[terceira temporada da saga Fortuna]
Passaram-se quatro anos e agora Elle é uma mulher independente, com quatro crianças dependendo dela.
Seu coração ainda dói por estar separada de Caspian, mas ela permanece firme, pois seus irmãos dependem dela.
K...
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Dez dias no mar, com tempestades constantes, foram suficientes para eu sentir vontade de jogar todo mundo no mar. O estresse gigantesco estava claro na cara de todos. Bem, quem não estaria estressado em estar basicamente num chocalho gigante? Porque, francamente, as noites estão piorando cada dia mais.
Meus pesadelos são a pior parte, é óbvio. Brincar de Maria Mole com o mar é fichinha perto do que sonho.
Muitas vezes sonhei com a morte de meus irmãos, de Caspian, de Lúcia... isso sem contar nas vezes que sonhei que todos estavam decepcionados comigo, que os narnianos me expulsavam daqui por não ser uma boa rainha... a pior parte é que muitas vezes parecia ser uma visão, só aí entendi o que Coriakin quis dizer com o papo de eu tomar cuidado para não enlouquecer.
Então, quando chegamos ao 13° com tempestades constantes, eu já tinha me tornado entendedora de muitas coisas no navio, pois acabou que passei algumas noites conversando com os tripulantes e aprendendo a trabalhar em um navio. Quando o sol nascia, eu estava encharcada até os ossos e exausta, mas pelo menos o cansaço me impedia de ter sonhos ruins. Bem, sonhos disfarçados de visões. Eram apenas pesadelos comuns e isso era melhor do que ver as mortes tão reais de meus entes queridos.
Entro no "quarto" de Caspian com uma muda de roupas secas nas mãos, molhando o chão por onde passo.
— O que está fazendo aqui? — o moreno pergunta, arregalando os olhos para mim, e larga seu livro. Apenas ando até o biombo e abro ele, colocando-me atrás dele e começando a trocar de roupa. — E por que está encharcada?
— Estava ajudando os tripulantes. — eu respondo, colocando minha camisa pendurada no biombo, e tiro meu espartilho, secando-me com uma toalha e estendendo a peça no biombo.
— Na tempestade. — Caspian diz e eu pego um espartilho seco, agradecendo que tenha conseguido comprar roupas nas Ilhas Solitárias.
— Sim, na tempestade. — eu respondo e amarro o espartilho firmemente e rapidamente, então coloco a cabeça para fora do biombo. — E a madame estava lendo um livro, uh?
— Bem, sim. — o telmarino dá de ombros e eu sorrio, voltando a me esconder atrás do biombo.
— Menino criado na realeza faz assim. — eu comento, colocando uma camisa verde escura. Começo a fechar os botões e volto a olhar para Caspian. — No meu mundo, a gente chama esse tipo de coisa feita por menino criado por vó. Aliás, você sabe tricotar?
— Não. — meu namorado responde e franze a testa. Dou um sorriso, voltando a me esconder. — E ser criado por avó deve ser bem legal.
— Bem, sim. — eu respondo, tirando a calça molhada e estendo ela no biombo. — Mas também deixa a pessoa muito mimada.
Rapidamente tiro as meias e a calcinha, secando-me com a toalha. Pego uma outra toalha e seco o cabelo, enrolando a toalha nele em seguida. Coloco meias e calcinha seca, pegando a calça para me vestir logo após.