31 - Eu me recuso

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Mônica:

— Eu vou contar Paula. Precisa tirar essa pedra do meu peito. Quem sabe, sem querer ofender, eu contando nem que seja para vocês, eu consiga. Pois bem, vamos logo acabar com isso...  - Respirei fundo e tomei um gole de vinho que havia servido para nós assim que chegamos - Bom.. No caminho a para Paris encontrei com uma amiga dos tempos na faculdade que estava de férias, conversamos por dois minutos, sei lá, e dei o meu cartão para ela, pensando em quem sabe ela me ligasse depois e colocássemos a conversa em dia. Enfim, ela morava em Paris e achou que podíamos jantar, marcamos e nos encontramos. Em nenhum momento escondi nada da Lorena, até a chamei para ir comigo, mas ela preferiu passear um tempo com a mãe.

No começo foi bem sutil, mas ao longo do jantar notei umas palavras, atitudes que me me deixaram com a pulga atrás da orelha. Não demorei muito para perceber que ela estava dando em cima de mim. Não me sentindo confortável, afinal de contas eu amo... Enfim, tentei sair educadamente, encerrar o encontro, me despedi e segui para o quarto para esperar Lorena. Em momento algum a convidei subir comigo.

— Como ela apareceu lá então?

— Eu sei lá Alice, não tive muito tempo para pensar quando ela desfez o laço do vestido se jogou nua pra cima de mim, só pensei em a segurar e a manter longe de mim. Mas não lembro de ter dito o número... Droga! Eu disse sim o maldito número do quarto, quando insisti para pagar a conta e pedi que colocassem o jantar na minha conta, na conta do quarto.

— Então ela te seguiu?

— É a única explicação meninas, eu nunca faria algo do tipo com a Lorena, com ninguém na verdade, nem mesmo com o merda do meu ex.

— Aí a Lorena viu e deu no que deu...

— Pois é... Sendo bem sincera, a reação dela não me machucou, se fosse comigo provavelmente teria deito o mesmo. O que dilacerou meu coração foi o silêncio, a distância...

— Devo dizer que ela também sentiu muito com tudo.

— Isso não me importa mais Alice...

— Então você realmente quis dizer aquilo quando me apresentou para a Sabrina e a namorada.

— Sim, cada sílaba. Até onde me importa, eu e Lorena terminamos, não temos mais nada.




Lorena:

— Me ajuda a te ajudar amiga, me diz que você escutou...

— Eu escutei sim Alice.

O "escutar", ela se refere a ligação que fez escondido para mim quando estavam conversando com Mônica. A princípio não entendi nada pois só "ouvia" o silêncio, mas quando ouvi a voz da minha Mona...

— E porque ainda está com essa cara de bunda?

— Deixa ela amor, não tá vendo o estado da bichinha? Deve estar chorando a horas...

— Está certo... Desculpa Lorena.

— Tudo bem Alice, agradeço e muito por se importarem tanto, comigo, com nós...

— Se escutou a conversa sabe que...

— Apesar de escutar dela, já tinha pensado muito sobre e sabia que ela não havia me traído.

— E o que pretende fazer então Lorena?

— Sinceramente Paula, não sei... Ficou bem claro que machuquei Mônica e muito, preciso me redimir, fazer com que ela me perdoe de algum modo, mas na boa, não sei nem por onde começar...

Um amor de vizinha - Romance lésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora