Chapter 02: Coffee shop.

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Nota: Olá! Como vocês estão nessa quarta?
Essa nota é só pra avisar que as atualizações dessa história serão na segunda/quarta/sexta.
Espero que gostem desse capítulo e escutem a música na mídia! Bjs 🤭💖

[...]

Oh, nós recebemos o que merecemos?
Ladeira abaixo nós vamos.
Way Down We Go, Kaleo.

Existem momentos que você simplesmente sente que tudo pode dar errado, mas existe essa maldita intuição que sussurra ao pé de seu ouvido que não, que há uma chance. E essa intuição tem cinquenta por cento de chances de estar certa, mas por outro lado, ela também tem cinquenta por cento de chances de lhe decepcionar outra vez. Noah havia decido confiar em sua intuição quando deixara Harvey fazer aquela tal reunião, acreditando que talvez aquela permissão pudesse aproximar dois irmãos que mais pareciam estranhos na mesma casa. Todavia...

A manhã de quinta-feira começa agitada na mansão dos Gilbert's. Um grito furioso ecoa pelo quarto do moreno, enquanto seus lençóis são puxados com brusquidão o derrubando no chão.

— Noah Gilbert! — A voz do pai barra empresário se faz presente no cômodo, o garoto abre seus olhos cerrados percebendo a porta escancarada e o casal na porta, enquanto ele está apenas em sua boxer, no piso gelado esfregando seus olhos.

— Chad? Que porra? — Ele cospe confuso, sem entender o motivo pelo qual seu pai está agindo daquela maneira.

— Seu moleque, eu é quem pergunto, o que significa isso? — O mais velho exclama com as mãos na cintura e os olhos no corredor do lado de fora. Seu corpo malhado é envolto por uma camisa social importada branca, junto de calças cor creme e um sapato social. A barba está perfeitamente alinhada e pintada, Noah sabe que o pai está prestes a ir para o trabalho, então se levanta caminhando em sua direção.

— Isso o que- merda. — Ele congela ao ver o estado da casa fora de seu quarto. Há comidas e bebidas em todo local, roupas espalhadas em lugares aleatórios, e tudo está completamente revirado. Um caos.

— Você tem cinco segundos para começar a se explicar. — Chad continua com sua mesma expressão, enquanto Noah vai caminhando para fora de seu quarto e se tornando cada vez mais surpreso com o estado da mansão.

Harvey... — Ele sussurra ao perceber o irmão mais novo agarrado a Samantha. Noah ainda tem a expressão confusa até que o garoto se manifeste.

— ... Sim mamãe, eu o avisei, mas ele disse que não teria problemas. — Ele murmura a loira com uma expressão tristonha, ao se dar conta de que o mais novo apenas lhe usou Noah sente o peito apertar em irritação.

— Harvey o que é isso? — O primogênito pergunta ao mais novo, com a garganta apertada e os olhos queimando. Incrédulo pelo irmão que jogou toda a culpa em suas costas. Ele odiava ser usado, mas pensando melhor agora, aquilo estava bom demais pra ser verdade.

— Não dirija a palavra ao meu filho seu bastardinho! — Samantha exclamou irritada, apontando as unhas longas em direção ao mais velho. Noah parte seus lábios, sem saber como se defender ou provar que não havia feito nada, afinal era o filho perfeito contra o filho rebelde.

— Mas eu não-

— Calado! - Dessa vez era Chad quem o repreendia, com as palmas na testa — Eu não estou suportando mais olhar para sua cara Noah, você vai ligar para um serviço de limpeza agora mesmo e vai ficar sem seu carro!

Ele bufou irritado, mas não tinha o que fazer. Sempre fora assim e sempre seria.

[...]

O barulho do motor de sua Harley Davidson é tudo o que Noah pode ouvir nos próximos momentos. O mormaço queimava sua pele por baixo da jaqueta de couro, seus longos cabelos negros voavam com o vento batendo em seu rosto. Ele está em uma estrada vazia, correndo por horas, sem um local seguro para onde pudesse ir.

Tudo o que se passava em sua mente naquele momento era como ele podia ser tão idiota a ponto de confiar em Harvey. O irmão nunca foi seu maior ponto de confidência, mas tramar ao ponto de jogar a culpa em si? Era demais. A pior parte é que tudo sempre se desenrolava da mesma maneira, Samantha protegia seu filho, enquanto Chad jogava sua irritação sobre seu maldito bastardo.

Se ao menos Noah soubesse onde sua mãe estava. Ou o motivo para ela tê-lo abandonado ali, naquele ninho de cobras. Todavia não sabia nada, não tinha como saber. Suas certezas sobre ela eram tão vagas quanto as estradas vazias que ele atravessava naquele momento. Noah precisava urgentemente de um ponto de paz. Ou pereceria.

[...]

Ao sair das estradas o garoto acaba em um centro urbano, esgotado após tanto tempo pilotando ele decide estacionar em uma pequena cafeteria que parece agradável. Por não ser um horário de pico, o local não tem um fluxo tão grande de clientes no momento. Tudo o que o moreno pode ver são duas garçonetes transitando por trás do vidro transparente que separava a rua do estabelecimento, então opta por entrar soando uma campainha assim que ele atravessa a porta.

Senta-se ao canto, sem chamar muita atenção e retira seu celular do bolso, correndo o feed do Instagram entediado até que alguém o atenda. Não passa muito tempo até que uma das garçonetes, a negra, se aproxime de sua mesa com um bloquinho em mãos.

— O senhor já sabe o que deseja? — Ela pergunta sem muito entusiasmo. Noah limpa seus lábios e entrelaça os dedos, notando sua beleza, mas resolve fazer seu pedido antes que seus pensamentos voem em outra direção.

Uhm... Vou querer um macchiato com muffins de chocolate. — Ele responde sem sequer olhar o cardápio, pedindo por algo que vá sustentar seu estômago, já que saiu de casa sem o café da manhã.

Okay. Só um momento. — Ela responde após fazer a anotação, ainda sem dar muita atenção ao moreno, se virando em direção ao balcão.

Noah está inquieto, enrola mais um pouco nas redes sociais e espera por bons minutos até que a garota esteja aparecendo na porta da cozinha, atrás do balcão. Ele se levanta depressa, decidindo pegar por si mesmo o seu pedido e pedir para levar, mas há algo confuso em sua visão que o faz desviar os olhos e quando retorna para moça, seu corpo colide com um menor e logo ele sente o líquido escorrer por suas pernas.

— Puta merda! — Ele exclama vendo a bagunça que está em sua roupa agora, enquanto a garota tenta inutilmente limpar tudo o que foi derrubado.

— Você não podia ter esperado? — Ela reclama com os dentes cerrados. Noah poderia facilmente ter dito que não era sua culpa se ela não tivesse sido tão... Petulante.

— Você é quem deve prestar atenção no seu serviço garota! — O moreno devolve irritadiço, também tentando limpar sua roupa, mas sem sucesso. E o cheiro do café preenche suas narinas percebendo que ele deve tirar aquela roupa o mais rápido possível.

— Era o que eu estava fazendo! — Ela devolve sem erguer seus olhos. Noah sabe que ela está chorando, mas só deus sabe o motivo. De qualquer forma, ele deixa alguns dólares sobre o balcão para que aquilo não pese em sua consciência e abandona aquele lugar.

— Foda-se. — Ele murmura.

Tudo está dando errado.

[...]

Irritada, Nataly acaba de limpar o chão sem falar com Molly ou Justin, que a observam fixamente. Ela sabe que acabou descontando em um cliente o estresse do seu dia, mas inferno, ele não poderia apenas aguardar sentado?

Holland vai até a mesa onde o moreno estava sentado para verificar se precisa limpar novamente, pensando que Payno lhe daria uma bronca se pegasse qualquer erro dela outra vez. Surpreendentemente, ela nota um aparelho eletrônico esquecido sobre a mesa do local. Obviamente o garoto idiota iria esquecer algo. Seria a oportunidade perfeita para ele ver Payno e reclamar sobre o péssimo atendimento. Ela estava ferrada.

Sem pensar muito a garota pega o aparelho e coloca em seu bolso. Não para ficar com ele, é claro, mas porque ela sabe que é melhor que esteja com ela do que nas mãos de seu chefe.

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