Capítulo VI - Mapas e (im)paciência

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Após um momento constrangedor, em que Edmundo tentou dizer para Lúcia que não era nada, sob os olhares confusos dela, Caspian nos trouxe até seu escritório

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Após um momento constrangedor, em que Edmundo tentou dizer para Lúcia que não era nada, sob os olhares confusos dela, Caspian nos trouxe até seu escritório.

Enquanto Lúcia e Edmundo ficaram olhando o local, eu apenas dei uma olhada e comentei:

— É mais bonito do que nas visões.

— Aprendeu a controlar? — Caspian pergunta e eu assinto, sorrindo, tirando um sorriso dele também. — Fico feliz, querida.

Dou uma piscadinha pra ele, enquanto Lúcia observa o arco de Susana. Ok, alguém estava preparado para quando voltássemos.

— E tem mais. — o telmarino fala, após Lúcia comentar sobre o objeto. Ele vai até um dos armários, pegando uma caixa e mostrando pra ela.

— Meu elixir de cura! E o punhal! — ela sorri largamente e avança sobre a caixa, mas dá um passo atrás, olhando pra Caspian. — Posso?

— Claro, são seus. — o moreno responde e ela pega o objeto.

— Lúcia, quando algo for seu, você não precisa pedir pra pegar. Exceto se estiver na mão de uma criança, aí o buraco é mais embaixo. — eu digo pra ela e me sento em uma cadeira, ouvindo ela dar risada. Vejo Caspian pegar outra coisa em seu armário e me entregar.

Sorrio grandemente ao pegar minha espada. É estranho, mas senti falta dela.

— Obrigada, meu bem. — eu digo para o telmarino, dando-lhe um selinho, e arrumo a bainha na cintura.

— A espada do Pedro! — Edmundo anda pela cabine, indo atrás do objeto. Parece criança quando vê doce!

— É, cuidei dela como prometi. — Caspian fala, aproximando-se do mais novo, e pega a espada, estendendo-a para Ed. — Tome, pode usar se quiser.

— Não, não! É sua, o Pedro deu pra você. — o inglês diz e então meu namorado se afasta, indo abrir outro armário e diz:

— Eu guardei outra coisa pra você. 

Caspian lança uma lanterna para Ed, com um sorriso, e o rei pega ela, animado.

— Obrigado! — o Pevensie agradece, fazendo a burrice de acender a lanterna apontada pra sua cara.

— Ainda bem! — eu exclamo e me viro para Caspian. — Acredita que ele teve a coragem de reclamar da lanterna quando eu estava aos prantos por ter te deixado?

O telmarino dá risada e olha para Edmundo, que ergue as mãos em rendição.

— Em minha defesa, eu havia acabado de ganhar ela. — o sardento fala e nós - eu, Lúcia e Caspian - damos risada da cara dele. Edmundo, então, questiona:  — Diga-nos, qual a situação de Nárnia?

Assim, Caspian pegou os mapas de Nárnia e chamou o capitão do navio, Drinian, para caso tivéssemos alguma pergunta. Eu e Caspian ficamos de um lado da mesa, enquanto os Pevensie ficaram de outro, já o capitão ficou na ponta da mesa. Eu vejo o mapa de cabeça para baixo, já que está virado para Lúcia e Edmundo, mas não é como se não fosse possível entender.

— Desde que se foram, os gigantes do Norte se renderam de uma vez por todas. — o telmarino aponta no mapa, então desliza os dedos para o Sul, apontando o deserto. — Depois derrotamos os exércitos da Calormânia no Grande Deserto. — ele conta e então volta seu olhar pra nós, parecendo orgulhoso. — A paz reina em toda Nárnia.

— Paz? — Edmundo pergunta, como se não conhecesse a palavra.

— É, em apenas quatro anos. — Caspian responde, quase como se estivesse se gabando, mas não está - eu acho.

— Espera, se não há guerras para lutar e nem ninguém em perigo, por que estamos aqui? — Ed pergunta, franzindo a testa. 

— Bem, Aslam disse que Susana e Pedro não voltariam para cá por terem aprendido tudo que podiam, talvez nossa vinda seja porque precisamos aprender algo, e essa viagem é a oportunidade perfeita. — eu respondo, cruzando os braços e colocando a coxa direita em cima da mesa, me sentando de lado nela. — Isso justificaria a presença de Eustáquio e Jon.

— Isso faz sentido. — Edmundo fala. — Afinal, qual o nosso destino?

— Antes de retomar o trono de meu tio, ele tentou matar os melhores amigos de meu pai e seus aliados mais fiéis. — Caspian conta, virando-se de costas para os dois e olhando para a parede, onde estão pendurados desenhos dos Sete Fidalgos de Telmar (o que? Eu prestei atenção nas minhas visões!). — Os Sete Fidalgos de Telmar. — o rei informa e então vira-se para o mapa novamente, apontando enquanto fala: — Eles fugiram para as Ilhas Solitárias, ninguém mais teve notícias deles.

Enquanto Edmundo observa os desenhos, entrelaço meus dedos ao de Caspian, desenhando com o dedo em sua mão, já que estou um pouco entediada com o papo já conhecido. Credo! Parece com quando acordei de minha visão há alguns anos!

— E você acha que algo aconteceu com eles? — o Pevensie mais velho pergunta, olhando para meu namorado. 

— Se aconteceu, é meu dever descobrir. — o telmarino responde.

Aperto a mão de Caspian, em sinal de apoio, e ele sorri pra mim.

— O que fica ao Leste das Ilhas Solitárias? — Lúcia pergunta, tateando o mapa.

O capitão Drinian responde que são águas não mapeadas, contando que existem histórias sobre serpentes marinhas. E Edmundo parece estranhamente surpreso.

— Desculpe, o que disse rei de um país que supostamente não existe, onde habitam animais falantes e seres da mitologia grega? — eu pergunto, fazendo o Pevensie fechar o bico. — Eu realmente não entendo o fato de você manter a mente fechada, mesmo depois de tanta coisa que passamos.

— Passamos? Você não esteve presente em metade do que aconteceu em Nárnia! Na última vez, dormiu boa parte da viagem. — Edmundo diz.

— E ainda assim tenho a mente mais aberta que a sua. — eu retruco, sem paciência pra discutir a essa hora da manhã. Se ele quer discutir, que vá falar com o espelho!

°°°°°

Espero que tenham gostado.

Até a próxima.

04/09/2020.

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