Capítulo VI | Um Sonserino

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"Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir se convence que os mortais não podem ocultar nenhum segredo. Pois, aquele que não fala com os lábios, fala com as pontas dos dedos. Nós nos traímos por todos os poros."

Dark 

1976

I

           No alto da torre da grifinória, a adorável noite se estendia pela janela em frente a Harry Potter. Ele esteve naquele lugar milhões de vezes, e paradoxalmente esta era a primeira vez, se fosse pensar na linha temporal. O jovem teve seus pensamentos interrompidos pela entrada de um pequeno grupo fazendo algazarra.

— Veja, Pontas, colocaram uma cama nova para o novato  — Harry reconheceu aquela voz na mesma hora. Seu coração deu um salto.

Um jovem de pele clara e cabelos negros como os de Snape, mas diferentemente do sonserino, os seus fios eram cortados de uma forma que emanava uma elegância casual. Seus olhos eram claros e muito conhecidos por Harry, que deu um meio sorriso cheio de tristeza por trás.

 Harry ainda sofria muito pela perda de seu padrinho. Harry sentia uma vontade arrebatadora de ligar o "foda-se" e correr até o padrinho e abraçá-lo, mas não o fez.

 — Olá, meu nome é Sirius Black!

O garoto belo e elegante se aproximou e estendeu a mão para Harry que imediatamente a apertou.

— Oi Harry! - Remus agora se dirigia a ele simpaticamente — estou muito feliz por você ter ficado em nosso dormitório.

— Você tinha razão Remo, é idêntico — Sirius falou para o amigo fazendo menção a semelhança entre os Potter.

— Nem achei.. quase não vejo semelhança— Pela primeira vez na sua vida, Harry ouviu a voz do pai pessoalmente, era calorosa e debochada. Ele já ouvira nas memórias de Snape, mas a sensação poder ser visto por James tornava a experiência emocionante, diferente de uma penseira.

James Potter entrara no quarto com arrogância e o olhou dos pés a cabeça. Harry sentiu-se péssimo, pois sua primeira impressão ao vê o pai pessoalmente, depois de tantos anos de idealização, foi de decepção e antipatia. Ele não queria acreditar que o Professor Snape estivesse certo. Que todas as palavras invejosas e condenatórias que proferia sobre seu pai eram verdadeiras.

James se jogou na cama, no outro extremo do quarto e resolveu ignorar o garoto.

Sirius no entanto parecia ser o relações públicas do grupo, pois sentou na  cama, que era mais próxima de Harry e tentou puxar assunto com o garoto. Harry Potter sentiu-se feliz por poder estar perto do Padrinho. Sentiu uma pequena euforia, que quase o distraiu da frustração de não simpatizar com o próprio pai. 

II

Na manhã seguinte o Jovem Severo Snape, andava a  passos largos para a aula de poções. A maioria de seus amigos não era do mesmo ano, por isso caminhava sozinho. Não precisou se esforçar muito para chegar na aula, pois a sala era próxima das masmorras da sonserina. Ele pôde ouvir passos acelerarem as suas costas, na tentativa alcançá-lo. Snape conseguiu ouvir os pensamentos da Grifinória, não estava afim de tratar com ela agora. Ainda estava decepcionado.

— Sev, espera, por que você está andando tão rápido?

O garoto percebeu que não daria mais para fingir que não havia percebido a aproximação da ruiva.

De Volta Para o PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora