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Visita mal recebida.

                   
          Park Jimin

Ainda estava trabalhando em "Brasa". Burocracia existia em todos os lugares, infelizmente. E muitas vezes não nos beneficiava tanto assim quanto o esperado. Muitas vezes, apenas nos levava mais para mais uns buracos, se você não souber administrá-la de maneira inteligente e sábia. Tudo estava indo conforme o esperado, até uma das secretárias entrar de forma brusca em minha sala, com uma cara um pouco assustada. Me preocupei, pois ninguém nunca foi de fazer isso comigo, a não ser que fosse uma emergência essencialmente essencial, o que deveria ser o caso agora. Não demorei muito, apenas quis que ela foi direto ao ponto, já que parecia tão apressada para me dar uma informação que eu ainda não sabia qual era.

— Está tudo bem com você? — Deixo uma de minhas sobrancelhas arqueadas e ela começa a dizer as palavras como uma metralhadora, o que fez com que eu me perdesse em cada uma de suas falas, pois estava muito rápido e isso dificultava o meu entendimento sobre a sua enunciação.

— Sim, comigo está, mas tem uma pessoa querendo falar com o senhor. Parece muito importante e com pressa. Ele insistiu para que eu visse até aqui, tanto que até me deu medo, por isso estou aqui agora. Acho melhor você ir até lá mesmo, já que ele não vai embora tão cedo, ele mesmo disse, Sr. Park. — Explicou, ainda levemente rápido e eu apenas me senti mais confuso, porém assenti de qualquer jeito e a acompanhei até a entrada, que deveria ser onde o tal misterioso estava.

Ele parecia bem vestido e também tinha cabelos pretos e lisos. Era bonito, mas esse não era o ponto principal por onde queria começar, porque o meu julgamento pode estar errado sobre a sua personalidade. Ele se permaneceu em silêncio até que eu dissesse algo, então quebrei todo aquele clima pesado.

— Você deve ser quem a minha secretária disse que queria falar comigo. Vamos, pode dizer aqui mesmo, ou quer ter uma conversa particular em meu escritório? Você é quem sabe. — Sugiro, ainda sendo educado para quem praticamente já invadiu todo o meu espaço privado por conta de apenas uma conversa.

Ele me olhou de cima a baixo e tirou a sua máscara, revelando o seu rosto jovial e sua pele totalmente sem defeitos. Engoli seco, pois ele parecia com aquele tipo de pessoa que poderia me xingar a qualquer momento por qualquer coisa que eu tenha feito e eu ficaria quieto, apenas o ouvindo me repreender. Isso foi muito sugestivo, mas não é no sentido sexual que eu quero dizer. Ele parece ser dominante em conversas, até nisso. Na cama, não sei, afinal, nunca transei com ele para poder saber. Enfim, tirei minha atenção dos assuntos paralelos que corriam em minha mente para prestar atenção novamente em seus olhos pretos, que transmitiam a luz que batia de fora para dentro, por conta das janelas. Era realmente hipnotizante, mas essa hipnose pode custar muito caro se eu não prestar atenção no que ele tem a me dizer. Talvez seja alguém interessado no que estou produzindo. Mas ainda não anunciei nada, estranho. Enfim, o que ele quer? Ele finalmente me dá uma resposta, após um longo suspiro de estresse.

— Prefiro estar a sós. É uma longa história e nós precisamos discutir cada pedaço dela. Fique tranquilo, você sai vivo, não sou um bandido ou algo do tipo, apesar de estar vestido misteriosamente como um. — Ele brinca de leve, sendo sarcástico sobre como as pessoas de classe alta viam as de classe média/baixa. Uma indireta muito implícita, mas acho que foi realmente isso que quis dizer. Não lhe dei ouvidos, no fim das contas, pois esse não era o que trataríamos.

Subi com ele ao meu lado. Ele ainda parecia um pouco estressado e isso era o que me causava medo, não o modo como se vestia. Nunca se sabe o que pessoas estressadas podem fazer num surto, eu não confio em ninguém que não seja eu mesmo. O silêncio se fez mais presente do que as palavras naquele momento, ele parecia realmente incomodado com algo, isso era evidente. Eu me perguntava o que eu fizera para ele estar transparecendo toda essas sensações negativas, sendo que eu nem o conhecia e nunca fiz mal a ninguém, não que eu saiba. Só queria voltar para a minha reflexão sobre meu novo projeto, ele estava quase pronto, somente faltava a burocracia de ser aprovado pelo mercado e essas coisas, para depois começar a produção e, finalmente, a venda.

Chegando em minha sala, eu finalmente tenho o conforto de sentar em minha almofadada cadeira enquanto olhava para ele e o esperava falar. Ele estava se arrumando para se sentar na cadeira à minha frente, então eu apenas prestei atenção em outra coisa enquanto ele fazia isso, até ele finalmente abrir a boca de uma vez.

— Bem, eu vim aqui para tirar satisfações com você, eu preciso realmente de uma explicação muito boa para você não sair daqui com um processo em suas costas por perseguição.— Diz, sério, expondo os fatos na mesa.

— Como assim? Processo por perseguição?!— Meus olhos se arregalam, demonstrando meu espanto repentino.— Mas eu não fiz completamente nada para você, eu estive na minha empresa todo esse tempo, apenas cuidando da minha vida.

— Não foi você quem mandou essas mensagens para mim? Então por que o seu nome está escrito ali, logo abaixo, no fim? — Pergunta, me entregando o celular em uma conversa que continha um texto com uma possível assinatura minha.

— Eu não fiz nada, eu juro! Meu nome pode estar aí, mas eu não fiz nada. Pode tentar me processar, mas você também não tem provas de que fui eu e sei que foi por isso que chegou até aqui. Eu quero te ajudar a achar essa pessoa também, pois ela está se passando por mim, isso é algo muito sério, muito mesmo, e nós podemos resolver, tentando ir atrás dela. Juntos. O que acha? — Sugiro e ele faz uma cara pensativa.

Não sabia o que ele responderia, só espero que não seja algo ruim, pois não quero perder a chance de ir atrás de um "falso eu", pois parece que essa história é mais interessante do que parece.