Capítulo IV | O Banquete

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A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente.

Søren Kierkegaard

I

                Hermione sentia-se muito tonta, sentou-se e fechou os olhos, pensando como fariam agora para falar com Alvo Dumbledore. Teriam que ficar na frente da sala do bruxo, até o Alvo vinte anos mais jovem aparecer. Não sabia quanto tempo levaria.

"Talvez não consiga chegar a tempo do banquete, no final das contas."  Hermione pensou com esperança, se assim o fosse haveria uma chance das coisas terminarem diferentes desta vez.

— 1976 eu diria — A resposta inesperada pegou Hermione e Harry de surpresa.

— Hun, hun — Alguém limpou a garganta, antes que a voz rouca e divertida voltasse a soar — Revelious!

A capa foi varrida por uma abrupta ventania, que revelou um Harry e uma Hermione sentados no chão para um Alvo Dumbledore mais novo. 

"Esta é uma péssima primeira impressão", pensou envergonhada.

— A que devo o prazer da visita? — O velho mago perguntou calmamente e sem rodeios.

Hermione se levantou enquanto ajeitava suas vestes da Grifinória.  Pensava se o seu cabelo por acaso estaria muito mais volumoso e sem jeito do que o normal, depois de uma viagem de duas décadas. Ela tirou o envelope de cor areia com selo vermelho da sua capa, e simplesmente entregou a Dumbledore.

O Diretor a observou com curiosidade, olhou dela para a carta e pelo visto reconheceu a caligrafia, pois em seguida disse:

— Queiram me acompanhar! — O bruxo usava vestes longas azuis turquesa, que evidenciava ainda mais a cor de seus olhos, por trás dos oclinhos de meia-lua — Pufosos rosas.

Então esta era a senha que Dumbledore não lembrava, Hermione e Harry pensaram segurando o riso. Os dois se olharam cúmplices e cheios de coragem, subiram a escada espiral seguindo o grande Bruxo.

— Sentem-se, por favor! 

Cada um dos jovens se acomodou em uma das cadeiras apontadas pelo Diretor. Enquanto isso, ele permaneceu em pé, andando em círculos ao ler a própria carta. Os dois estavam ansiosos, até que ele finalmente disse:

— Então vocês vieram do futuro? — Os dois acenaram com a cabeça brevemente — Não tenho razão para duvidar, pois esta carta foi realmente escrita por mim.  

Dumbledore encostou-se na mesa de frente para eles. 

— Eu não posso perguntar coisas sobre o futuro, pois isso poderia trazer danos irremediáveis. No entanto, vi que os dois são Grifinórios, vocês pensaram em alguma estória para explicar a chegada inesperada de vocês no sexto ano?

— Sim, professor Dumbledore — Hermione respondeu eficiente — , nós somos alunos americanos e viemos fazer intercâmbio na Escócia.

— Ótimo, ótimo. Quais são suas casas lá? Vocês sabem que vão lhes perguntar isso... assim como tantas outras coisas.

Hermione novamente teve iniciativa:

— Eu sou da Serpente Chifruda, conhecidos pelos seus alunos intelectuais e dedicados ao Estudo. Harry é da casa do Pássaro Trovão, dos espíritos aventureiros e exploradores.

Dumbledore mirou Harry com curiosidade, apesar dele não dizer nada.

— Sua semelhança com um de meus alunos é espantosa e inegável. Por acaso no futuro, seu pai é James Potter?

De Volta Para o PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora