Capítulo Vinte e Nove

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Millicent

Solte-me! Tire as mãos de mim, por favor!

Não... Eu não quero.

Mamãe, ajude-me!

— Millicent, acorde! — Meus ombros são sacudidos, e eu abro os olhos, encontrando Savi em cima de mim. Ao reconhecê-lo, agarro seu pescoço e o puxo para cima de mim, enterrando o rosto em seu peito. — Calma, meu amor, eu estou aqui — ele diz em meu ouvido, e escutá-lo me chamar de um jeito tão carinhoso faz meu coração derreter. Quando me dou conta, estou chorando, meus olhos apertados, porque não quero que Savi veja. — Foi apenas um pesadelo. Nada é real.

Eu sei que nada é real, porque agora ele está aqui comigo e estou em seus braços, mas antes, quando aquele homem estava sobre mim..., sim, naquele instante, tudo era terrivelmente real.

Solto meus braços do pescoço de Savi e volto a me deitar na cama, enterrando meu rosto no travesseiro, ocultando-me. Não quero ter que lhe dizer sobre o que sonhei, mesmo sabendo que não preciso. Não quero falar sobre isso, só quero esquecer.

Mamãe insistiu que Savi e eu deveríamos dormir aqui esta noite e, mesmo que meu pai seja contra meu namorado dormir comigo em meu quarto, minha mãe pareceu compreender meu medo e convenceu o marido de que sou adulta o suficiente para isso. Acontece que Savi é meu primeiro namorado, primeiro homem que beijei, e eu me sinto segura ao seu lado. Gosto de seu jeito protetor, gosto quando ele me segura pela cintura e me beija daquela forma que faz meu estômago revirar. Bem, Savi foi o primeiro homem com quem fiz amor. Sempre, não importa o que aconteça, em minha mente, será ele o primeiro homem com quem estive, a quem realmente me entreguei. Nunca houve outro, nunca houve dor e nem medo. Apenas Savi, com seu cuidado e sua paixão. É estranho, mas ele é tão diferente de sua aparência exótica, é tão doce, carinhoso e, Deus, muito quente. Seus toques em minha pele agem como fogo, fazendo maravilhas, deixando que eu descubra prazeres inimagináveis.

— Está melhor? — ele pergunta, massageando meus ombros, acalmando-me.

Balanço minha cabeça confirmando, tentando acalmá-lo também. Seguro sua mão e deposito um beijo no dorso dela, sentindo seu toque morno e agradável.

— Você estava se debatendo, e eu fiquei apavorado — Savi confessa, e eu vejo preocupação em seus olhos. — Fiquei com medo de que você fosse para longe, que sua mente... Meu Deus, Millicent!

Ah... Meu menino.

Emocionada, eu envolvo sua cintura com os braços e o abraço com força, beijando seu pescoço, aproveitando para envolvê-lo com as pernas também. Quero-o perto de mim.

— Não posso mais ficar longe de você, minha menina. — Savi se solta de mim e segura meu rosto, para que eu veja sua expressão. — Isso é ruim? Querer tê-la ao meu lado a todo momento, desejar sentir sua pele, seu perfume...?

Preciso dizer a ele que não é, porque sinto a mesma necessidade.

"Faça amor comigo, Savi." Movo os lábios devagar, com medo de que ele não consiga compreender.

Oh, mas ele compreende. Nossos corpos estão em sintonia.

— Inferno, Millicent, estamos na casa dos seus pais, e eu suspeito que eles não ficarão muito contentes se descobrirem o que quero fazer com você — ele diz em arfadas, movendo o quadril contra o meu.

Por precaução, eu havia decidido me deitar usando meu antigo pijama de morangos que minha mãe guardou depois que fui embora, e Savi, bem, ele deitou-se completamente nu. Sim, desavergonhadamente nu, e eu gosto disso. Na verdade, agora estou muito agradecida por isso.

Dissoluto (livro 1) - Série The Underwood's.Onde histórias criam vida. Descubra agora