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"Sinto fogo dentro de mim
Fogo que vem de você."

- RBD


• Max Verstappen

- Eu estou tentando meu melhor, senhor, não vou desistir dela tão fácil mas se ela me disser que quer que eu pare, não vou poder fazer muito. - Respondi ao homem que me questionava sobre a minha atual relação com a neta, enquanto ele encaçapava mais uma bola com uma cara de nojo. Posso, ou não, ter comentado sobre o que aconteceu na Bélgica com detelhes em excesso. - Astrid ainda está magoada, eu entendo, talvez ela precise de mais tempo.

- Ela está com medo, apenas, todos sabemos que ela ainda ama você, não consigo entender o motivo de tanto drama. - Apenas dei de ombros, eu também não sabia. Eu já havia me desculpado, eu sentia muito por tudo, por quê ela ainda não acreditava em mim? Eu não merecia nenhum pouco de crédito por todos os anos que passamos juntos? - Vocês jovens gostam de dificultar as coisas.

- Ela gosta, estou atrás dela como um cachorrinho a boas semanas. - Ri decepcionado o vendo ganhar de mim mais uma vez. - Não quero mais jogar isso, é estúpido.

- Você precisa aprender a perder, Max. - O senhor falou sério. - Faz parte da vida.

- No dia que eu me acostumar em ser perdedor vocês podem me enterrar pois estarei morto. - Hugo rolou os olhos de maneira exagerada, demonstrando toda sua aversão a minha maneira de encarar a vida. Eu e ele discordavamos em varios pontos da vida, mas ainda assim eu guardava seus concelhos.

- Ultra dramático, não? - ralhou. - Vamos ver se as garotas precisam de companhia, idiot.

- Eu sei que você está me xingando! - Protestei o seguindo pelo corredor que daria a cozinha ampla.

- Eu não duvido do seu poder de saber xingar até em árabe, Max. - Respondeu me fazendo colocar a mão sobre o coração e minha melhor cara de ofendido. - Você tem uma boca muito suja, menino. Não sei como o anjo da minha netinha se apaixonou por você.

- Aí! Agora você me magou de verdade. - O vi rolar os olhos para mim enquanto sentavamos a mesa da cozinha ao lado de Emma que conversava sobre alguma com Alexandra em francês. - Achei que você apoiasse meu relacionamento com Astrid, por falar nisso cade ela?

- Ela está na quadra de tênis, chère. - A mais velha me respondeu com um sorriso doce antes de se virar para o marido com uma expressão irritada. - Não insulte Max, Hugo!

- Obrigado, Oma. - Ri nasalado da expressão desacreditada do senhor em minha direção. - Se me deram licença, vou tentar me resolver com ela, mais uma vez.

Resolvi fazer o caminho mais longo até a quadra de tênis, que ficava do lado contrário da cozinha, para poder pensar no que mais eu poderia a dizer que fosse a fazer mudar de ideia nós. Eu não conseguia pensar no que mais eu precisava fazer, eu havia me desculpado, ela sabia que eu estava sendo honesto, ela sabia que se eu pudesse desfazer meus erros, os desfaria, ela sabia que eu a amava e que nunca deixaria de amar. Eu me sentia um toca discos arranhado, com o mesmo disco na agulha o tempo inteiro.

O fim de tarde estava fresco como é comum para a época do ano, as árvores próximas balançavam devagar pela pouca circulação do vento e ao fundo podia escutar alguns passarinhos cantando, aquele lugar era um recanto. Logo Astrid entrou no meu campo de visão, usando uma saia plissada branca e uma camiseta da mesma cor, as pernas pareciam ainda mais longas pelo tamanho da peça e ela conversava de maneira animada com Andrea, que parecia mais do que contente com a presença da garota ali, talvez eu não gostasse mais tanto assim dele, não naquele momento em que ele parecia querer jogar todo um charme imaginário na minha garota. Me aproximei lentamente, pegando uma raquete que estava no chão e uma das bolinhas.

HOMECOMING | MAX VERSTAPPEN ☑️Onde histórias criam vida. Descubra agora