5. Sorriso do Imperador

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Semana passada uma leitora me alertou para o fato de eu ter trocado a Cidade sem Noite pela Torre Carpa, acontece que a história teve muitas adaptações e às vezes eu me atrapalho com as versões, mas já consertei esse erro, peço perdão pela confusão. Se notarem mais alguma inconsistência, meu chat está aberto, fiquem à vontade para sinalizar. Mas lembrem-se de que trata-se de uma fanfic, algo tirado da minha imaginação, não segue à risca todos os acontecimentos da novel original, porém estou tentando me aproximar ao máximo dela para que tenha mais veracidade e vocês possam se divertir mais durante a leitura.

Sem mais delongas, vamos ao capítulo da semana! 🤗

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No caminho de volta ouviu alguém dizendo "Sorriso do Imperador", um homem vendia numa banquinha em Gusu, ele despejou uma boa peça de prata sem nem perguntar quanto era, pegou um dos potes colocando em sua bolsa Qiankun e seguiu sua viagem. Chegou aos Recantos da Nuvem quase ao toque de recolher, XiChen continuava apreensivo, não conseguia dormir, pensando em como seu irmão estava, foi um alívio vê-lo ultrapassando os portões, correu até lá e se espantou ao chegar, primeiro porque havia um bebê em seus braços, segundo porque suas vestes brancas estavam completamente tingidas de vermelho mais uma vez, terceiro porque ele desfaleceu automaticamente, quase não havendo tempo de segurá-lo e segurar a criança ao mesmo tempo. Sem entender nada, Lan Huan pediu ajuda ao cultivador que veio logo atrás, entregou a criança para ele solicitando que a levasse ao médico da seita e levou seu irmão de volta ao Quarto do Silêncio, aquele lugar, que ele escolhera para se resguardar.

Ele sabia que Lan WangJi não era a estátua de gelo que todos comentavam, apenas havia sido condicionado toda uma vida para reprimir seus sentimentos, para não demonstrar, para ser perfeito. O problema era que não demonstrar era muito diferente de não sentir e por não poder externar nada, seu irmão foi se tornando um poço sem fundo de solidão. Ele, por outro lado, criado pela mesma pessoa, da mesma forma, escolhera esconder tudo atrás de um sorriso, não falso, apenas costumeiro, um sorriso que estava sempre lá o impedindo de dizer, demonstrar e fazer qualquer coisa que quisesse. Este era o fardo das Duas Jades de GusuLan.

Lan Huan mais uma vez retirou as roupas do irmão para analisar suas feridas, haviam reaberto, o que não era uma surpresa. O deitou mais uma vez de bruços, limpou os machucados, passou a mistura de ervas e o enfaixou, para garantir que dessa vez ele descansaria, ficou de guarda. Já passava das 21hrs quando terminou o serviço, imediatamente apagando, ali, sentado no chão, recostado na cama.

Às 5 em ponto, ambos acordaram, quase instantaneamente, o que era outro condicionamento doentio de sua seita.

-Irmão...? - perguntou o mais novo tentando se levantar.

-Não se mexa, WangJi. Suas feridas abriram, você precisa descansar... - disse levantando do chão e massageando o pescoço - Quem é aquela criança que você trouxe?

-O último Wen... - murmurou sem encará-lo. Eles ficaram em um pesado silêncio por um tempo - Não havia mais nada lá... Nada... - as lágrimas reapareceram em seus olhos - Eu não consigo entender...

-WangJi, não tinha nada que você pudesse fazer. Ele fez o que quis fazer. Ele sabia das consequências dessas escolhas... Certo ou não, ele sabia.

-Poderia ter sido diferente... Eu poderia...

-Não. Não poderia. - ele se ajoelhou ao lado do irmão e fez um breve afago em seus cabelos. Lan Huan era muito mais afetivo que seu irmão, talvez porque teve mais tempo para receber os carinhos de sua mãe, mas ainda assim, toques e abraços eram contatos estranhos para ambos, acontece que ver Lan Zhan daquele jeito o estava deixando aflito - Nada que você fizesse mudaria algo, precisa entender que não foi sua culpa. Eu vou buscar seu desjejum e ver como o garoto está. Volto logo. - ele não esperou que houvesse uma resposta, levantou e saiu, deixando um WangJi triste e quebrado ali.

Uma Existência Sem Cor [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora