Mal nos aguentamos de ansiedade e saímos explorando a ilha, ignorando veementemente nossas experiências anteriores. Até porque, mesmo quando tentamos evitar problemas, os problemas vêm até nós. Então quem liga, não é mesmo?
Caminhamos vários metros com as espadas levantadas e Edmundo mais na frente, iluminando o local com sua lanterna.
Franzo a testa ao ver uma estátua de um condor de cabeça baixa e asas fechadas. Que coisa mais esquisita pra se ter em um lugar. Atravessamos uma ponte e chegamos à uma passagem, feita pelas raízes de uma árvore gigante. Ok, quem era o decorador desse lugar?
Entramos no local e vemos uma mesa de pedra, com bancos também de pedra, e uma mesa cheia de comida e com castiçais. Um banquete no meio do nada, sem nem sombra de alguém, nada suspeito, é claro. Mas não é como se os tripulantes estivessem ligando, afinal estamos sem comer direito há dias.
— Hum... comida! — Tavros suspira, avançando.
— Espere. — Drinian manda, enquanto andamos ao redor da mesa.
— A comida não apodreceu, então alguém colocou faz pouco tempo. Mas ao mesmo tempo não tem ninguém por aqui. — eu penso alto, observando os talheres, pratos e taças de ouro. — Extremamente suspeito, porque ela só se manteria assim com magia. E comida mágica não me deixa muito tranquila.
Lúcia solta uma exclamação surpresa e olhamos em sua direção, vendo três homens no fim da mesa, cobertos por teias e raízes.
— Como foi que eles não entraram em decomposição?! — pergunto, indignada. Adeus, aulas de ciências. — Cuidado, querido.
Caspian assente, aproximando-se dos homens, então aponta sua espada para o anel do que está na ponta.
— Lorde Revilian. — o telmarino informa e aproxima-se mais da mesa, enquanto Edmundo ilumina os homens. Caspian observa outro anel e diz: — Lorde Mavramorn.
Lúcia para do outro lado do homem, afastando o longo cabelo de seu rosto. Todos os homens têm cabelos e barbas compridas, grisalhas. Sinto os arrepios na minha nuca e me remexo. Não gosto nada disso.
— Lorde Argos. — Caspian sussurra, observando o outro homem na mesa.
Os tripulantes guardam sua espada, mas permaneço com a minha em punho, sentindo a magia ao redor. Esse lance de vidente parece rastrear magia.
Lúcia dá um pulo, assustada, e eu vejo Jonathan olhá-la preocupado, mas permanece firme ao meu lado.
— Ele está respirando. — Caspian conta, após aproximar-se do homem.
— Eles também. — Edmundo aponta sua lanterna para os outros dois e eu sinto os arrepios ficarem mais intensos. — Estão enfeitiçados.
Trocamos olhares, assustados, e Caspian vira-se para os tripulantes, gritando:
— É a comida.
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Impasse • Crônicas de Nárnia
Fanfiction[terceira temporada da saga Fortuna] Passaram-se quatro anos e agora Elle é uma mulher independente, com quatro crianças dependendo dela. Seu coração ainda dói por estar separada de Caspian, mas ela permanece firme, pois seus irmãos dependem dela. K...