[terceira temporada da saga Fortuna]
Passaram-se quatro anos e agora Elle é uma mulher independente, com quatro crianças dependendo dela.
Seu coração ainda dói por estar separada de Caspian, mas ela permanece firme, pois seus irmãos dependem dela.
K...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Observar Ripchip partir foi definitivamente doloroso, mas mais doloroso ainda foi quando Lúcia perguntou para Aslam:
— É a nossa última vez aqui, não é?
Eu senti a dor da ruiva em meu peito, vendo as lágrimas nos seus olhos e nos de Edmundo, e Caspian me abraçou, apertando-me contra si, como para se lembrar de não era a minha última vez ali.
— É. Vocês cresceram, minha querida, assim como Pedro e Susana. — Aslam responde, aproximando-se dos irmãos Pevensie. É estranho pensar que eles me apresentaram Nárnia, mas eu serei a única a voltar para cá no fim das contas.
— Vai nos visitar em nosso mundo? — Lúcia pergunta, acariciando o rosto do Leão.
— Vou ficar vigiando vocês sempre. — é o que ele responde, passando segurança na voz, mas a de Lúcia se quebra quando ela pergunta:
— Como?
— Em seu mundo, eu tenho outro nome. Devem aprender a me reconhecer nele. Foi para isso que foram trazidos à Nárnia, tendo me conhecido um pouco aqui, podem me reconhecer melhor lá. — Aslam responde olhando no fundo dos olhos de Lúcia e, quando ele olha em minha direção, a percepção me atinge e quase consigo ver o homem com coroa de espinhos que eu vi em tantas pinturas. Aquele que, assim como fez nesse mundo com Edmundo, morreu no nosso lugar e nos salvou. E viveu.
— Vamos nos ver de novo? — Lúcia pergunta e o Leão volta sua atenção pra ele, mas ainda sinto os arrepios em minha coluna e as lágrimas nos olhos. Como não percebi antes?
— Vamos, querida. Um dia. — ele responde com gentileza, uma expressão carinhosa no rosto, e então vira-se para a onda à nossa frente e ruge, abrindo caminho no mar. Um portal para nossa casa.
É então que tomo coragem e ando até ele, vendo Lúcia se afastar para nos dar privacidade. Eu não contenho as lágrimas ao tocar o rosto de Aslam e saber quem ele é, nem a tristeza que me atinge.
— O senhor... o calvário... — eu murmuro e ele assente, olhando-me com ternura e seriedade.
— Fiz para que fosse livre, minha filha. Honre essa liberdade, não se deixe condenar novamente. Faça o certo. — é o que ele aconselha e assinto, fechando os olhos. Então beijo seu focinho, em puro ato de amor.
— Tudo me é lícito, mas nem todas as coisas me convêm. — eu murmuro, mais para mim do que para ele, mas Aslam ouve e assente mesmo assim.
— Eu te fortaleço, filha. Sou sua fortaleza. Confie em mim e eu te levantarei. — o Leão me diz e assinto novamente, apenas sentindo aquele amor incondicional me preencher. "Pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" e eu sinto isso em cada célula do meu ser, assim como o peso disso. — Agora, acredito que rei Caspian tenha algo para conversar com você.