Capítulo X | Fim de Jogo

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                Hemione pestanejou, estava em dúvida se havia imaginado aquele chamado. Ouvira tantas vezes aquele "Srta Granger" ao som daquela voz arrastada;   se questionava se havia fantasiado aquelas palavras saindo da boca dele. No meio de seu devaneio cinematográfico com direito a trilha sonora.

Sentiu uma mão a sua esquerda empurrar suas costa, fazendo ela se levantar. Hermione piscou algumas vezes e olhou para a dona da mão. Alice arregalava os olhos e virava o  globo ocular na direção dele, como forma de ordenar que Hermione também olhasse para Snape.

Mione reuniu coragem para encurtar a distância entre eles, dando um passo de cada vez, aproveitando aquela visão, enquanto se aproximava dele. Se Hermione tivesse olhado para trás, teria visto que Lily Evans havia cruzado os braços enciumada.

— Você veio...  — constatou envergonhada, então lembrou da imagem da bela loira e parou de sorrir, tentando aparentar indiferença.

— Bem, você fez uma proposta que tive que considerar...

"Eu fiz uma proposta.. a loira não fez? ele não está aqui por causa dela?"

— Me acompanhe! Não posso permitir que você tenha a mesma visão limitada e simplória dos seus companheiros de casa sobre a escola.

Severus Snape fez sinal para que ela o seguisse, o que ela fez acompanhando-o, mas mantendo um passo atrás sem conseguir abandonar velhos hábitos.

— Gostaria que andasse ao meu lado, se não sinto que estou falando sozinho... — pediu com um quê de irritação na voz constante.

Ela apertou o passo e se nivelou ao dele, olhando seu perfil aquilino impassível.

— Não tinha intenção de vim, não fique convencida, estou aqui por causa do meu amigo, ele pediu por minha proteção.

Havia muitas coisas naquela frase que a intrigavam. 

"Não fique convencida... Eu tenho motivos para ficar? Porque o amigo dele precisava de proteção? Desde quando pequenos comensais precisam de proteção em Hogwarts?"

— Os grifinórios costumam pregar peças nos sonserinos... algumas podem ser perigosas — falou fazendo as suas pausas dramáticas, tão conhecidas pela garota — Espero que você não se familiarize apenas com aqueles da sua casa, pois isso seria... um desperdício.

— Que tipo de peça, Snape? 

-—Tipo humilhações, azarações e pequenas torturas, que eu garanto que Você-sabe-quem aprovaria. 

— E vocês, não fazem o mesmo que eles? 

— Apenas quando eles começam, nós apenas retribuímos o gesto.

— Eu ouvi que a sonserina é a casa com maior concentração de bruxos das trevas...

 — Acredito que a julguei mal, Srta. Granger. Achei que você fosse mais do que um mero papagaio...

Nesse momento ele parou abruptamente e a encarou. O que fez ela se sentir acuada, parecia que quem estava a sua frente era o seu antigo e insuportável professor.

— Acredite, não sou. Apenas estava lhe informando sobre o que dizem de vocês — Ela buscou toda autoconfiança que tinha dentro de si para responder. Ele a estava desafiando, Mione sentia que não podia demonstrar fraqueza, ou ele a veria como uma pessoa desprezível e irrelevante. 

— É por isso mesmo que vou te dar uma chance de sair do óbvio.

 Snape aproximou seu corpo do dela e ousadamente colocou uma mecha castanha atrás da sua orelha. Hermione sentiu sua bochecha incendiar no caminho que os dedos frios e pálidos tocaram o seu rosto. E fechou os olhos levemente para vivenciar a sensação 

De Volta Para o PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora