Dissoluto (livro 1) - Série The Underwood's.

Capítulo Vinte e Oito

Monte Rainier

Depois de fechar o bar, naquela noite, levei Millicent para casa. Não resisti quando ela me convidou para entrar e nem mesmo quando permitiu beijá-la. Eu me surpreendi com como era fácil ser incendiado pelo calor daquela garota e também com a facilidade com que cedi ao desejo que rasgava minha pele. A essa altura, eu precisava admitir, minhas tentativas de não aprofundar o que eu sentia estavam se tornando inúteis, porque era óbvio que Millicent estava me envolvendo, e que eu caía em sua graça cada vez mais. Minha doce menina, com seus toques ainda inexperientes, conseguia fazer coisas, proporcionar-me sensações que eu ainda não tinha vivenciado com qualquer outra mulher, por mais experiente que fosse.

Durante muito tempo, conheci mulheres que procuravam exatamente o mesmo que eu; prazer físico sem compromisso algum, e não posso negar o quanto era bom esse arranjo. Nada saía do meu controle e, quando eu percebia que a situação pedia mais do que eu podia oferecer, simplesmente esclarecia minha falta de interesse. Não me orgulho de dizer quantas mulheres deixei de coração partido e só tenho consciência disso agora que tenho Millicent em meus braços.

Deus do céu! Esta mulher tem me feito repensar toda minha maldita vida, e sou consciente o suficiente para admitir o quanto isso me afeta. Ao tê-la sob mim naquela noite, enquanto eu a fodia com força, beijando seus seios e provocando-a com minha língua, percebi como estava sendo diferente e o quanto ela estava se entregando completamente. E inferno, eu também! A cada vez que fazíamos sexo, algo mudava em um nível alto e sei que ela também sabia disso. Naquela noite, desejei que ela gritasse meu nome quando gozou cravando as unhas em minhas costas, seu olhar colado ao meu. Não me contentei em tê-la apenas uma vez e, mesmo sendo tarde, eu a levei para a sala. Depois de usar um de seus chás exóticos e algumas torradas de sementes que ela tinha no armário, eu a alimentei e a envolvi em uma manta quente, conduzindo-a novamente para o quarto. Eu precisava ir, precisava encontrar Evan, mas, mesmo lutando com todas minhas forças, sabendo que Millicent precisava descansar, beijei novamente cada parte de seu corpo e a possuí outra vez, agora lentamente, construindo seu prazer devagar.

Eu a mantive em meus braços, até que ela adormeceu e, depois de reunir minhas forças, vesti-me e voltei para casa. Conduzi minha moto pela madrugada fresca e não me admirou encontrar Evan me esperando na porta de meu apartamento com uma sacola de bebidas nas mãos.

— Espero que a desculpa seja que você estava comendo sua garota, Savi, porque foi a única coisa que consegui imaginar nessas horas em que estive sentado aqui, encarando essas cervejas e pensando no quanto seria bom se eu pudesse bebê-las, coisa que não fiz por apreciar sua amizade, cara — ele diz rapidamente, e eu contenho o riso, espantado por seu desabafo.

— Estou admirado por seu discurso, Evan. Você usou todas essas horas para decorá-lo? — pergunto arqueando as sobrancelhas, enquanto puxo a chave do bolso e destranco a porta.

Evan passa ao meu lado e entra, indo direto para ao balcão da cozinha, colocando a sacola sobre ele. Ele se vira para mim e move os ombros, debochado.

— Eu poderia ter arrombado a porta e entrado, mas reconsiderei ao me lembrar de há quantos anos somos amigos — comenta com um sorriso idiota.

Solto uma gargalhada, pensando que sim, ele poderia ter feito isso. Apesar de sua conduta, agora exemplar, Evan podia facilmente ter arrombado a porta e entrado em meu apartamento, como em qualquer outro que possua uma fechadura tão simples quanto essa.

— Eu preciso tomar um banho. A comida está na geladeira, você precisa abri-la, e depois usar aquele objeto, que se chama micro-ondas, preso à parede. Acha que consegue? — pergunto sorrindo.

Evan revira os olhos e aponta para mim.

— Vá lavar suas bolas, cara. Eu cuido disso aqui — e dando as costas para mim, ele segue atrás da preciosa fonte de alimentação moderna, ou seja, geladeira.