Pesquisou em vários sites, várias fontes, mas não conseguia. Quando pensava ter conseguido, via que não era tão original quanto pensava, ou não estava do jeito que queria. Ou também não era muito interessante... Não sabia que podia ser tão difícil assim fazer apenas um design. Se lembrava então de quando começou a montar seu negócio: as ideias sempre vinham, eram mais de oito diferentes delas por semana. Mas agora quando se precisa, elas praticamente somem e nunca mais aparecem por um bom tempo. O mesmo precisava delas, porém me parecia que não queriam aparecer por nada, então foi nesse momento que seus olhos começaram a lacrimejar. Ele não queria perder tudo, dependia daquilo. Se achava um fracote por estar chorando, mas por outro lado também sabia que era justo cair em lágrimas por perder uma das coisas que mais o ajudou a vida toda.

Em prantos, se retirou do quarto, descendo minuscionamente até o seu quintal, onde se sentou na grama e apenas soube se sentir culpado por tudo o que estava fazendo consigo mesmo. Era horrível não conseguir fazer uma simples coisa que parecia tão fácil. Queria poder se sentir suficiente agora, mas simplesmente não conseguia. Todas as vezes em que se sentiu assim resolveram entrar em sua mente novamente naquela hora e isso somente o ajudou a se enterrar mais em seu buraco em que já se encontrava há muito tempo.

Mais uma vez chorou.

Estava desesperado por uma luz. Qualquer uma que fosse, estava bom. Sabia que milagres não aconteciam se não batalhasse por isso, porém agora não tinha outra escolha. Começou até a rezar para o deus em que acreditava, pediu milhões de vezes uma melhora em sua vida, mas se sentiu mais patético ainda quando viu que estava recorrendo a uma divindade somente por interesse e ela provavelmente não iria atendê-lo.

Chorou mais.

Chorou porque não gostava de se sentir assim: impotente. Sempre gostava de estar com um sorriso no rosto, por mais que não estivesse numa situação boa, mas agora era diferente, porque estava realmente ruim. Não havia mais motivos para sorrir, todos estavam muito longe de sua capacidade atual de se livrar de sua incapacidade de fazer o próprio trabalho, pelo qual foi treinado por anos para exercer.

Os raios de sol em seu rosto tornavam sua cara mais brilhante, por conta da água de suas lágrimas. Estava em um momento de reflexão consigo mesmo e não queria que isso fosse estragado. Por mais que fosse uma reflexão nada boa, ele precisava dela. Quem sabe com ela não aprenderia alguma coisa interessante. Pensar era importante para poder se conhecer melhor e também prestar atenção no que se precisa mudar em si mesmo para ocorrer uma evolução. Em seu caso, não fora bem assim. Quando resolveu fechar seus olhos para poder rezar mais uma vez, ouviu um barulho estranho. Não sabia o que era, mas era como se algo estivesse em chamas. Abriu-os desesperado, pois poderia ser a sua casa, mas, olhando para os lados, tudo estava intacto. Estava prestes a se julgar louco, quando viu "aquilo". Uma luz vermelha brilhava dentre o verde de todo o mato. Não sabia o que era, mas se sentia instigado a investigar. Se levantou em um pulo, esquecendo até de suas lágrimas que estava chorando. Na ponta dos pés, chegou mais perto e se aproximou mais, agachando perto do objeto, vendo que era um tipo de rocha. Não era como as outras, era diferente. Tão diferente a ponto de ele querer a guardar. Se sentiu hipnotizado por ela, então assim fez, pegou-a em suas mãos e levou para dentro de sua casa, indo em direção ao seu computador novamente.

Quem sabe ele não poderia lhe dar uma resposta melhor do que os seus palpites sem fundo sobre a misteriosa coisa.


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