[terceira temporada da saga Fortuna]
Passaram-se quatro anos e agora Elle é uma mulher independente, com quatro crianças dependendo dela.
Seu coração ainda dói por estar separada de Caspian, mas ela permanece firme, pois seus irmãos dependem dela.
K...
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Eu nunca fui exatamente o tipo de desistir no meio de uma luta, mas tudo que quero fazer agora é me colocar em posição fetal e chorar o resto do dia.
— E eu achando que tinha criado uma pessoa decente... — uma sombra sussurra, passando-se por meu pai.
— Anos de sacrifício pra você abandonar sua família? — outra imita minha mãe, do outro lado. — Tantas coisas horríveis que tive que passar...
Soluço e começo a chorar copiosamente, sentindo que cheguei no limite. Certo, não dá mais, definitivamente.
— Meus pais nunca diriam isso pra mim. — eu murmuro pra mim mesma e me viro para a sombra, gritando: — Vai embora! Você não é bem-vinda!
A sombra parece surpresa com minha reação, mas se afasta, dissipando-se. O alívio me invade, fazendo-me nem reparar nas reações das pessoas ao redor perante meu grito, e coloco as mãos no rosto, sentindo as coisas se organizarem um pouco dentro de mim. Jogo os sentimentos ruins pro fundo de mim e tento me concentrar na luta, vendo a serpente abrir-se bizarramente com patinhas dos seus lados.
— Saiam! — ouço o grito e em seguida estou no chão, junto de Edmundo e Caspian, bem ao lado de onde a serpente nos atacou e teria nos matado, se Caspian não tivesse sido rápido o suficiente.
Observo, chocada, Caspian pegar minha espada e cortar uma das patinhas da criatura em um movimento rápido, fazendo-a se afastar novamente. A patinha da serpente some em fumaça verde e eu solto um xingamento, surpresa.
— Podemos matar. — Caspian afirma e trocamos olhares, ficando um pouco mais esperançosos.
A serpente começa a morder o mastro principal, enquanto Drinian dá ordens aos tripulantes, nos levantamos e observamos o caos, tentando formar um plano.
— Temos que nos aproximar. — Edmundo comenta consigo mesmo e sai andando, parecendo ter uma ideia.
— Preparar arpões! — Caspian ordena, entendendo o garoto, e eu faço careta, sem gostar da ideia. — Tudo bem?
Dou de ombros e não olho para ele, vendo Edmundo dar uma de Tarzan, pendurando-se em uma das cordas. Aparentemente, Caspian entende que temos que falar disso depois, já que apenas pega um dos arpões oferecidos por um dos tripulantes e coloca-se em posição. Nem me dou o trabalho de tentar, já que não saberia manusear o objeto.
— Prontos? — Caspian pergunta para a fileira de homens ao seu lado, com arpões iguais ao dele. — Já!
Diversos arpões são disparados e acertam o corpo da serpente, fazendo-a guinchar de dor. Coloco-me atrás de Caspian e seguro a corda que ele puxa, ligada ao arpão que ele jogou na serpente.
— Puxem a cabeça para baixo! — ele ordena e é o que tentamos fazer.
Puxo a corda fortemente e procuro Edmundo com os olhos, vendo-o na cesta de observação do navio, encarando a serpente. O esforço que fazemos é tremendo e Edmundo não faz nada, apenas encara o ar.