The Cure For Our Scars《 MR: The Death Cure Fanfic 》

25. Did you see? I'm cute!

Nancy se sentou em pulo, assustada por algum motivo. Ao olhar ao redor, percebeu que estava em uma tenda pequena feita de bambus finos. A cama era tão confortável que a fazia sentir vontade de deitar de novo, mas Nancy ainda não tinha entendido como tinha parado ali, muito menos o que tinha acontecido. Ela costumava dormir em redes com o resto dos amigos. E onde estavam? Apesar de ter outra cama do lado esquerdo da tenda, ela estava vazia e bem arrumada.

Depois de recuperar um pouco o fôlego, viu que suas roupas eram novas e nunca imaginou que uma camisa verde claro lhe cairia tão bem. Nancy colocou os pés no chão, sentindo uma pontada de dor na barriga, tão dolorosa que fez uma careta e levantou a camisa para ver o que era. Ao fazer isso, viu um grande curativo branco com uma mancha vermelha bem clara, trazendo à mente tudo o que havia acontecido antes de ter apagado no chão do Berg.

Newt. Janson. Teresa. A Última Cidade.

Nancy arrumou a roupa, encarando o chão e suspirando profundamente, sentindo um leve ardor na bochecha esquerda por causa de um arranhão. Todas aquelas lembranças pareciam tão distantes, mas ao mesmo tempo tão reais. Sonhos vívidos, do tipo que não sabemos dizer se realmente aconteceu ou não. E Nancy esperava que tudo aquilo não passasse de um puro pesadelo criado pelo seu subconsciente.

Ela calçou os sapatos, estranhando o fato de ouvir as ondas quebrarem mais alto do que de costume e de que ninguém tinha vindo acordá-la, como muitas vezes faziam. Normalmente, o seu despertador era Thomas, mas onde ele estava?

A ruiva tirou o pano fino da sua frente para se situar e ao passar pela porta, Nancy constatou que estava em outro lugar.

Era uma linda praia, tanto que parecia um sonho e Nancy ficava cada vez mais confusa quando tentava definir se era realidade ou ilusão. Havia montanhas altas e igualmente lindas à esquerda dela, coberta por árvores bem verdes até a metade delas, depois era tudo rocha. Ao ficar de frente para o mar para apreciar melhor as ondas, viu o navio que o Braço Direito vinha reformando há seis meses - ou até mais, Nancy não tinha recobrado a noção de tempo ainda.

Quando se virou para a direita e se afastou um pouco da tenda, ficou ainda mais confusa, ao mesmo tempo que bem contente. Na parte gramada, havia várias outras tendas, muito mais largas e elaboradas - inclusive, seguras - que aquelas que os meninos costumavam construir na Clareira. Tinha muita gente, muitos cheiros, muitas cores. Era um mundo completamente novo. Nancy não hesitou mais um segundo para explorar o novo lar, mesmo sentindo-se deslocada.

Nancy sentia a brisa do mar balançar os seus cabelos de uma forma tão tranquilizante que a fazia ter vontade de fechar os olhos e se deitar ali no gramado, apenas para curtir o clima do lugar, mas continuou a procurar os seus amigos. Foi quando ouviu uma risada que não ouvia fazia sabe-se lá quanto tempo, uma risada tão gostosa que fez Nancy ter vontade de rir junto. Foi quando ela viu Thomas.

Thomas estava próximo de uma tenda que parecia ser um grande refeitório, em cima de uma fundação de madeira bem nova, brincando de luta com Fred enquanto fingia ter sido nocauteado por um soco no estômago. Nancy quis rir da careta que ele fez, mas Fred notou a presença da irmã antes de qualquer um.

- NANCY! - ele gritou para quem quisesse ouvir enquanto corria até ela.

Minho estava lixando algumas tábuas de madeira com Jorge e se levantou no mesmo segundo que ouviu o garotinho gritar, logo mais apareceu Brenda, Caçarola, Gally, Aris e Harriet. Thomas ficou estático, tentando crer nos próprios olhos, mas não hesitou em se aproximar dos amigos que encaravam a ruiva com certa tristeza no olhar. Vince e Sonya vinham logo atrás, mas Nancy ainda não tinha notado.

Fred a abraçou como nunca tinha abraçado alguém na vida, fazendo Nancy recuar alguns passos por causa do impacto, o que a fez sentir uma pontada ainda maior na barriga. Por não querer fazer desfeita e sentir-se ótima com o reencontro do irmãozinho, não disse nada, acariciando a cabeça dele de volta e rindo baixinho.