10. Terceiro Ano

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O capítulo de hoje é mais uma dose de amorzinho com um toque de raiva porque é sob o ponto de vista do JC e ele vive à base de ódio hauahaua Brincadeiras à parte, espero que gostem! Qualquer erro ou inconsistência, só falar.

Boa leitura~

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Três anos haviam se passado desde que Wei WuXian se fora. No início, Jiang Cheng estava mais que certo de que ele havia usado seus cadáveres ferozes para simular sua morte enquanto fugia, a verdade é que era muito difícil aceitar que ele estava, de fato, morto e que a culpa o corroía. Quando a ficha finalmente caiu, ele começou a caçar e prender todo e qualquer cultivador demoníaco que aparecesse sob o pretexto de “eliminar o mal”, mas na verdade, tudo que ele queria era poder vê-lo mais uma vez. Era como seu irmão afinal, foram criados juntos pra suceder o clã Jiang, cuidar da seita, compartilhar dores e sofrimentos, estarem sempre um ao lado do outro. Mas não era o bastante para WuXian... Ele tinha que escolher os piores caminhos, esquecer suas próprias promessas, defender aqueles que não eram os seus... No fundo, Sandu ShengShou sabia o que aquilo significava, Wei Ying sempre fora justo demais, não deixaria que ninguém sofresse sem merecer, não se ele pudesse ajudar. Era uma das coisas que mais o admirava em seu shixiong... O problema é que ele não podia admitir nada daquilo nem para ele mesmo, não fora criado com aquele propósito. “Você será o líder de YunmengJiang um dia, A-Cheng! Mostre que é o melhor”, as duras palavras que ouvira o vida inteira de sua mãe, o moldaram daquela forma: orgulhoso, rude e ligeiramente covarde, como se sua vida valesse mais que as vidas alheias e ele cresceu acreditando que realmente valia. 

Agora, que estava sozinho sendo o último Jiang vivo, sem seus pais para lhe guiarem, sua irmã para o confortar ou seu shixiong para o confrontar, tudo que restara a ele era um menino, a pequena cria de sua irmã, a quem ele jurou proteger com unhas e dentes, mesmo que lhe custasse a vida, alguém de quem ele participaria ativamente da criação, uma criança que representava genuinamente a união de LanlingJin e YunmengJiang e seria criada em ambas as seitas. 

Nos dias em que estava na Torre Carpa, Jin Ling era paparicado por seus avós e seu tio Jin GuangYao, que apesar de nunca ser deixado sozinho com o menino, aproveitava ao máximo os momentos nos quais podia vê-lo. Quando ficava no Pier Lotus, no entanto... A vida não era tão fácil. Jiang Cheng era o mais novo de sua família, nunca tivera qualquer contato com um bebê, nos primeiros dias mal sabia como segurá-lo, tampouco alimentar, banhar ou ninar. Fazer parar de chorar então... Era uma missão impossível. Aos poucos ele foi se habituando às necessidades de um bebê e o criou, porém não de forma gentil. Ele tinha as obrigações como líder de uma renomada seita em reconstrução, uma lista imensa de possíveis reencarnações de Wei WuXian para torturar e uma criança de quase 4 anos para cuidar. 

-Jin Ling, pela milésima vez, ou você come isso vou vai passar o dia com fome! Não tenho tempo para seus histerismos! – o menino virou o rosto com um beicinho e cruzou os braços.

-Não quero. Não gosto. – disse com a vozinha infantil e um ar de superioridade.

-Ótimo então, perfeito! Vai passar o dia com fome. Não ligo. 

-Quero voltar pro tio Yao... – choramingou.

-Como é que é?! O que porra aquele nanico faz de tão bom pra você?!

-Ele me deixa comer o que eu quero. E você falou palavrão! Tio Yao disse que é feio falar palavrão!

-Que se foda seu tio Yao! – o rosto do pequeno menino se contorceu numa careta antes que ele explodisse em lágrimas, chorava tão alto que Jiang Cheng tinha certeza que todo o Píer Lótus poderia ouvi-lo – Engole esse choro! Eu não fiz nada contra você! – não era como se ele estivesse o tratando mal, ele só não sabia como demonstrar todo o amor que sentia por aquela criança. Jiang WanYin nunca fora bom em demonstrar seus sentimentos positivos: amor, saudades, alegria... Ele sempre os explodia de uma forma negativa e não era diferente naquele momento – Já mandei parar de chorar! – quanto mais ele levantava a voz, mais o menino berrava. 

Uma Existência Sem Cor [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora