CAP 9

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Sinto minhas pernas serem comandadas por Ajax conforme eu deixo ele me guiar para mais perto da clareira, embaixo da grande montanha, já que eu não estou conseguindo formular pensamentos muito complexos agora, quanto mais pensar em andar sem cair no escuro ao lado de um homem lindo, cheiroso, forte e incrível como esse. 

—Fique aqui. Feche os olhos e não se mova —Ele segura meus braços para me por em uma posição específica. Nossa senhora da água, vai ser beijo coreografado agora? Ele escorrega meu cabelo para trás do meu ombro e ronrona próximo ao meu ouvido. —Eu já volto.

Ele diz, mas não escuto ele se movendo pra longe, apenas o barulho do vento balançando as folhas das árvores e a água mágica descendo da caverna mais alta até o solo, onde se infiltrava e seguia o seu caminho até o mar quase totalmente congelado.

—Você não tem a real dimensão de como é magnífica sob a luz da lua. —Ele solta baixo, suspira e por fim escuto seus passos se arrastando propositalmente na neve para eu o poder ouvir. Sorrio com essas pequenas atitudes que ele faz pensando em mim.

—Voltei, pode abrir os olhos. — Escuto a voz dele vinda da minha frente poucos minutos depois. Ele estava com a mão para trás do corpo. —Abra as mãos e as junte na frente do corpo, cuidado para não deixar cair.

Ele tira as mãos de trás do corpo e vejo algo levemente pesado e macio sendo colocado nas minhas mãos. Parecia uma bolinha de pelo cinza. Olhei pra ele sem entender o que era aquilo. Suas mãos estavam por baixo das minhas, me ajudando a servir de apoio.

—Lembrei de você. —Passo a mão pela bolinha de pelo e o filhotinho de Ecal se remexeu em busca de mais carinho. —

—Meu próprio bebê ecal? —Um sorriso enorme involuntariamente apareceu no meu rosto, tinha vontade de gritar para contar para todos que eu tinha meu próprio bichinho e sair pulando por aí, mas matei minha vontade me jogando em cima de Ajax e o abraçando apertado. Ele sorriu e passou o braço em torno da minha cintura e com a outra garantia que minha animação não faria o bebê ecal cair. —

—Esse pequeno foi rejeitado pela família quando nasceu fraco e bem menor que todos. —Abracei o pescoço dele chorando de felicidade e tristeza pela história do bebê, não me entendia mais, ele penas acariciava minhas costas em conforto. —E eu vi que você ficou triste a noite toda, com os pensamentos longe por causa do que eu te disse. —Comecei a chorar mais por ele ter se lembrando daquele dia e ter se importado com meus sentimentos. Ele se sentou em uma pedra próxima comigo no colo, soando mais preocupado por que eu não parava de chorar. —Eu estava errado, você pode ter quantos Ecals você quiser. Combinado? Eu fui um idiota. Por favor, não chore mais. Acabou, eu sou um idiota e você é maravilhosamente linda e certa. — Ele diz depositando vários beijos no meu rosto. Eu rio do seu comentário e dos arrepios que os beijos me davam, me acalmando aos poucos, brincando com o Ecal no meu colo, que era um pouco maior que minha mão.

—Amei muito. —O filhotinho agora pulava no meu colo e batia suas patinhas, bem acordado. — Você realmente me pegou de surpresa.

—Fico feliz, minha chama de luz. —Ele sorri, porém ainda com as sobrancelhas franzidas, enxugando meu rosto. — Podemos subir? —Concordo com ele e fazemos nosso caminho até o banco que parecia sum sofá, que ele tinha feito pra mim. —

—Trouxe janta pra você. —Eu estendo um potinho que eu trouxe no meu bolso com carne crua em sua direção. Ele fica paralisa olhando a comida, depositando um beijo na minha cabeça em agradecimento e sorri. —

—Deixa eu comer antes que fique um gelo. —Sua voz sai trêmula e eu o abraço rindo da piada, acariciando suas costas. Ele já fez tanto por mim, não devia ficar afetado assim por eu querer retribuir. Fico na ponta dos pés e deixo um beijo na bochecha dele, voltando a me sentar no sofá de fora. Ele se senta no chão na minha frente, ao lado das minhas pernas, começando a comer. —

A lenda de AjaxOnde histórias criam vida. Descubra agora