Tempo.

8 3 5
                                    

                      
Jeon Jungkook

— Você não vai fazer nada contra ele, você vai perder toda esta batalha, você é um ser patético! Eu te enojo, você é uma das coisas mais horríveis que eu já tive a oportunidade de conhecer em toda a minha vida. Ou você sai do corpo dele agora ou teremos coisas a resolver, em breve. — Ameaço, mesmo sem saber o que fazer.

— E o que você vai fazer? Que tipo de poder você tem? — Ele se levanta, fixando seus olhos em mim. — Isso mesmo, nenhum! Quem é o patético agora? Aprenda a perder, toda a humanidade está sob meu puro controle agora e não há nada que você possa fazer para salvar as pessoas que ama, elas já se foram. Apenas preciso terminar o que comecei, para ter todo o poder necessário para reinar sobre todo o planeta. Agora já chega, eu me cansei de você. Te deixei vivo por muito tempo, chegou a sua hora. Pereça diante a mim, ou morra tentando se convencer de que você ainda conseguirá ter seu amado de volta.

— Nunca! — Digo, batendo em sua mesa, o que o fez se morder de tanta raiva.

— Uma pena ter que fazer isso com você, então. Achei que pudéssemos reinar juntos. Mas você não está apto, pelo visto.

Uma luz vermelha invadia o quarto e sua risada maligna era o único som que ouvia. Eu já estava aceitando meu destino, tudo isso acabaria agora e eu poderia ver a outra metade de mim, do outro lado, quando ele finalmente acabasse com tudo. Já estava conformado, porém todo o barulho parou repentinamente. Senti algo segurar meu braço e me puxar com a força de alguém que nenhuma pessoa nunca me puxara. Abri os olhos e então estava em um lugar completamente completamente diferente. Me perguntava se aquilo era o céu, porém parecia algo muito mais estranho que isso. Parecia algo parecido com o universo, já que tinha uma temática estelar e escura. Era uma casa, simples, porém não conseguia ver nada além dela, pois parecia estar a noite aqui. Pensei que não poderia sentir mais nada, até alguém tocar em meus ombros. Minha barriga congelou e eu senti meus pelos do corpo arrepiarem. Quando me virei, uma mulher de cabelos azuis ondulados me olhou, com uma cara de quem tinha algo a me dizer.

— Olá? Está tudo bem contigo? — Sua voz era doce, mas ao mesmo tempo me fazia tremer por dentro.

— A-acho que sim. Você me assustou. Estamos mortos? — Perguntei, sendo direto.

— Haha, você é engraçado. Não estamos, eu te tirei de lá, pois você é a única esperança que temos agora. Venha, não tenha medo. — Me convidou para a casa. — Te contarei tudo.

Não hesitei e já que não havia outra saída, entrei juntamente a ela, depois que a porta se abriu. Dentro do imóvel, existia apenas uma mesa, que supus que fosse para conversarmos. Puxei uma das duas cadeiras e me sentei, de frente para ela. Seu suspiro foi longo, ela parecia muito nervosa. Tinha muitas perguntas, mas ela deveria ter muito a me dizer, então achava melhor não perguntar nada agora.

— Bem, por onde começo? Você já deve ter visto que o caos está começando a se espalhar pela Terra e nós não queremos isso, e, pelo visto, aquele serzinho tomou conta de um ser humano. Isso estava fora do planejado. Aquelas criaturas, especialmente esta que está causando o alvoroço, são chamadas de Flamejantes e são inofensivas, pelo menos eram planejadas para serem seres que não cometessem nenhum mal, mas isto saiu de controle. Não estava em nossa linha do tempo, tudo ocorreu muito errado. Tudo isso aconteceu quando ela teve contato com Brasa. — Explicou uma das partes, até que eu a interrompi, mesmo sem querer. Já que estava ali, queria saber de tudo.

— Desculpe, mas o que seria Brasa, em si? — Indago.

— Isso é complicado de se explicar para um mortal, oh céus. Aquela pedra nada mais é que uma pedra infernal, retirada diretamente dos rios de chamas das legiões demoníacas. Como uma pedra de um vulcão, só que com poderes especiais e jamais tocados, nem pelo próprio demônio em si. Não sabemos como isso foi parar no mundo humano, mas esta praga provavelmente a tirou de lá, atravessando a temperatura extrema e chegando até às correntes mais profundas dos sete lagos profundos. Lá era onde se encontrava este item, que é único, um dos únicos três exemplares que existem. Eles são responsáveis pela lei de atração universal. Sei que está se perguntando "mas demônios não são bichos ruins?"... Eles são, mas isso não significa que não possuem papéis no equilíbrio dos pilares que sustentam todas as realidades, inclusive a sua. Cada dimensão possui itens e os seus devidos guardiões. No caso do submundo, as três partes de Brasa eram responsabilidade do próprio Satan, vulgo seu próprio guardião. Ele foi perguntado sobre onde estava quando o roubo ocorreu, mas ele disse que ninguém entrara ali, o que nos fez pensar que esse Flamejante sabia exatamente o que fazia. Esse tipo de coisa é uma das classes mais altas dentre as criaturas sombrias, perdendo somente para o próprio dono do inferno. Então um de seus servos o traiu, mas ele não pode fazer nada contra isso, seria contra as leis. — Ela explicava enquanto eu apenas me encontrava surpreso com tudo isso.

— E quem é você? E como sabe de tudo isso? E por que devo continuar em você?— Pergunto, semicerrando os olhos.

— Eu sou uma das criaturas que sustenta os pilares. O Tempo em si, prazer. Assumi uma forma que não te assustasse tanto, então me agradeça. Está bem claro como eu sei de tudo isso e você deveria confiar em mim somente pelo fato de eu não ter te deixado morrer. — Devolve-me um olhar despreocupado.

— E como eu evitaria toda esta confusão? Eu mal sei como isso funciona. — Afirmo.

— Você aprenderá, é tudo uma questão de tempo e paciência. Enquanto isso, há mais coisas que eu preciso te contar, então, me siga. Coisas precisam ser ditas, não podemos demorar muito. Você vem comigo ou não? — Estende sua mão.

— Se isso salvar a vida de Park... Eu aceito. — Seguro em sua mão, fechando um acordo.

brasa• jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora