Filme.

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  Park Jimin

Estava voltando de meu trabalho, direto para a casa de Jungkook. Ele já deveria estar me esperando, visto que sabia de meu horário de saída. Meu carro estava na velocidade média, mas eu ansiava em chegar logo, então aumentei-a. Poucos minutos depois, meu destino já estava próximo. Estacionei da melhor maneira que pude e desliguei o automóvel, me retirando do carro. Fechei as portas, deixando-as trancadas. O barulho da televisão da casa dele era audível do portão, ele estava surdo? Só poderia ser isso. Desse jeito, até os vizinhos poderiam assistir, se quisessem. O chamei e ele veio de forma ágil até mim, abrindo o gigante de ferro que trancava a sua casa, me cumprimentando novamente. Nem parecia que praticamente havíamos acabado de nos vermos. Mas não o culpo, ele parecia estar com medo de tudo isso. Eu também estava, porém estava em um lugar com muitas pessoas, já ele, estava sozinho, infelizmente. Não podia fazer nada contra isso, porém era a única opção que tínhamos. Era isto ou o levar até meu trabalho, o que eu nunca faria, pois ele provavelmente me atrapalharia. (Não num mal sentido, mas sim me faria rir toda hora ou coisas do tipo)

— Aconteceu algo desde que saí? E por que a televisão está tão alta? — Tento descobrir as respostas que precisava.

— Eu estava com medo... A televisão num som mais alto, me tranquiliza. Eu estava vendo alguns vídeos fofos na TV para ver se passava este medo, até que estava dando certo, para ser bem sincero. — Parecia animado e muito ansioso por me ver.

Entramos na casa e eu pude ver que ele estava comendo bastante. Os grãos de pipoca se espalhavam pelo chão. Me perguntava como ele limparia isto, mas não era tão problema meu assim, a não ser que ele me colocasse para limpar, o que eu acho que não aconteceria. Algumas embalagens de chocolates também estavam abertas, o que indicava que ele estava ingerindo açúcar também. Não era bom isso, porém também não era sempre que podíamos abusar destas coisas tão gostosas, logo, eu me juntei a ele, sentando-me ao seu lado, no chão. O chão era mais empolgante que o próprio sofá. Era mais próximo da televisão, me sentia numa experiência mais completa.

— Qual vai ser o primeiro filme? Ou você vai querer deixar nestes vídeos, para não ter medo? Não tem problema, por mim. — Pergunto, fazendo uma cara ansiosa por uma resposta.

— Estava pensando em colocar "A culpa é das estrelas". Você gosta? Eu sempre choro, mas é lindo e me acalma bastante. Não sei se já assistiu, mas... Podíamos tentar. — Sugere.

— Eu já assisti, porém é muito bom. Claro que eu adoraria ver de novo! Ainda mais contigo. — A última frase sai sem que eu perceba e então me vejo numa situação constrangedora. O clima ficou quieto e sereno, ninguém se pronunciava. — E-enfim, podemos começar?

— Oh, sim, claro! Quase ia me esquecendo, haha. — Ri nervosamente. — Mas antes, luzes apagadas. Um filme com luzes acesas não é um filme.

— Concordo.

Em poucos segundos, tudo se apagou por conta do maior desligando todos os interruptores. Agora tudo trazia um clima de cinema, estava incrível. Estava me acostumando à isso e, olha, até que não era tão ruim. Há tempos eu não me sentia tão confortável assim, ainda mais com alguém. Ele então configura aquela televisão de grande tela para que ela reproduza o nosso filme desejado e ela liga em pouco tempo, começando com as cenas iniciais. Peguei um dos cobertores que estavam em cima do sofá e cobri as minhas pernas, pois elas estavam muito frias. Me sentia bem melhor agora, com elas cobertas. O vento agora não entrava por baixo delas, o que resultava em ar quente, já que eles estavam completamente forradas. Pego o balde de pipoca e o coloco em meu colo, começando a comer de forma leve e sem pressa. Jeon prestava atenção no filme de forma incrível. Mesmo fazendo outras coisas, não despregava as pupilas da tela. Deveria ser um filme muito especial para ele, mesmo.

— Aquela conserta é muito quente. — Se refere à outra que estava em cima do sofá, ainda. — Pode dividir a sua comigo? Somente para as pernas também.

Não neguei, já que era grande e cabiam duas pessoas ali tranquilamente. Ele se arruma e cruza as pernas, só que agora estava mais próximo de mim, me causando nervosismo. Eu não sabia como reagir nestas situações. Não que eu não gostasse, mas era muito pânico para uma pessoa só, em um dia. Eu já estava muito confuso por ter dito aquilo antes, sem querer. Imagine agora! Eu estava quase explodindo de tanto nervoso. Comecei a chacoalhar as pernas para testar se a minha ansiedade poderia se acalmar um pouco, por conta do movimento. Daqui a pouco começaria a suar aqui e eu não queria isto. Ouço barulhos de soluço e levanto a minha cabeça, olhando para Jeongguk. Ele estava com a cara molhada. Meu Deus, ele estava chorando! Não sei o que eu faço, e agora?

— Kook, você tá chorando? — Indago.

— Estou, eu amo muito essa cena. É a minha favorita. — Aponta para a tela. — Não imaginei que iria realmente chorar, mas, pelo visto, filmes antigos e românticos trazem as minhas emoções à tona.

— Vai passar, fique tranquilo. — Encosto a minha cabeça em seu ombro. — Tudo bem?

— Ok, confio em você.

As cenas estavam se passando e eu estava parecendo um tomate de tão vermelho. Eu nunca me senti assim, era muito diferente e estranho, algo novo. Paixão? Não, era muito cedo para isto. Não poderia ser isto, nunca. Não gosto de ninguém e isso já é provado por mim mesmo. Talvez eu esteja mentindo sobre isso, mas é que minha cabeça já está tão confusa que eu mal sei o que dizer. Meus sentimentos estão muito bagunçados e eu não sei afirmar nada mais além disso, espero que ele também não se sinta assim, pois é a pior coisa do mundo. O conheci há pouco tempo, não posso já estar deste jeito. Droga. Porcaria. Merda! Enfim, tentarei aproveitar este filme ao máximo, pois não é todo dia que tenho este tipo de oportunidade.

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