13- Amigos

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Meu coração estava acelerado enquanto Alex me guiava para o ponto de ônibus.

Era a primeira vez que saíamos de fato e eu me sentia ridiculamente em um encontro, embora fôssemos apenas amigos. Amigos que se beijam. E eu adoraria beijá-lo de novo, sentir o gosto da sua boca, talvez de outras partes do seu corpo...

Como já estava fora do horário de pico conseguimos nos sentar em bancos lado a lado, conversando sobre a viagem que a escola estava organizando para o fim de semana seguinte.

— Vai ser legal — insisti virada meio de lado para ficar de frente para ele. — Não precisamos nos misturar com os outros alunos. Só vamos ser eu, você, minha irmã, a Miyuki e o Zayn. E você vai poder ver a Elisa em um ambiente neutro já que o negócio de irmos para a minha casa foi um total desastre.

Alex estremeceu. "Desastre" era o eufemismo do século.

Depois que Alex e eu terminamos de revisar o conteúdo, o babaca do meu pai ainda estava em casa e começou a falar merda sobre saber muito bem o que um garoto e uma garota fazem ssozinhos em um quarto com a porta trancada. Não que eu me opusesse a fazer exatamente o que ele tinha insinuado, mas Alex ficou todo vermelho e sem jeito de uma forma que dava pena de verdade.

Elisa também já tinha puxado ele para um canto e pedido desculpas pelo comportamento babaca do nosso pai, mas eu duvidava que o rapaz fosse esquecer aquela cena ridícula tão cedo.

— Eu sei — disse baixinho pegando a minha mão me tirando desse devaneio e estremeci com o contato. Era a primeira vez na semana toda que ele fazia aquilo e meu corpo reagiu como se ele tivesse me dado um beijo.  Aff, eu nunca tinha querido tanto beijar alguém e ele nem estava afim de mim. — E eu não perderia o seu aniversário por nada.

Senti as minhas sobrancelhas se erguendo.

— Como você sabe que o meu anivesário é semana que vem? — perguntei meio desconfiada.

As bochechas de Alex se encheram de cor e eel desviou o olhar para as janelas, para a cidade que passavam por elas ao nosso redor.

— Somos amigos de redes sociais, sabia?

Fazia sentido e soltei o ar, brincando com os seus dedos longos e bonitos. Em um gesto um tanto ousado, apoiei a cabeça na lateral do seu corpo.

Alex passou o braço ao meu redor como se estivesse me abraçando. Ficamos em silêncio pelo resto do percurso e eu ouvi seu coração acelerado no pescoço.

O nerdinho puxou a cordinha e descemos do ônibus alguns minutos depois.

Ele me guiou pelas ruas do centro da cidade até um prédio de dois andares preto com muito led brilhando se destacava em meio aos prédios comerciais ao redor.

Meu estômago se arrepiou ante a perspectiva de encontrar os amigos nerds de Alex.

Meu coração estava acelerado dentro do peito enquanto Alex me guiava para dentro do prédio que eu nunca tinha estado antes.

Sinceramente eu não sabia nem porque tinha aceitado ir.

— Eu sinto muito mesmo, anjo — disse em voz baixa. — Hoje é aniversário de um dos meus amigos e eu acabei esquecendo totalmente de desmarcar com você. Não tem nada a ver com o fato de ter aceitado assistir Halloween.

Dei risada dessa última parte. Alex tinha me enrolado a semana toda com seus filmes nerds mas tínhamos decretado que sexta-feira era dia de filme de terror.

— Tudo bem — eu tinha respondido erguendo os ombros. — A gente se vê na segunda, na escola.

Alex tinha mordido o lábio inferior.

Química Imperfeita [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora