23 de outubro de 2020
Diário de Elizabeth Cooper
Hoje o dia não foi dos melhores e eu sinto saudade.
Está tudo bem com Cole, apesar dele andar meio desanimado nos últimos dias. Acredito que a adaptação a uma cidade nova não tem sido uma das tarefas mais fáceis pra ele. O Jornal também está tomando um caminho promissor. A próxima semana traz o primeiro dia de novembro e com isso, a nossa primeira edição.
Mas comigo, nada anda muito bem. Observo Veronica e Archie e toda sua cumplicidade como casal. Sinto um pouco de inveja. Eu não me relaciono mais assim.
Jughead Jones também não ajuda. Ele está constantemente por perto, projetando encontros casuais com Cole, e de alguma maneira, querendo se aproximar. Isso é perigoso. Está fora de questão. Mexe comigo.
Saudade de mim e de quem eu era. Veja bem, não é fácil acordar todos os dias com a falta de vontade que eu tenho de viver. E não, não é drama. Eu só não consigo mais lidar com tudo, pois é difícil demais olhar ao redor, ver milhares de pessoas e se sentir completamente deslocada e sozinha. Porque porra, eu estou sozinha. Sempre estive. Quem me vê sorrindo por aí, não imagina a força que tenho que fazer todos os dias pra tentar continuar. Força essa que está se esgotando. E isso é uma merda.
Claro que tenho muito pelo o que agradecer. Tenho uma casa, uma melhor amiga que mais parece uma fada madrinha, e principalmente, tenho um filho saudável, gentil e bom de coração. Mas fico pensando em que momento me perdi de mim. Em que momento deixei de me colocar como prioridade.
Ter Jughead por perto torna tudo ainda mais difícil.
Ele está aqui. Eu estou aqui. E ainda não sei o que isso quer dizer.
É estranho quando nos encontramos ocasionalmente nos corredores da escola de Cole, ou durante um lanche no Pop's. Meu coração dispara, minhas mãos ficam suadas e eu esqueço que tenho vinte e nove anos e que não sou mais uma garotinha apaixonada.
Gostaria de ter controle das minhas pernas. E dos meus sentidos. Mas não consigo. Ve-lo é como mergulhar numa piscina de mágoa, tesão e culpa. Ele abala minhas estruturas e sabe disso. E sua conexão com Cole... Isso foi tudo que eu nunca imaginei.
Quero dizer... Como ele poderia ser tão igual ao pai? Uma lembrança constante de que ele carrega o sangue e os genes de Jughead Jones?
Cole gosta dele e isso me assusta. Inclusive o chama de amigo e isso é perturbador. Na semana passada, Cole parou em frente ao aquário e ficou admirando os peixes enquanto eu terminava as compras para o café da tarde. Quando olhei em direção a vitrine, vi que Jughead estava ao seu lado. Ambos parados na mesma posição. Mãos no bolso, um pé apoiado no ressalto da loja, enquanto a outra perna servia de apoio. Iguais. Idênticos. Reflexos um do outro... E sequer sabiam disso.
Eu entrei em pânico ao ver aquela cena. Lembro de ter simplesmente corrido até Cole e puxado sua mão, interrompendo o assunto cheio de informações aparentemente interessantes sobre anêmonas e poríferas. Óbvio que Jughead se espantou com minha reação, mas não disse nada. Apenas se despediu, abaixou a cabeça e seguiu seu caminho.
Também é óbvio que me senti um lixo. Penso se não fiz todas as escolhas erradas e não quero saber qual pode ser o preço que vou pagar por isso.
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Daddy's little love [Bughead]
FanfictionApós oito anos morando em Chicago, Betty se encontra sem saída e decide voltar para sua antiga cidade, Riverdale, disposta a reabrir o velho jornal da família e conseguir estabilidade para ela e para o pequeno e neurótico Cole, seu filho de seis ano...