Capítulo XVII | Amortentia

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I

                Os alunos estavam alvoroçados, quem havia bebido a poção do caldeirão do sonserino temia passar mal. Os colegas se olhavam e perguntavam as suas duplas se havia algo de estranho em si mesmos. Enquanto Hermione apenas se preocupava com o sonserino, ela correu junto com o professor na direção do jovem caído no chão.

              Slughorn fez menção de se abaixar, mas a grifinória foi mais rápida, tocou o rosto de Severus, enquanto Evans ficava irritada com a proximidade da recém chegada. A sala se calou, e tudo que ouvia-se era  a voz doce e preocupada da "intercambista".

— Severus, Severus, acorde!!!! Por favor, acorde!!!!

O jovem começou a se mexer, como se estivesse despertando. Hermione esboçou um sorriso nos lábios, aliviada; o processo de cura devia ter sido muito forte para tê-lo apagado daquele jeito. Se ela não tivesse sob efeito da mesma poção teria sentido seu coração partir-se nos minutos seguintes.

Snape abriu os olhos negros e mirou a pequena leoa que ainda repousava suas mãos sobre o rosto dele. Não queria se distanciar da pele fria tão desejada por ela. O jovem bruxo franziu o cenho e levou a própria mão até a dela, fazendo o coração recém recuperado da pequena palpitar mais uma vez, antes de partir-se novamente. Severus puxou a mão dela do seu rosto com mal jeito e levantou-se de supetão.

— Lily... Oh Lily, você está bem? — Snape cobriu a distância entre eles e abraçou a ruiva com ímpeto semelhante ao que fizera com Hermione na noite anterior.

Hermione ainda estava ajoelhada ao lado de onde Snape estivera, desejou que o chão abrisse e a sugasse para dentro.

— Ah, que bom, foi só um susto pessoal. Estão todos liberados!! Pi-pi-pi!!! — Horace proferiu o som na intenção de fazê-los andar mais rápido.

Os alunos juntaram as coisas e começaram a sair da sala, enquanto o professor ia até as mesas, lançando feitiços de limpeza nos utensílios. Quando Snape saiu da sala com o braço na cintura da ruiva, Hermione foi até Slughorn.

— Professor, por favor, me tire uma dúvida.

— Sim, minha cara Srta. Granger, diga!

— A Poção de Cura... você disse que curaria um coração partido, achei que após bebê-la o efeito seria imediato.

— E é imediato!

— Mas eu, quer dizer... a pessoa pode tomar e continuar pensando naquele que partiu seu coração?

Slughorn olhou cheio de compaixão para a jovem aluna.

— A poção cura as dores do coração, é verdade, mas ela não cura o amor Srta. Granger, pois amor não é doença. Eu sinto muito que tenha criado em você esta esperança, deveria ter sido mais claro.

Hermione deu um meio sorriso triste — tudo bem professor, imagina, está tudo bem mesmo!

Antes que a jovem se juntasse a Harry, que esperava na porta da sala, Horace completou.

— Srta. Granger, o tempo é o que procura, é o segredo para curar todos os males. Tenha um pouco de paciência e talvez se surpreenda — O professor pestanejou — darei uma festa muito em breve, gostaria que você e seu amigo Potter se fizessem presentes... mandarei convites via coruja.

— Sim professor, conte com a gente! Obrigada pelo convite e pelo conselho — encaminhou-se para fora da sala. 

II

Quando seguiram pelo corredor, os dois viajantes no tempo viram uma cena difícil de esquecer: ao lado de uma estátua dois alunos trocavam beijos e carícias, a mãe de Harry Potter e o objeto da paixão de Hermione Granger protagonizavam uma cena bastante indigesta.

De Volta Para o PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora