[terceira temporada da saga Fortuna]
Passaram-se quatro anos e agora Elle é uma mulher independente, com quatro crianças dependendo dela.
Seu coração ainda dói por estar separada de Caspian, mas ela permanece firme, pois seus irmãos dependem dela.
K...
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Aproximo-me do capitão Drinian, de Caspian e Edmundo por pura curiosidade, já que não entendo muita coisa sobre navegação.
— E aí? — pergunto, olhando para as terras ao longe.
— As Ilhas Solitárias, Porto Estreito. — o capitão informa, olhando pra mim, e eu assinto, captando a informação.
Isso significa que devemos achar pistas dos Fidalgos aqui.
— Estranho, não há nenhuma bandeira de Nárnia. — Caspian comenta e eu apenas aguardo mais informações.
— Mas as Ilhas Solitárias sempre foram de Nárnia. — Edmundo franze a testa, observando pela luneta, e então me passa.
— Parece suspeito. — Caspian comenta.
— Parece que algo vai dar errado. — eu respondo, entregando a luneta de volta para o capitão. — Obrigada. Eu acho que vamos ser atacados a qualquer momento, não vejo ninguém por lá. Não sei pra vocês, mas me cheira a armadilha.
— Bom, eu acho melhor a gente desembarcar para tirarmos maiores conclusões. — Edmundo opina, dando de ombros. — Drinian?
— Desculpe, majestade, mas a cadeia de comando começa pelo rei Caspian nesse navio. — Drinian responde, olhando para o sardento, e eu desvio meu olhar para o lado, com os lábios comprimidos.
— Vamos usar os botes. — Caspian fala. — Drinian, pegue alguns homens e iremos até a praia.
Enquanto os três saem do meu lado, o minotauro Tavros grita os comandos.
Quando finalmente estamos nos botes, eu só consigo pensar que vai dar algo errado, e isso não é um bom sinal vindo de mim.
— Sem querer alarmar ninguém, mas eu sinto que isso vai dar errado. — eu comento, fazendo Caspian e Lúcia arregalarem os olhos.
— E por que isso iria alarmar alguém? — Eustáquio pergunta e eu respiro fundo.
— O que você viu? — Caspian pergunta, já alarmado.
— Nada ainda, é apenas um pressentimento. — eu respondo e então suspiro, olhando para Jonathan. Por que raios deixei ele vir? — Não saia do meu lado, ouviu bem?
Ao notar meu tom sério, o caçula assente rapidamente, fazendo-me ficar um pouco aliviada. Desde que ele entenda que algo pode acontecer, eu sei que ele vai tomar os cuidados necessários.
Desembarcamos ao chegar no porto e Lúcia comenta:
— Parece abandonado. Não ouço ninguém!
Minha atenção é desviada para Eustáquio que acaba caindo de cara no chão, já que não aceitou ajuda por puro orgulho.
— Ele definitivamente vai acabar trazendo problemas para nós. — eu comento com Ripchip, que assente com um suspiro.
— E é parente de sangue de vocês? — Caspian olha para Eustáquio e então para os Pevensie, que se entreolham e suspiram.
Andamos um pouco, de forma cautelosa, com um silêncio absurdamente esquisito. Isso até um sino ser tocado, provavelmente de igreja. Solto um palavrão ao me afastar um pouco, pelo susto.
— Duas libras pro pote do palavrão. — Jonathan avisa alegremente.
— Ei, é uma por palavrão! E Simon e Gilbert nem estão aqui! — eu reclamo, olhando-o feio.
— Mas eu estou. E são duas porque aprendi esse agorinha. — Jon responde e eu bufo. Ninguém merece.
— Harry e suas ideias de jerico. — eu resmungo, ouvindo uma risadinha vinda de meu irmão.
Caspian dá ordens para Ripchip permanecer onde estamos, enquanto vamos checar. Edmundo e Caspian já estão indo, mas antes de ir atrás deles me viro para Jonathan:
— Fique aqui, ok? E obedeça Drinian e Ripchip.
— Tome cuidado. — Jonathan me pede, e eu assinto. Dou-lhe um beijo na testa e um sorriso, antes de me afastar e empunhar a espada.
— Ripchip, tome conta dele, por favor. — peço para o rato que assente.
— Sim, majestade. — ele responde e então me sinto segura para seguir caminho ao lado de Lúcia.
Mantenho-me alerta ao entrar na cidade, sendo seguida por Eustáquio e Lúcia.
— Por que seu primo não permaneceu com Drinian? — eu pergunto baixinho para a ruiva.
— Acho que está sendo intrometido. — ela responde e eu assinto, dando um suspiro.
— Bem, não podemos mais mandá-lo voltar, não sozinho. — eu comento e ela concorda, então me viro para Eustáquio e mando: — Não se afaste e não faça barulho.
Seguimos boa parte do trajeto em silêncio, e noto que o sol já está terminando de se pôr.
— É, eu acho que está abandonado. Podemos ir embora? — Eustáquio diz, após dar uma olhada em uma casa.
Franzo a testa ao notar seu comportamento, ele está nervoso demais pro meu gosto.
— Ele está mentindo. — eu digo, indo até a casa.
— Como sabe? — Edmundo pergunta, com a testa franzida.
— Eu estou criando quatro garotos, cara. — eu respondo, aproximando-me da janela. — Sou quase um detector de mentiras.
Ao olhar pela fresta da janela, vejo uma família pequena, os pais e dois filhos. Eles me olham com medo, então automaticamente sei que tem algo errado.
— Vocês vão ficar bem. — eu tento tranquilizá-los, recebendo um aceno da mãe, então me viro para os outros, que me observam. — Tem uma família aqui. Esse lugar definitivamente não foi abandonado.
— Foi invadido. — Caspian termina meu raciocínio e eu assinto, trocando um olhar com ele.
— Mas por quem? — Lúcia pergunta, olhando para nós de forma preocupada.
— É o que resta saber. — eu respondo, então olho de novo para a família. — Vamos mandar quem quer que seja embora, ok?
Dessa vez é o pai que assente, embora a família não pareça muito confiante disso.
Volto a me aproximar dos outros, lançando um olhar duro para Eustáquio.
— Ia deixar que pensássemos que não há ninguém aqui? —eu pergunto e ele pigarreia, olhando para seus sapatos.
— Poderíamos ir embora mais rápido assim. — o loiro responde, dando-me uma olhada rápida.
Até abro a boca pra começar a brigar com ele, mas Edmundo diz:
— Depois pode brigar com ele, agora temos que ver quem está aqui.
Concordo relutantemente, sabendo que devemos livrar as famílias que vivem aqui de quem invadiu esse lugar. É decidido que eu e Eustáquio ficaríamos vigiando, já que eu consigo fazer ele baixar a bola e os outros não.
Se bem que eu e Eustáquio vigiando é forma de dizer, já que sou eu vigiando Eustáquio e as coisas, e Eustáquio achando que vigia algo.
Enquanto Caspian, Edmundo e Lúcia entram dentro do prédio em que o sino foi tocado, eu agradeço internamente por Jonathan ter ficado com Ripchip e Drinian, e também agradeço a maturidade dele em não protestar e nem vir junto. É, aparentemente, eu estou fazendo um bom trabalho criando ele.