Capítulo XXII - Orgulho e crueldade (ah, e amor!)

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Uma bela manhã chegou e, com ela, nossa ida à Ilha Negra

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Uma bela manhã chegou e, com ela, nossa ida à Ilha Negra. Nem é meu lado vidente falando, mas tenho certeza que isso vai dar uma merda gigantesca.

— O que vocês acham que tem lá dentro? — Jonathan pergunta, enquanto observamos as bizarras e assustadoras luzes verdes da ilha.

— Os piores pesadelos. — Edmundo responde, olhando fixamente pro local.

— Os desejos mais sombrios. — Caspian adiciona.

— Maldade pura. — Drinian opina e suspiro.

— Agora coloca tudo em um liquidificador, bate bem com um monte de merda e temos sua resposta. — eu digo com uma careta e cruzo os braços, suspirando. — Jon, vamos conversar rapidinho.

Meu irmão assente e vamos juntos até o escritório de Caspian, ouvindo as ordens de Drinian para abrir o arsenal. 

Fecho a porta atrás de mim e Jonathan me olha, então sinto as lágrimas surgirem. Ando até ele e abraço-o fortemente, sentindo ele me apertar também.

— Desculpe ter te trazido aqui, não devia te meter nessa bagunça. — eu digo, fungando, e afasto-me de seu abraço, segurando seu rosto com as mãos. — Eu devia ser uma irmã mais velha melhor.

— Se fosse melhor, explodiria. — Jonathan responde, fazendo-nos rir levemente. Meu irmão segura minhas mãos, tirando-as de seu rosto, e suspira. — Vamos conseguir, cenoura, eu já te vi lutando, acaba com qualquer um em dois tempos.

— Não é bem assim, pirralho. — eu lembro-lhe, mas sorrio pela sua tentativa de me animar. — Tome cuidado, sim? Você é forte, tenho certeza que consegue.

— Você também. — ele diz e sorrio de lado, assentindo. — Elle, eu sei que você está pensando em ficar.

— Jon, não... — eu tento uma explicação, mas ele nega com a cabeça.

— Está tudo bem. — meu irmão garante e pisco, atordoada. — Se quiser ficar, fique. Eu e Harry podemos cuidar dos meninos, nós daremos nosso jeito. — sinto as lágrimas brotarem novamente e Jon aperta minhas mãos. — Você precisa ser feliz, Elle, você merece. Já fez o suficiente pela nossa família e, se é a gente que te segura, eu te deixo livre. Pode ficar, você merece.

— Você é tão maduro. — eu digo, acariciando seus cabelos, chorando agora de orgulho. — Obrigada, pirralho. Eu te amo. Muito.

— Também te amo muito, Elle. — Jonathan diz e nos abraçamos. Sinto o amor pelos meus irmãos me preencher. Não tem nada que eu não faria por qualquer um deles.

— Agora vamos, temos que chutar as bundas de alguns monstros. — eu digo e damos risada, desfazendo o abraço.

Ao sairmos da cabine, eu vi todos prontos, de armadura e tudo, e o olhar preocupado de Caspian sob minha cara de choro. Apenas sorrio, tentando tranquilizá-lo, e ando até ele.

— Eu separei sua armadura, vamos. — o telmarino chama e segura minha mão, com o objeto citado na mão, e vamos até a cabine que outrora ele usara para dormir. — Sabe colocar?

— Com certeza não. — eu digo, dando risada, e ele assente, sorrindo de lado, e fecha a porta.

Ficamos em silêncio enquanto Caspian me ajuda a colocar a armadura, ambos sentindo a conversa que virá. Tivemos ela há quatro anos e teremos de novo.

— Sabe se pretende ficar? — ele pergunta, finalmente, ocupando-se em afivelar bem a armadura.

— Ainda não. — eu digo e engulo em seco. — Jonathan disse que posso ficar.

— E vai? — o telmarino pergunta, erguendo o olhar de forma esperançosa.

— Não sei. — admito e suspiro, vendo-o assentir, quieto.

Ficamos em silêncio, mesmo quando ele termina seu trabalho com minha armadura, e nos encaramos. Vejo seu olhar triste e meus olhos enchem-se de lágrimas, então abraço-o fortemente, sentindo seus braços me apertarem contra seu corpo.

— Eu te amo, lembre-se disso, não importa o que. — eu digo e levanto o rosto, observando o de Caspian, vendo-o de olhos fechados, e passo a mão pelas suas bochechas, secando as lágrimas que descem. — Me perdoe por fazer isso com você, é tão... cruel. Às vezes sinto que você sofreria menos sem mim.

— Provavelmente. — ele admite e abre os olhos, segurando minhas mãos em seu rosto, então suspira. — Mas seria menos feliz também. Eu te amo, Elle, e não me arrependo de ter te conhecido.

— Mas não é justo com você. — eu protesto, sentindo ele secar minhas lágrimas, e olho em seus olhos. — Você merece ter um relacionamento em que vê sua namorada mais frequentemente do que de anos em anos. 

— Você também merece, Elle. Isso não é culpa sua e eu não sou o único sofrendo. — Caspian me lembra e assinto, a contragosto, então vejo um lampejo de dor nos seus olhos. — Você está dizendo isso porque quer desistir de nós?

— Eu não quero. — eu respondo com convicção e seriedade, e encolho os ombros ao prosseguir: — Mas se você quiser, eu não vou te obrigar a ficar comigo. Eu sou complicada, você sabe. Não te prenderia comigo.

— Não é uma prisão quando quero estar com você. — ele diz, pacientemente. — Eu te amo, querida, não irei desistir de nós. E você?

— Nunca. — eu respondo e seguro suas mãos junto das minhas. — Nem em cinco, dez, quinze anos. Eu vou voltar pra você, prometo.

Sinto alívio ao vê-lo mais tranquilo e sou puxada para um novo abraço, sentindo meu coração acelerar, e prometo à mim mesma que irei protegê-lo. Sempre. E que voltarei, eu preciso.

— Cuidado, ok? — Caspian pede e sorrio, afastando-me um pouco dele.

— Sou sempre cuidadosa. — eu afirmo e vejo-o sorrir também. — Tome cuidado você.

— Você me deixa louco. — ele comenta com um suspiro e sorrimos um para o outro.

Os sorrisos somem assim que batidas são dadas na porta e Drinian avisa que estão todos prontos, apenas esperando por nós. 

Sentindo que caminhamos para uma batalha, olhamos um para o outro e entrelaçamos os dedos antes de sair pela porta, preparados para o combate que virá.

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Espero que tenham gostado.

Amanhã posto a surpresa de Natal, porque a burra aqui não conseguiu se organizar a tempo.

Até a próxima.

24/12/2020.

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