23- Mãe

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Depois de ver o idiota do meu pai se pegando com a loira dentro do carro dele, o meu dia perfeito se foi pelos ares.

Alex percebeu isso e, sem dizer uma palavra, me puxou pela mão na direção da sua casa.

Ele me puxou para o seu colo e me abraçou com força, escondendo o rosto no meu cabelo.

— Vai ficar tudo bem, anjo — disse massageando os meus ombros com carinho e sua respiração fez cócegas na minha nuca.

Apoiei a cabeça no seu peito. Como ele podia prometer uma coisas dessas?

— Eu não quero ferrar com a vida da minha mãe — sussurrei com um nó na garganta me impedindo de respirar. — Mas também não quero dar cobertura para aquele idiota. O que eu faço?

Alex me ajeitou nos seus braços de modo que eu pudesse ver o seu rosto franco.

— Você sabe o que eu acho — respondeu com suavidade. — Sua mãe merece saber.

Gemi e escondi o rosto na curva do seu pescoço, respirando fundo o seu cheiro conhecido e reconfortante.

— Acho que você tem razão — admiti com a voz abafada pelo tecido da sua camiseta. — Vou para casa e contar tudo pra ela.

Alex assentiu e me apertou com mais força.

Peguei o meu celular e pedi um carro por aplicativo.

Nos despedimos com um beijo caloroso que fez meu coração acelerar. Era tão bom ter Alex ao meu lado!

— Vai ficar tudo bem — ele prometeu dando um selinho dos meus lábios e afastou uma mecha de cabelo dos meus olhos com as pontas dos dedos. — A sua mãe é forte igual você. Ela vai suportar esse baque.

Agradeci suas palavras e apertei a sua mão antes de entrar no veículo.

Enviei a localização em tempo real para Alex e aproveitei a viagem para pensar exatamente o que eu diria para a minha mãe: eu não quero que a senhora fique triste, mas no ano passado eu vi o papai dando uns beijos em uma menina em um hotel perto do parque da cidade e hoje eu vi ele com outra mulher, aos beijos. Você é jovem, bonita e ainda tem muito o que viver ao lado de alguém que te ame de verdade e incondicionalmente. Aquele traste não é bom o suficiente.

Não, aquele discurso estava péssimo.

Cocei a sobrancelha, tentando achar uma linha menos pessimista de raciocínio. Como as pessoas dão esse tipo de notícia sem surtar? Eu vi a pessoa a qual você dedicou metade da sua vida dando uns beijos em outra pessoa e provavelmente ele fez muito mais. Quer um bolinho?

Ai, eu realmente não servia para aquilo.

Continuei pensando no quê diria mas não cheguei a nenhuma ideia maravilhosa quando cheguei no prédio em que morava. Nenhum raio de sabedoria me atingiu enquanto eu fazia o caminho que conhecia tão bem entre o portão e a entrada de moradores.

É, teria que ser no improviso mesmo.

Enviei mensagem para o nerdinho quando entrei no elevador pedindo que ele me desejasse boa sorte.

Alex respondeu imediatamente com um: Você não precisa de sorte, anjo.

Dei risada e respondi com um coraçãozinho.

—- Segura! — uma vizinha pediu, correndo pelo hall de entrada com uma máquina fotográfica preta no pescoço e caixas pequenas mas com cara de pesadas nos braços.

Coloquei o braço diante da porta automática do elevador esperando a jovem por volta dos vinte anos entrar. Eu já tinha notado ela antes pelo prédio pois era muito bonita.

Química Imperfeita [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora