Capítulo XVII - Lei do retorno

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Voltamos para a praia em um silêncio pra lá de constrangido, sem ânimo nenhum pra explorar a ilha um pouco mais

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Voltamos para a praia em um silêncio pra lá de constrangido, sem ânimo nenhum pra explorar a ilha um pouco mais. O ânimo só fica menor quando nos aproximamos das caixas de comida que os tripulantes arranjaram, que não parece muito apetitosa e nem é muita, pra falar a verdade.

— A ilha é vulcânica, majestade. — Rhince, aquele homem que se juntou à tripulação nas Ilhas Solitárias, explica. — Não há muitas plantas.

— Isso... isso é babosa? — eu pergunto, franzindo a testa para a planta, e Rhince me olha.

— Chamamos de clomocae, majestade. — ele diz e ergo as sobrancelhas.

— Serve pra queimaduras e hidratação, não? — pergunto e ele assente, então seguro a piadinha que surge, já que não estou com muito ânimo pra isso. — É babosa.

Viro-me para Lúcia ao ouvir ela perguntar sobre Eustáquio, que aparentemente sumiu. A ruiva grita pelo loiro e eu suspiro, sabendo que ele deve ter arranjado encrenca.

— Eu vou procurá-lo. — Edmundo avisa após Lúcia dizer que está com um mal pressentimento.

— Eu vou com você. — Caspian se oferece e os dois trocam olhares de entendimento, o que quase me faz bufar.

O telmarino entrega a espada que achamos no lago para mim, e me olha por um longo segundo antes de depositar um beijo em minha testa, hesitantemente.

— Paspalho. — resmungo, ao vê-lo afastar-se.

— Está brava com ele? — Jon pergunta e eu olho pra ele.

— Ela é minha. — imito a voz de Caspian de uma forma ridícula e ele assente.

— Vou reformular: está com muita raiva? — ele pergunta, trocando um olhar com Lúcia.

— Vou empurrar ele no mar na primeira oportunidade. — eu respondo, indo até um dos botes e guardando a espada.

— Podia ser pior, acredite. — ouço Jonathan dizer para Lúcia e pego uma das caixas, colocando-a no bote.

— Majestade, não precisa... — Ripchip tenta me convencer.

— Ripchip, se minhas mãos não se ocuparem com essas caixas, vão se ocupar com o belo pescoço do seu rei. O que prefere? — eu pergunto e ele assente, afastando-se um pouco. — Achei que seria essa a resposta.

Então sigo carregando caixas e ocupando as mãos, pensando no que Caspian disse. Que coisa mais absurda! Ele me tratou como se eu fosse uma posse, não um ser pensante! É inadmissível que ele se refira dessa forma à mim, absolutamente. E, ok, pode ter sido mais efeito das trevas que Coriakin falou, mas ainda fico indignada. Digo, que tipo de coisas podem sair do sentimento de posse? Terríveis, eu lhe digo.

Voltei ao navio com os outros e sai ajudando a limpar o chão, evitando falar com as pessoas, pois assim poderia pensar melhor no que falar pra ele. É melhor eu me preparar bem para nossa discussão, que eu sei que virá.

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