Chapter 20: Park

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Eu não estou procurando por alguém
Com dons sobre-humanos.
Something Just Like This, The Chainsmokers ft. Coldplay.

Então após um fim de semana na Carolina do Norte, antes que Nataly e Noah retornem a Nova York, a garota indaga ao namorado se ele achava uma boa ideia ela retornar ao Texas. E ele, com um sorriso imenso propõe que eles continuassem a viagem em direção a Houston. A negra receia por alguns momentos, mas em seguida ela concorda e eles se vão, é claro com a promessa do garoto de olhos azuis a sua família recém descoberta de voltar assim que se formar na universidade.

— Você tá preparada pra isso? — Noah lhe indaga com as mãos apertadas a sua própria, em frente a porta da casa que ela fugiu há alguns anos. Há um bolo em sua garganta e um sentimento pesado segue seus ombros a cada rua que ela passou. A vizinhança não mudou tanto, há algumas casas novas, mas o local ainda carece de atenção do governo.

— Sim... — Ela sussurrou erguendo seus olhos escuros aos azuis que lhe transmitem paz e serenidade — Você me deu coragem.

— Não Naty... — Noah sorri, com as covinhas profundas tomando seu lugar no rosto pálido, antes de se virar a negra e tocar a área de seu peito e clavícula, insinuando o coração. — Sua coragem estava bem aqui. O tempo todo.

Ela prensa seus lábios, impedindo que as lágrimas já a beira de seus olhos escapem e em seguida assente, batendo palmas em frente a casa de madeiras e vidraças quebradas, com um matagal praticamente rompendo a varanda. Ela acompanha as cadeiras velhas espalhadas ali e em seguida a porta que se abre revelando uma mulher negra, de cabelos grisalhos, manchas no rosto e roupas gastas.

— Nataly? — Ela indaga, apertando seus olhos por trás dos óculos.

— Mãe... — A mais nova respondeu, dando um passo pra frente, sem conseguir impedir as lágrimas que jorram de suas orbes.

Oh meu deus, Nataly... — A mulher exclama ao se certificar de que é realmente a filha e caminha com passos apressados em sua direção, antes de envolver os ombros da mais nova em um abraço apertado — Eu sabia que você voltaria.

— Me perdoe mamãe. — Ela se vê sussurrando, com o coração apertado e um leve arrependimento por ter ido embora da maneira que foi. Mesmo que naquele momento soubesse que era a melhor opção.

— Não minha filha, eu é que te peço perdão, por não ter sido a mãe que deveria quando você precisava. — A mais velha murmura, também em prantos, se afastando do corpo da filha para alcançar seu rosto entre as palmas. Nataly sente o coração esmagar, como se milhões de de caminhões estivessem o atropelando quando as palavras da mulher se repetem em sua cabeça. Ela não sabe dizer o que, mas algo nela havia mudado.

— Mana? — Um corpo magro e rosto semelhante ao de Nataly atravessa a porta, com passos rápidos em sua direção e ela se dá conta de quem se trata.

—Alice, você cresceu tanto! — A irmã murmurou, abraçando a mais nova e sentindo as lágrimas voltarem com mais intensidade.

— Por onde você esteve? Meu Deus... — A menor murmura, a mãe assiste a cena, mas seus olhos estão atentos no garoto magro e alto próximo a entrada da casa.

— Eu fui para Nova York. — Nataly responde e aquelas palavras despertam a mais velha, seus olhos agora piedosos recaem sobre a filha, enquanto internamente ela se pergunta o que a garota passou durante esses anos.

— Ah meu bebê... — Ela sussurra com a voz quebrada, mas é Alice quem faz a pergunta que a mais velha queria.

— E quem é esse cara bonitão aí? — A irmã pergunta indicando o moreno - agora corado - atrás de Nataly. Holland se vira com um sorriso enorme em seu rosto antes de responder.

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