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- Não Taehyung, isso é muito simples, nós precisamos de algo que vai parar a empresa - verifico algumas fotos encima da minha mesa.

- Ai credo, que viado detalhista, é só uma "campanha de publicidade" não tem que ser nada muito extravagante - Tae rola os olhos.

A verdade é que Tae chegou hoje nessa empresa disposto a me infernizar com perguntas sobre a tal da campanha de publicidade. Ele só está em minha mesa me atrapalhando porque não tem nada para fazer, já eu por outro lado...

- Olha aqui Tae, quarta-feira nós teremos a tarde toda em sua casa para falar sobre esse assunto e agora, não sei se você percebeu, mas eu estou com muitas coisas pra resolver aqui - Cruzo as mãos enfrente ao meu rosto.

- Nossa que mal educado, o Jin não te criou assim. Mas enfim eu não tenho nada pra fazer hoje... - sentado em sua cadeira, ele apoia o queixo na ponta da minha mesa.

Que bom que ele disse isso.

No tempo em que trabalho nesta empresa, nunca vi ou ouvi nenhuma regra sobre não poder dividir trabalho. Então, eu tenho muito trabalho e Tae não tem trabalho nenhum, nada mais justo do que dividir.

- Faz assim colega, pega essas fotos que vou te enviar da San Ha e separe duas das mais lindas, as fotos que você escolher vão sair no site da empresa, também tem que fazer a playlist do novo vídeo promocional do batom matte que vamos lançar daqui uma semana - retiro alguns papéis de cima do meu teclado, para então enviar as fotos da modelo.

- Jimin querido, eu disse que não tenho nada pra fazer, não que eu queira fazer alguma coisa - arqueia uma das sombrancelhas.

Orabolas , se ele não tem nada pra fazer deve estar entediado, se está entediado nada melhor pra distrair do que trabalho pra fazer. Ele devia é me agradecer.

- Para de preguiça e vai lá.

Observo o Kim sair pisando fundo e emburrado, até se sentar em sua mesa para fazer o trabalho que lhe foi designado. Até parece uma criança birrenta, mas na verdade é.

Falando em criança birrenta, lembrei do Jungkook.

Desde de que cheguei aqui na empresa não tive o azar de cruzar com o caminho do Jeon, é bem capaz dele me ver e me matar aqui no meio de todo mundo. Mas porra, morrer com um grampeador seria uma merda.

É melhor ficar longe dele ou grampeador pode ser uma das melhores formas de morrer, comparado ao que ele tem em mente.

Mas eu não estou nem um pouco arrependido de ter feito o que fiz ontem, aquele idiota acha que pode falar aquelas coisas de mim e sair impune ?! Bem feito. Ele teve sorte de mim não ter arrancado o beiço dele fora.

...

Depois de muito esforço e trabalho, consigo terminar metade do trabalho antes do almoço. Quando a desejada hora do intervalo chega minha cabeça parece explodir, acho que o estresse misturado com a quantidade execiva de trabalho, foram os causadores de tamanha enxaqueca.

- Tae pelo amor de Deus, fala mais baixo. Minha cabeça tá doendo muito - masageio minhas têmporas, em uma tentativa falha de aliviar a sensação.

Estamos no refeitório, não está muito silêncio, mas Tae consegue gritar mais auto que isso. Falar baixo é um dom que Kim Taehyung não tem.

- Ah Jimin, eu tenho um remédio pra dor, está na gaveta da minha mesa, se quiser... - Jin atencioso como sempre é, me disponibiliza essa salvação temporária.

- Com certeza eu quero - me levanto, deixando os hashis ao lado do prato.

Atravesso o refeitório, que está lotado, e sigo para o meu destino. Adentro o terceiro andar, caminhando em direção a mesa do loiro. Abro a gaveta, e pego o que eu acho que seja o comprimido que me foi designado.

No segundo em que tiro minha mão da gaveta, a mesma é fechada com tamanha força, que faz a mesa tremer. Por um milésimo de segundo eu não perco a mão.

Me viro pra encarar o ser maligno que tentou acabar com minha mão, e... É claro que tinha ser o Jungkook. Ninguém mais nessa empresa me odeia a esse ponto.

- Garoto ???? Você tem algum tipo de transtorno mental ? - olho em seus olhos, e neles só encontro ódio.

- Eu deveria te fazer essa pergunta. Seu retardado, olha o que você fez na minha boca - faz um bico com os lábios.

Quando faz tal movimento, posso ver seu lábio inferior vermelho e com um pequeno cortado. Nada muito grave, só o Jungkook que é um dramático.

- Cara, pelo amor de Deus, olha o seu tamanho. Isso não foi nada além de um orgulho ferido - cruzo os braços.

- Só um orgulho ferido ?! Ferida vai ficar sua cara, depois que eu arrebentar ela - se aproxima de mim.

É... Foi um prazer viver aqui todo esse tempo, mas chegou minha hora. Adeus mundo cruel. Eu sabia que aquela foi uma péssima idéia.

Fecho os olhos e me encolho em antecipação. É agora que eu morro na base do murro.

Estamos frente a frente, eu encolhido e Jungkook em minha frente com o maxilar travado, os olhos serrados vidrados em mim. Percebo que ele fica assim por um tempo, então volto a minha posição inicial.

Agora estamos um encarando o outro. Eu com receio e ele com ódio. Pelo menos era isso que eu achava, até ele fazer o que fez.

Jungkook pega meu rosto entre as mãos com força, me encara por um breve momento e me lasca um beijão. Um beijo forte e cheio de raiva, que me faz bater contra a mesa.

Arregalo os olhos e agarro suas mãos, que apertam meu rosto. Ele não aprofunda o beijo, provavelmente com medo das consequências, e rapidamente se separa de mim.

- Você é um desgraçado, que me deixa louco de raiva. Filho da puta - se vira começando a caminhar para longe.

- Cara você tem que rever seus conceitos, tem que decidir se me odeia ou se me ama - digo alto para que ele possa me ouvir.

Então ele se vira e começa a caminhar em minha direção novamente. Eu e minha boca grande.

Em passadas largas ele se aproxima de mim, seu rosto fica próximo ao meu. Eu acho que ele vai me beijar denovo. Mas, ao contrário do que eu pensava, ele diz umas das coisas que, de todas as vezes, mais me magoou.

- O que eu sinto por você Jimin, não chega nem perto do amor ou algo parecido, e, vai muito além do ódio. Você é um garotinho irritante, e que, na primeira aportunidade, estará fora dessa empresa - diz friamente.

As palavras que saem de sua boca tem tamanho impacto sobre mim, que desvio minha atenção dele, focando em um canto qualquer da mesa de Taehyung logo a frente.

Eu não deveria estar tão afetado por tais palavras, porém por algum motivo, elas mexeram comigo. Eu sou muito sensível.

Mas eu não vou deixar por isso mesmo.

- Eu posso até ser um "garotinho irritante", mas você até gosta de mim. Vai, admite Jungkook, ou se não você não teria me separado do Jinhey naquela balada - arqueio uma das sombrancelhas.

Jungkook solta uma gargalhada irônica e quando se prepara para me responder, o sinal do fim do intervalo soa em meus ouvidos.

- Essa conversa ainda não acabou - Jungkook aponta o indicador em minha direção e enfim se vira e segue seu caminho até a sala de seu pai.

Me volto pra a mesa de Jin, segurando a madeira solto o ar preso em meus pulmões. Agarro a cartela de comprimidos, que havia deixado ali durante a discussão, e retiro dois dos analgésicos.

Minha dor na cabeça só piorou, culpa daquele filho da mãe, mimado do caralho.

O filho do meu chefe • Pjm + Jjk Onde histórias criam vida. Descubra agora