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Mais perguntas.

                        
    Jeon Jungkook

Eu estava desesperado com o que Jimin me dissera. Alguém estava me espionando em minha casa mesmo, isso já era um fato. Mas o que eu faria para poder o impedir? Eu não tinha armas e não sei se poderia atacar a pessoa, pois também não sei o que ela esconde ou se tem coragem de matar alguém também. Bom, mas eu sei que, pelo visto, há tempo de sobra para ela vir me espionar. Isso é irrefutável. Essa obsessão já é doença, pois está me colocando em um patamar tão importante em sua vida que aposto que a mesma não possui mais nada para fazer a não ser ficar ao meu redor, observando cada passo e cada coisa que faço todos os dias. É uma horrível verdade, mas tenho que colocar em meu cérebro que essa mesma pessoa seria capaz de tudo, pelo visto. Não sei o seu objetivo comigo, porém ele parece ser importante demais para ser abandonado. Não me lembro de ter feito nada á ninguém em minha vida, sempre fui alguém muito "na minha". Não sou de incomodar os outros e quando faço isso, estou apenas brincando, provavelmente.

— O que vamos fazer? Armar uma armadilha para este verme? — O menor me pergunta, tentando me fazer dizer algo. Ele parecia mais calmo que eu, então apenas tentei voltar ao meu normal para poder me comunicar com ele.

— Eu... Não sei. Precisamos pegá-lo de uma vez por todas, antes que seja tarde. Não quero ser perseguido a minha vida toda por alguém que eu mal conheço. — Não consegui agir normalmente. Pelo contrário, apenas fiquei mais ansioso ainda.

Park estava as mãos em seus cabelos, colocando seu cérebro para funcionar, enquanto eu estava aqui, sem sair do lugar. Eu só queria gritar o quão odeio esta pessoa e o quanto queria que ela apenas me deixasse em paz, pelo menos por agora. Estou me sentindo sufocado por todos esses acontecimentos em um curto período de tempo, isso tudo está me deixando louco! Não sei se aguentarei mais tanto tempo assim, aqui, sozinho. Era impossível para a minha mente e o meu físico ao mesmo tempo, pois os dois estavam sendo afetados pelas atuais situações, já que eu não estava dormindo direito e mal me alimentava por conta do medo constante e maluco.

— Jimin-ssi... — Tento usar um apelido mais carinhoso e vejo que ele aceita, então continuo a minha frase. — Eu estou com muito medo e sei que você está ocupado em sua empresa, mas você trabalha a noite também?

— Que tipo de pergunta é essa? Não estou entendendo aonde quer chegar. — Ele se mantém confuso.

— Bom... Você poderia passar esta noite, aqui em casa? Só hoje mesmo, porque estou muito assustado. Se não puder, eu entendo.  Posso chamar outra pessoa, mas você é um dos mais próximos que tenho agora. — Tento ser o mais pedinte possível, para que ele tenha dó de minha pessoa.

Vejo ele mais pensativo ainda, por conta de minha proposta. Sua cara transparecia indecisão e ansiedade. Ele parecia estar decidindo entre as coisas que teria que fazer em sua empresa e ficar aqui. Eu realmente precisava de alguém, não estava mentindo. Não estava aguentando mais tudo isso, precisava de uma companhia algumas vezes e ele coincidentemente entrou em minha vida justamente em um período difícil. Não podia o obrigar também, pois ele não era minha babá, mas ele também poderia me entender, pois está passando pela mesma situação que eu e ficar sozinho numa dessas, não é nada recomendável. Espero então ele tomar sua decisão. Não iria demorar muito, pois ele não é alguém que é lento para fazer escolhas, ele está mais para uma pessoa rápida, que é decidida. Oito ou oitenta, este é Sr. Park.

— Tudo bem, Jeongguk. — Finalmente concorda. — Eu ficarei contigo aqui, hoje à noite. Porém, você terá que ficar sozinho agora a tarde, tudo bem? A empresa não irá se administrar sozinha, eu preciso estar no comando dela. Coisas de empresário e afins, você sabe como sou. Eu voltarei por perto das nove da noite, que é o horário em que o estabelecimento fecha, ok?

— Tudo bem, então! Eu te esperarei aqui. Qualquer coisa, bata na porta quando chegar. Posso me assustar facilmente se não avisar quem é e o que veio fazer. Preciso de sua identificação antes de entrar. Eu estou sendo um idiota agora, eu sei, mas eu só quero proteger a mim e também a você. Agora estou sendo mais idiota ainda, droga! Pareço uma criança. — Reclamo, batendo os pés.

— Se acalme. Tudo vai ficar bem, eu te prometo. Vamos dar um jeito de nos livrarmos dessa pessoa e descobrir quem ela é, de verdade. Só precisamos de mais pesquisas e tempo, apenas isso. Vamos chegar aonde queremos, tenha paciência. — Termina sua fala, retirando a chave de seu carro do bolso, provavelmente para ir para onde trabalhava. — Enfim, eu preciso ir agora. Eu voltarei, em breve. Me aguarde e mantenha a casa muito bem fechada, prometo voltar também.

Ele vira as suas costas para mim, indo em direção ao carro em que estava observando na hora de nosso plano, ligando-o e sumindo de vez, logo após dar partida. Eu não queria que ele fosse, admito. Mas ele tem a sua vida também, não posso permitir-me prender pessoas desta maneira em minha vida. As vezes acho que o mundo gira em torno de mim mesmo, sendo que não é bem assim. Não sou único na vida das pessoas e vice-versa. Espero que o menor tenha uma boa viagem e que esta pessoa que me persegue não saiba nada sobre onde ele trabalha ou como chegar até lá. Eu preciso dele, comigo. Porra... Nem parece que eu estava brigando com ele até há uns dias atrás por conta de uma conta falsa que fingia ser ele. Agora estou até pedindo a sua presença em minha casa, implorando. Jungkook, você é um hipócrita mesmo.

Esquecendo todo o melodrama e as coisas que estavam acontecendo, decidi que eu iria fazer algo para comer. Algum doce, qualquer coisa iria servir. Passaria esse resto de meu dia em frente à TV, assistindo coisas aleatórias até Park chegar. Quem sabe eu não me distraia de todo esse inferno ao meu redor.