** AVISO: o capítulo pode conter gatilho de homofobia**
Alex eu ficamos um tempão escondidos no bosque do parque, abraçados, apenas ouvindo o som dos pássaros cantando nas árvores, as araras grasnando e pessoas conversando em uma trilha paralela.
O nerdinho soltou um longo suspiro que ergueu seus ombros.
Me afastei, observando o seu rosto. Os olhos lindos estavam tristes, com um vinco de preocupação entre as sobrancelhas grossas e os lábios estavam curvados para baixo em uma careta chateada.
Depositei um beijo nos seus lábios macios.
— Quer sorvete? — ofereci com o tom muito mais animado que o que eu realmente sentia.
O nerdinho estava tão perdido, tão devastado, que era de partir o coração. Eu imaginava que era exatamente isso. Ele estava de coração partido.
Ele também esquadrinhou o meu rosto e assentiu.
Peguei a sua mão e o guiei para um quiosque de sorvete.
Alex abriu um sorriso quando a atendente me entregou a casquinha com sorvete de chocolate e cobertura do mesmo sabor.
— Sabe, existem outros sabores... — brincou se forçando a ser o Alex que eu conhecia.
Revirei os olhos.
— Se os outros sabores fossem bons, se chamariam chocolate — informei fingindo irritação e Alex riu baixinho, passando o braço ao redor dos meus ombros.
O nerdinho passou a língua na ponta do seu sorvete de creme de uma forma que eu apostava que ele não fazia ideia de que era absurdamente sexy.
No entanto seus olhos esverdeados estavam distraídos e distantes de uma forma que apertou o meu coração com tanta força que ele parecia ter diminuído dentro do meu peito.
Alex franziu as sobrancelhas, percebendo o tanto que eu estava prestando atenção nele.
— O que foi? — questionou. — Sujei o nariz?
Ele levou o dorso da mão livre à pontinha do seu nariz como se para limpar a sujeira imaginária.
Sacudi a cabeça e abri um sorriso malicioso.
— Só pensando em como eu gosto da sua língua — respondi baixinho com o meu tom mais sedutor.
Corri uma unha pela lateral do seu pescoço e suas bochechas adquiriram o mais delicioso tom de vermelho.
Ele quase entrou em combustão espontânea ali mesmo e eu ri baixinho.
Alex revirou os olhos.
Eu sabia que ele tinha entendido o que eu estava tentando fazer, pois um sorriso agradecido despontou nos seus lábios antes de ele dar um beijo na minha testa.
— Sabe — continuei —, acho que gosto dessa história de ser sua namorada. Odiaria ver você usando todas as coisas que estou te ensinando com outra garota.
Alex virou o rosto para me olhar. Um sorriso brincou nos seus lábios mas as bochechas estavam coradas.
— Eu também gosto muito dessa história de namorada — contou como se fosse um segredo. — Gosto da ideia de saber que você é minha.
Fiz uma careta involuntária.
— Eu sou sua namorada, não sua — respondi com o tom um pouco duro demais. — Odeio essa ideia de ser um objeto que pertence a outra pessoa. Somos parceiros, nerdinho, não propriedade.
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Química Imperfeita [CONCLUÍDA]
Teen FictionElisa Bernardi é a filha perfeita: ela tem boas notas, dança ballet, ajuda em um abrigo de animais e tem um exército de pretendentes atrás de si. Mas essa não é a história de Elisa. Angélica Bernardi cresceu sendo comparada com a irmã mais nova e, d...