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Obsessão por sucesso.

                        
    Park Jimin

Eu e Namjoon acabamos por dormir em cima de nossas mesas por conta do trabalho intensivo. Acabei por rir quando o vi praticamente quase babando em cima de minha mesa, quase tirei uma foto para guardar de recordação em minha galeria mas, quando fui tentar completar essa ação, ele acabou por levantar e me olhar confusamente. Segurei uma risada escandalosa e ele felizmente não percebeu, somente abriu seus olhos de forma lenta e perguntou que horas eram. Procurei meu celular por todos os meus bolsos e em cima da mesa e, segundos após, o achei no chão. O transe de meu sono fora tão grande que acabei por o deixar cair. Que cabeça a minha, não?

— São dez horas. — Afirmo rapidamente e ele se assusta.

— Passamos tanto tempo assim aqui? Qual é a porcentagem completa de quanto fizemos? — Pergunta, com um pouco de medo de minha resposta.

— Já fizemos noventa e cinco porcento do desejado. Levará minutos para que terminemos o resto, fique tranquilo. O que falta são apenas os pequenos detalhes, pois eles não podem faltar. — Digo certeiro e ele sorri de forma discreta, parecendo estar aliviado, sem um peso nas costas e eu, mais uma vez, acabei por segurar outro riso.

Ele se levanta e se aproxima de mim, ficando atrás para ver como estava o trabalho pela tela do computador. Sua feição era de aprovação, ele realmente parecia ter gostado do resultado. Ainda bem, pois eram os últimos recursos pelos quais eu podia recorrer. Só precisava dar os últimos toques na embalagem para a tornar mais chamativa e pronto! Estaríamos com um sucesso em nossas mãos. Só espero que seja agradável a todos, pois eu precisava disso para a minha vida.

— Ah, Namjoon, não sei o que seria de mim sem você. Obrigado por aceitar minha proposta e vir ontem. Se não fosse por você, não teria conseguido metade do que fizemos hoje. — Agradeço gentilmente. — Estou orando para que tudo vá para frente, pois a nossa empresa realmente necessita desse empurrãozinho em sua carreira e eu sinto que, com esse novo produto, esse impulso será alcançado, graças ao nosso trabalho em conjunto e à sua grande noção sobre o que está fazendo.

— Não precisa me agradecer. Faço isso pela nossa amizade e você sabe muito bem. Enfim, você consegue terminar essas últimas coisas? Eu preciso realmente sair, me lembrei que tenho uma reunião às 13:00 e eu quero me arrumar com antecedência. — Pede, levemente sem graça, pensando que eu não gostaria dessa ideia.

— Claro, por que não? Agradeço por sua ajuda, muito mesmo. Eu dou conta do recado, pode ir para onde você precisa, não irá me atrapalhar em nada. — Cruzo as pernas em minha preta cadeira, girando-a de forma brincalhona enquanto mordo a tampa de minha caneta.

Ele logo se despede com um singelo adeus e  se retira da sala, fechando a porta ao sair. Agora era apenas eu e meus pensamentos. Essa seria a menor parte, ainda bem que aprendi umas coisas sobre design com o Nam enquanto trabalhávamos juntos, então não será de todo o ruim. Posso não ser o melhor de todos, mas sei uma coisa ou outra. Não sou profissional, mas tento fazer o mínimo. Espero não estragar o resultado, pois, se eu fizer isso, nunca me perdoaria. Poderia me jogar de uma ponte se eu pusesse todo esse esforço abaixo e ainda envergonharia ele. Continuando a focar apenas em meu trabalho, vejo o que poderia ser adicionado. Pensei em detalhes pretos. Eles poderiam destacar um pouco da embalagem vermelha e trazer um "tom" mais sombrio para aquilo, que era exatamente o tipo de mensagem que eu queria que passasse. Algo picante, porém também misterioso e muito bem planejado, mas ao mesmo tempo também muito querido por todos e reconhecível de longe, pois quero ficar famoso vendendo isto.

O meu esforço se transformava em pequenas partículas de suor, que eram causadas pelo excesso de esforço em meu cérebro. Parecia que cada neurônio trabalhava naquele momento, apenas para me trazer mais coisas a mente. Haviam as partes boas e opiniões positivas sobre, mas também existiam as negativas. Não queria me rebaixar agora, então apenas deixei essas vozes ruins falarem sozinhas, pois elas não mereciam a minha atenção e nem valiam o mínimo da atenção que eu estava tendo agora. Estava calmo, não queria ter pressa, odeio fazer coisas quando estou apressado. Tudo sai ruim e mal feito e eu geralmente não sou assim. Gosto de demorar, mas fazer bem feito e bonito, não uma coisa qualquer que se joga em uma prateleira barata. Não era esse meu objetivo,  nem um pouco, pois, se fosse, eu não teria passado nem dez minutos parado em frente à essa mesa se quisesse uma solução temporária. Eu precisava de algo impecável e muito bem pensado, que surpreendesse e ficasse conhecido até fora do país. Algo que bombasse e deixasse meu nome em jornais. Era isso o que desejava: esta fama.

Não entendo porque as pessoas dizem que a fama é algo ruim. Você é idolatrado por todos, por que seria algo assim? Não faz sentido para mim. Isso, em minha opinião, é apenas uma frase feita para desmotivar pessoas a não irem atrás de seus sonhos de serem reconhecidas pelo que fazem, de ter que se acostumarem em sua própria bolha e com suas vidas medíocres. Isso era uma das coisas mais ridículas que já ouvira em minha vida toda, e olha que já ouvi muitas coisas horrendas durante o decorrer de toda a jornada que me trouxe até aqui. Não faz sentido algum você querer dizer à alguém que a fama é ruim, ainda mais quando se é famoso. Eu entendo que a fama tem seus preços, mas também tem seus privilégios, e o dinheiro é o maior deles. O poder, mais ainda. Você, mesmo sem querer, fica num tipo de patamar "maior" do que os outros. Não diria especial, mas sim conhecido. Todos querem uma foto com você, querem te ver. É exatamente isso o que eu quero: sucesso. E nada mais.

Ser reconhecido em meio a uma multidão. Quero isso, e não irei parar por aí. Com "Brasa" conquistarei os céus! Pelo menos espero...